[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] A classe média muda de lugar | Coluna Vertical S/A | O POVO Online
Vertical S/A 31/03/2013

A classe média muda de lugar

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1 As classes médias mudam de lugar. Vivem tempos de estagnação ou declínio no Ocidente enquanto emergem nos países em desenvolvimento. Efeito de um mundo que ficou mais rico em nível global. Dados do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) revelam: o número das pessoas com renda de 10 a 100 dólares por dia na zona Ásia-Pacífico passará de 525 milhões em 2009 a 1,740 bilhão em 2020 e a 3,228 em 2030. Nesse mesmo lapso de tempo, as classes médias europeias tendem à estagnação com 664, 703 e 680 milhões respectivamente, enquanto os norte-americanos entram em declínio: 338, 333, e 322 milhões. O tema foi pauta da edição do último dia 27, no francês Le Monde, sob o título “O novo mundo das classes médias”.


2 O jornalista Alain Faujas provoca: “Quem são as classes médias?” Para o PNUD, renda diária que varia de US$ 10 a US$ 100. O Banco Mundial tende a considerar como integrantes da classe média os não-pobres, isto é, as pessoas que dispõem de US$ 2 por dia. Mas nos Estados Unidos a pobreza vai até US$ 12. De todo modo, pondera o Le Monde, mesmo ajustando os números em paridade de poder de compra, a definição com base na renda peca por sua imprecisão e pela imprevisibilidade das estatísticas oficiais.


3 É preciso então estimar as classes médias também a partir de seus comportamentos. “Dispondo de renda que lhes permite de não mais se contentar com o mínimo, eles educam as suas crianças”, escreve Faujas. Assim, ainda segundo o PNUD, havia 12% na faixa de mais de 15 anos sem nenhuma formação no mundo em 2010; não haverá mais que 3% em 2050, e o percentual com diploma de ensino médio e superior pulará de 44% para 64%.


4 A leitura é a seguinte: formadas e urbanas, essas populações veem as mulheres se casarem mais tarde, se emanciparem e trabalharem, o que tem por consequência detonar uma transição demográfica e uma queda da taxa de fertilidade. Citado por Faujas, Philippe Fargues, diretor do Centro das políticas de migração do Instituto universitário europeu de Florença, estima que na região Maghreb-Oriente Médio, essa taxa caia “de 7 crianças por mulher em 1960 para 2,9 em 2008”.


5 Com a renda crescendo a ser dividida entre menos pessoas, a família da classe média modifica seu consumo. O Le Monde menciona o que diz Hassen Zargouni, diretor da consultoria de marketing tunisiana Sigma Conseil. Ele fixa em US$ 400 por mês, ou seja, US$ 13 por dia, a renda que define a classe média no norte da África. “Porque é a partir desse número que se ousa entrar nos supermercados”, diz ele.


6 Segue Faujas: “E quando se entra num supermercado em Shangai, Cairo ou Quito, começa-se a comprar produtos considerados até então muito caros (vinho, chocolate, leite). Consome-se mais carne, mais eletrodomésticos e mais serviços, como os transportes, o que – seja dito de passagem – contribui para as emissões massivas de gás de efeito estufa”.

 

CENÁRIO

Quem estará no Rio em maio é a economista Carmen Reinhart, professora de Harvard e uma das mais importantes economistas norte-americanas da atualidade. Ela falará sobre “A situação da economia mundial e suas perspectivas”, no 24º Congresso Brasileiro do Aço, realizado pelo Instituto Aço Brasil. Reinhart é autora, com Kenneth Rogoff , ex-economista chefe do FMI, do livro “Oito Séculos de Delírios Financeiros – Desta vez é diferente”.

 

ORIGEM E CONSEQUÊNCIA

Sobre a chamada nova Classe Média, o ex-secretário do Planejamento do Estado, o economista Cláudio Ferreira Lima (foto), adverte: “Devemos ver essa nova classe média não apenas quanto às suas origens, fruto em boa margem das políticas bem-sucedidas de governo, mas sobretudo quanto às suas consequências, dado que a sociedade se tornará mais exigente e reivindicadora. E aí é preciso renovar as instituições econômicas, políticas e sociais, ajustando-as a essa nova realidade”.

 

NOVA CLASSE MÉDIA, NOVOS NEGÓCIOS

O Le Monde chama a atenção para as perspectivas fazem sonhar empresas e consultorias. Por exemplo, a McKinsey calculou que os países emergentes representariam daqui a 2025 um consumo anual de US$ 30 trilhões (23,3 trilhões de euros). “É, talvez, o setor automobilístico o que melhor analisou o que poderia atrair essas classes médias emergentes, porque a compra de um veículo individual supõe um certo nível de riqueza. É por elas que o indiano Tata inventou o seu carro ‘mais barato do mundo’, menos de US$ 2 mil (1.500 euros), o Nano .

 

QUEM PODE COMPRAR UM CARRO

A francesa Renault, aponta Faujas, estima que o limite de renda por mês e por família que define a compra de um carro é de US$ 500 na Índia, de US$1.000 no Brasil e de US$1.300 na Rússia.

50%

das famílias russas estão dentro desse limite

 

EMATERCE SEM DOCUMENTO

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar livrando a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Ceará (Ematerce) da obrigatória apresentação de Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) em licitações públicas. A certidão é exigida por lei desde janeiro do ano passado.

