2013, uma leitura de cenário

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O cenário para 2013 põe nas costas dos países ditos em desenvolvimento o peso das projeções para a economia mundial. Há, por assim dizer, convergência quanto a esta importância no esboço do será a alta da produção mundial, de 2,4%, segundo a ONU. A média das projeções apontam os países em desenvolvimento crescendo juntos 5,1%- ante 1,1% esperado para as economias desenvolvidas. Com base na mesma leitura, o crescimento esperado para o Brasil é de 4%. O projetado pela ONU é mais otimista do que o Banco Central brasileiro – não além de 3,3%. O economista Gilberto Barbosa, do Escritório Arêa Leão, de Fortaleza, lembra que o estadual Ipece, por sua vez, divulgou uma taxa estimada de 4% para o crescimento da economia cearense. “Em outras palavras, acredita-se que o desempenho da economia do Estado tem grandes chances de se sobrepor ao desempenho da economia nacional”, lê. Tem sido assim. A taxa de crescimento do PIB pode ser explicada pelo desempenho dos setores agrícola, indústria, serviços e do comércio exterior.

AGRICULTURA

No presente momento, lembra Gilberto, há um grau elevado de incerteza quanto às previsões climáticas, não sendo possível determinar quais as chances de se acabar a estiagem. A Funceme divulgará o prognóstico para a quadra chuvosa do Estado no dia 24. Mas o pessimismo já chove. “Há perspectivas de investimentos em infraestrutura no setor (primeiros editais do projeto São José III; empréstimo do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola; Programa Mais Irrigação) e a abertura de novas possibilidades para pecuaristas devido ao avanço do status sanitário do estado (Zona Livre de Aftosa com vacinação).

INDÚSTRIA

As obras associadas aos grandes eventos esportivos e o aquecimento do mercado imobiliário contribuem fortemente. Gilberto chama a atenção para a desoneração da folha de salários e as expectativas de que a gestão municipal irá priorizar o programa “Minha casa Minha Vida”. Já a indústria de Transformação, em linhas gerais, reflete o que ocorre em nível nacional. “Dada a aparente exaustão pelo lado da demanda (redução da disposição a consumir), as melhorias nas condições de oferta (medidas capazes de ampliar competitividade) serão importantes para melhorar o desempenho desse componente do setor industrial”. Na coluna positiva, Gilberto adverte para a expectativa de que as desonerações tributárias e linhas de crédito diferenciadas se mantenham em 2013. Ademais, o custo de produção irá cair, devido à queda no preço da energia. Não esquecer também de que a taxa de câmbio, relativamente desvalorizada, em torno de R$2,00, afeta o desempenho esperado da indústria de forma positiva.

SERVIÇOS

Gilberto cita a redução do patamar de juros, a manutenção das desonerações fiscais sobre os produtos industrializados (pelo menos, durante o primeiro semestre) e aumento de salário mínimo afetando positivamente o desempenho esperado do setor de Serviços para 2013.

COMÉRCIO EXTERIOR

As expectativas convergem para a manutenção do déficit da balança comercial. “As obras dos grandes eventos esportivos contribuirão para a manutenção de níveis de importação superiores aos níveis de exportação”. A chegada das ZPEs (no Ceará, a do Pecém) pode melhorar o desempenho das exportações, mas, em geral, irão apenas amainar o saldo negativo da balança comercial.

CONCLUSÃO

Para Giberto Barbosa, não há perspectivas de grandes mudanças conjunturais para 2013 em relação a 2012. Dado a que economia do Estado deve crescer 3,5% em 2012, mesmo com um cenário negativo no setor agropecuário e sem um desempenho extraordinário da indústria de transformação, a forte atividade da Construção Civil e Distribuição de Energia, água, gás e esgoto urbano, somada ao crescimento de Serviços, puxado pelo comércio e turismo, deve garantir uma taxa de crescimento superior a 2012, de maneira que a taxa de 4% para 2013, divulgada pelo Ipece, parece bastante razoável.

O COMEÇO DE UMA REDE

Carlos Alberto Degas, o gestor da Fanor (Grupo norte-americano Devry), fechou negócio paralelo à atividade na Educação Superior. Ele acertou participação como sócio na primeira rodada de investimento da Clinica SiM, fundada por Dênis Cruz. Além do faro, Degas e Dênis têm afinidades acadêmicas. Segundo Degas, são os únicos executivos no Ceará com MBA na Stanford University (no Vale do Silício - EUA). “Unimos forças para honrar a tradição empreendedora desta escola, de onde saíram empresas como Cisco, SUN, Google, NetFlix, Yahoo e Nike”. A sociedade mantém Dênis (filho de Vanor Cruz - Hospital Uniclic) com 2/3 da empresa. Além do restante 1/3, Degas é conselheiro (sem função operacional).

JOGO RÁPIDO

Quando tem mais gente na sala falando em concurso e estabilidade, e não em montar um negócio, é porque tem algo... instável.

