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MÃE - MULHER
José Periandro Marques
Um espermatozoide viaja ligeiro... Bela dona do coração de um homem,
Um óvulo maduro o acolhe amoroso... Criatura risonha, embalada em sonhos,
Um útero sadio a resguardar a semente, Que não se entrega ao desânimo,
Um ventre a gerar um ser que se prenuncia, Que ruge qual vento em fúria,
Irá bailar no chão do orbe convidativo, Para reaparecer plácido lago.
E brilhar, e depois ascender às estrelas. Amo-te com gratidão e sensibilizado,
No corpo frágil que a brisa estremece, Às vezes em ti contemplo ímpetos de
Na compleição forte a suportar dores atrozes, violência e crueldade,
Um espírito feminino ampara, Mas abaixo do céu e acima da Terra,
Com carinho, esperança e meiguice, Venero-te com intensidade,
Um feto, o futuro, um propósito, Por nos tornares, a nós homens,
Um filho que preencherá seus dias felizardos,
Com cuidados, afagos e angústias. Por contigo compartilhar o mundo,
Quão grande missão o Criador proveu-te, E usufruir o Paraíso ainda neste plano.
Oh senhora, oh flor amorosa, Em teu colo fagueiro, em teu mirar
A de gerar, criar e educar seres humanos, brejeiro,
E perpetuar a espécie indefinidamente. Em teu beijo ardente,
Tu és, ao mesmo tempo, complexa e singela, Nas curvas perigosas em que nos
Aquela que enxugou lágrimas, balsamizou perdemos,
chagas, E na santidade que de ti brota,
Que desorientada perdeu a calma, Oh alma generosa,
E vibrou com as conquistas físicas e da alma. Minha calorosa homenagem.
José Periandro Marques
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