O coletivo de arte urbana Acidum Project está pronto para voar. O grupo foi selecionado para compor o line up do Mural 2016, festival de arte pública de Montreal que reúne 20 artistas de vários lugares do mundo. Criado pelo cearense Robézio Marqs, o Acidum completa 10 anos de atividade em grande estilo e se prepara para viajar para Recife e Estados Unidos antes de embarcar para o Canadá.
"O convite veio como um presente", diz Marqs, que mantém o coletivo ao lado da esposa Tereza Dequinta. "Ano passado participamos do City Licks, na Europa, e foi importante porque esse tipo de coisa chega para firmar nosso trabalho. É mais um incentivo".
O festival acontece na Saint-Laurent Boulevard, uma quadra movimentada por galerias e escritórios de arte. "E lá não vai ter só exposiçao de painéis, mas outras coisas como shows, culinária e arte em geral", explica. "É um momento de vivência da arte que nós vamos dividir com artistas que a gente admira". O artista cita Evoca, dos Estados Unidos e o espanhol Felipe Pantone como referências que também estarão no evento.
Único coletivo brasileiro selecionado, Acidum entende a responsabilidade de figurar no festival. O grupo vai pintar murais e expor os trabalhos em galeria. "Nós ficamos muito felizes quando recebemos um desafio desses, mas tentamos fazer o nosso máximo com os pés no chão. Queremos mostrar qualidade, não só no trabalho, mas a gente quer mostrar o melhor como pessoa", explica. "Essa é a sintonia do nosso trabalho".
O festival canadense acontece de 9 a 19 de junho, mas antes disso a agenda de Robézio e Tereza já está cheia. Na próxima semana, eles embarcam para o Recife, onde têm programada uma série de "ações de rua". Na semana seguinte, é a vez de viajar para os Estados Unidos, em parceria com o grupo Urban Walls. "Até lá estamos produzindo no nosso ateliê. A gente faz sempre essa brincadeira com música, dizemos que estamos em estúdio", conta. "Estamos bem fechados agora, trabalhando e estudando".
O grupo vai lançar, até o fim deste ano, ações comemorativas em Fortaleza, como novas pinturas de rua, obras de ateliê e uma nova exposição. "A arte é o princípio", defende. "Como essa arte vai ser manifestada, a gente, para cada momento, pode assumir uma linguagem diferente".