 

A Ematerce venceu três licitações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Ganhou para prestar serviços de assistência técnica e extensão rural para famílias em situação de extrema pobreza. Estava impedida de assinar os contratos pro figurar no cadastro de inadimplentes, e, portanto, sem certidão trabalhista.


DESEJO, NECESSIDADE E VONTADE

Satisfeitas as necessidades de sobrevivência (fome, sede), os indivíduos aumentam as suas exigências (habitação, segurança), tendo de se voltar para as necessidades sociais, as necessidades psicológicas e, por fim, as necessidades de auto-realização. Não é empírico. Quem apontou as consequências das transformações além do plano material é o psicólogo norte-americano Abraham Harold Maslow (1908-1970), citado pelo Le Monde.

Decerto, pode-se aplicar a análise às classe médias que chegaram ao ponto de reivindicar “reformas políticas e institucionais que lhes permita uma maior participação, tanto politicamente quanto economicamente”, disse ao jornal Yves Zlotowski, diretor de pesquisa econômica da seguradora Coface. Tomem-se as “primaveras árabes, manifestações anti-Vladimir Putin, protestos na Índia contra o estupro, mobilizações nas redes sociais chinesas contra a poluição ou corrupção como expressão das insatisfações dessas novas classes.

 

DILMA E A MESMICE

A presidenta Dilma Rousseff chega a Fortaleza justamente quando, mais uma vez – e diziam que era coisa de tucano – o Governo Federal manobra para esvaziar de vez o já debilitado Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A ideia de levar o comando para Brasília é a demonstração clara do quão desatencioso tem sido a Era petista com a região.

Ainda está viva na memória da região a imagem do então presidente Lula, pouco depois da posse, em 28 de julho de 2003, posando ao lado de Celso Furtado no Passaré, sede do BNB, em Fortaleza. Naquele momento, o discurso era revolucionário. Passados dois governos Lula e mais da metade do mandato de Dilma, vê-se a mesmice.

 

IGNORÂNCIA E INOVAÇÃO

Já melhorou, mas, na vida real, inovação para as empresas brasileiras em especial as cearenses ainda é um assunto distante. No geral, há desconhecimento sobre como fazer. Poucos conhecem a Lei do Bem, Lei de Inovação, Lei de Informática, agencias de fomento, subvenção econômica à inovação... Este é o sentimento de Manoel Ribeiro, presidente do Grupo de Gestores de TIC do Ceará (GGTIC), entidade sem fins lucrativos que reúne executivos de TIC, também conhecida como informática, no Ceará.


Dia 12 no Vila Galé Cumbuco, o Grupo fará a parte dele para melhorar isso. Promove o CIO Meeting 2013, evento nacional para os integrantes. No time de palestrantes, Patricia Peck, Anderson Figueiredo, Eduardo Grizendi e Cícero Rocha. Fornecedores como SET, Idealit, OI, Synchro, IBM e Stefanini vão expor em uma mini-feira.


ÁGUA DE BEBER E DE PLANTAR

Há obras complementares a serem feitas nos canais de integração do Ceará.Isto inclui a construção de sifões e também a devida manutenção do Canal do Trabalhador. Os empresários do setor do agronegócio vão ter com o governador Cid Gomes para mostrar a urgência. Temem que, na piora do quadro de estiagem, falte água para a lavoura, considerando a natural prioridade para o consumo humano. O Ceará é referência em gestão de recursos hídricos, herança da Era Tasso.

PNEUS MURCHAM

Em 2012 a produção de pneus do País murchou 6,4% em relação a 2011, de acordo com os dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip). Na pista, manteve a mesma tendência de 2011, quando tivera furo de 0,6%, em relação a 2010. Parte da queda é atribuída à retração de 1,9% na fabricação de veículos, conforme dados da Associação dos fabricantes, a Anfavea. Contudo, o principal fator para a menor produção foi a importação de pneus. Segundo a Anip, já responde por 40% do consumo no País.

 

HOJE À NOITE

O secretário de Finanças de Fortaleza, Jurandir Gurgel, diz que este ano é improvável que haja concurso na Sefin, a despeito da urgência. Segundo ele, seriam necessários hoje pelo menos 100 novos auditores para compor o quadro do órgão. De todo modo, Gurgel deponde da decisão do prefeito Roberto Cláudio, que tem á mesa uma série de demandas semlehantes. A favor da Sefin, a capacidade que a Pasta tem de gerar mais arrecadação. Eis um argumento e tanto. O secretário é o entrevistado desta semana do Vertical S/A, hoje em horário alternativo às 23 horas.


TV O POVO é 48 UHF, 23 NET, 11 TV Show e www.opovo.com.br


HORIZONTAIS

* Agora, 3 e 4 de abril, o Ceará Moda Shopping promove o 3º Ceará Mostra Moda. Coleções de Outono/Inverno de 20 lojas do centro comercial atacadista da Luciano Carneiro. * No Ceará, a Claro cita dados da Anatel para declarar 26,56% de fatia de mercado, também conhecido como market share, no mês de fevereiro. No Nordeste, o market share da operadora atingiu anunciados 30,03%. * De segunda a sexta tem Vertical S/A em quatro edições por dia na Calypso FM (106.7)

 

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Jocélio Leal leal@opovo.com.br
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