MP pede quebra de sigilo do presidente da Mangueira e da escola
Ivo Meirelles é suspeito de ter sido colocado na presidência da Mangueira por dois narcotraficantes. Em troca, pagaria R$ 150 mil ao tráfico por mês
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu a quebra do sigilo bancário do presidente da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, Ivo Rene Meirelles, no período de abril de 2009, um mês antes de assumir a função, até dezembro de 2012. O MP-RJ também requereu as declarações de imposto de renda do músico, bem como a quebra do sigilo bancário da escola de samba.
Em outubro de 2011, Meirelles foi indiciado no inquérito 017/1045/2011, da 17ª Delegacia de Polícia, no bairro de São Cristóvão, pelo crime de associação para o tráfico de drogas no morro da Mangueira, na Zona Norte da capital fluminense. O inquérito foi instaurado em março daquele ano, após a Ouvidoria do MP receber uma denúncia anônima de que o indiciado teria sido colocado na presidência da Mangueira pelos narcotraficantes Alexander Mendes da Silva, o “Polegar”, que está preso, e Vinicius de Lima Pereira, o “Chevette”. Em troca, Meirelles pagaria R$ 150 mil mensais ao tráfico. O dinheiro seria desviado da Estação Primeira. Depois do indiciamento pela Polícia Civil, o inquérito foi remetido ao MP, que requereu novas investigações.
Em novembro de 2012, o MP solicitou ao juízo da 39ª Vara Criminal a quebra do sigilo fiscal de Meirelles e da Mangueira. No início deste mês, o Banco Central informou ao MP que no nome de Meirelles há seis contas correntes. Já a escola de samba possui 54 depósitos diferentes. Em depoimento, Meirelles admitiu que conhece Polegar e o tio do traficante, Francisco Paulo Testas Monteiro, o “Tuchinha”, que já cumpriu pena pela acusação de ter chefiado o tráfico na Mangueira. O músico alegou que os conhece da infância, já que todos são nascidos e criados na favela.
Meirelles negou conhecer o também traficante Lucio Mauro Carneiro dos Passos, o “Biscoito”, apesar de aparecer numa foto, anexada ao inquérito, bebendo cerveja com ele e Tuchinha. Biscoito está preso.
Comércio fechado
Pelo segundo dia consecutivo, o comércio no morro da Mangueira ficou fechado na terça-feira por ordem do tráfico. É consequência de luto imposto após o traficante Acir Ronaldo Monteiro da Silva, o “2K”, ter sido assassinado, na noite de domingo, na Zona Oeste. Outros dois homens ligados à escola de samba foram executados na madrugada de segunda-feira. (das agências de notícias)
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Caso a Justiça concorde com a quebra do sigilo bancário de Ivo Meirelles e da Mangueira, o MP-RJ vai procurar alguma transação financeira que comprove a suposta ligação do músico com os traficantes da escola.
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