TV O POVO

Durante as férias do Vertical S/A, você assiste reprises com a melhores entrevistas de 2012. Hoje em horário alternativo às 23 horas no 48 UHF, 23 NET 11 TV Show e www.opovo.com.br.

FÉRIAS

O redator e a Coluna entram de férias a partir da próxima semana. Retornam em fevereiro.

Um teatro no Papicu

O RioMar Fortaleza, do Grupo JCPM, terá um teatro com 900 lugares. É o segundo centro comercial da holding a incluir uma estrutura para espetáculos entre as operações. O RioMar Recife foi o primeiro. Inaugurado em outubro do ano passado, é um pouco menor. Tem 700 lugares. O RioMar Fortaleza tem conclusão prevista para novembro de 2014.

O POVO É O MAIS LEMBRADO

A categoria foi mais uma vez vencida pelo O POVO, na pesquisa encomendada pelo Anuário ao instituto de São Paulo. A pergunta na pesquisa é direta: “qual a primeira marca que você lembra quando se fala em jornal”. Com 53,5% de recall, quase dois pontos percentuais acima do obtido na edição anterior, O POVO segue invicto no segmento, do qual é líder desde 2004.

Com pouco mais de 30 pontos percentuais abaixo, 23,2% de índice de lembrança, Diário do Nordeste ficou em segundo lugar. Numa provável referência ao mesmo jornal, a marca Diário está na terceira posição, alcançando 12,5% de recall. Ainda que somados os índices obtidos por ambas as marcas, totalizando 35,7%, O POVO permanece sozinho em primeiro lugar. Com 85 anos, a serem completados em 2013, o Jornal O POVO é a segunda mais antiga publicação viva do Estado, ficando atrás apenas do Anuário do Ceará, que tem um século e meio de vida.

ANUÁRIO-DATAFOLHA, A REFERÊNCIA

Quando a pesquisa Anuário-Datafolha Top of Mind foi criada, não havia parâmetros confiáveis no mercado para medir as marcas mais lembradas. Ao ser lançada, a pesquisa se torou referência para planos de comunicação de quem atua ou pensa em atuar no Ceará. Aliás, o Datafolha só faz esta pesquisa para dois clientes: a própria Folha de S. Paulo e o Anuário do Ceará. Os resultados da última edição – em breve os pesquisadores irão novamente às ruas – serão conhecidos na edição de terça-feira, em página especial Mercado. A festa de lançamento do Anuário do Ceará 2013 – onde os resultados são detalhados em textos e gráficos - e dos 85 anos do O POVO será quinta-feira, em evento para convidados. Hoje, a Coluna antecipa os números no segmento jornal.

O COMEÇO DE UMA REDE

A SiM S/A começa a se tornar uma rede de clínicas médico-odontológicas com foco no público que não tem plano de saúde. Promete atendimento fácil, sem carteirinha ou mensalidade. O plano é expandir nacionalmente por meio de uma rede de clinicas próprias e franqueadas.

A primeira unidade da SiM foi fundada no bairro Joaquim Távora (nos fundos da Uniclinic), em 2007. Nova unidade da Clinica SiM está programada para ser aberta ainda no 1º semestre, no Centro de Fortaleza. O local: quase em frente à Santa Casa de Misericórdia. O valor, nem Degas, nem Dênis revelam.

O LAGOSTIM DA ARGENTINA

Entre um alho & óleo e outro, andam comentando que a Argentina está exportando camarão de cativeiro para o Brasil. Mas, Sérgio Melo, membro do Conselho de Competitividade Setorial (Pesca) da Agroindústria – Plano Brasil Maior, garante que isto não procede. Pelo menos não desse modo. À Coluna, Sérgio disse que, em verdade, há uma proposta do Brasil importar um tipo de camarão graúdo da Argentina conhecido por lagostim.

“O dito camarão é oriundo do extrativismo, ou seja, não é de cativeiro”. A Argentina produz aproximadamente 60 mil toneladas/ ano e está com dificuldades de venda esta produção em decorrência da crise europeia. Segundo Sérgio, o Governo Brasileiro, sensível a este problema, estuda atender solicitação do país vizinho e autorizar o Brasil importar 5 mil toneladas/ano, o que ajudaria a Argentina e equilibraria a balança comercial, pois, em contrapartida, a Argentina está levando suínos e outros produtos brasileiros. Em todo caso, tudo isso ainda está em processo de definição. Deve haver em breve uma missão brasileira à Argentina para tirar algumas dúvidas existentes em relação a possíveis enfermidades no camarão (lagostim).

FOCO NOS NICHOS

A estratégia da Casablanca Turismo agora é atendimento especializado em nichos. Um exemplo é o mercado da Indústria Criativa. No ano passado, participou de um dos maiores eventos de moda do País, o Fashion Rio. Agora, o Grupo Casablanca Turismo é a agência de viagem exclusiva, com a organização do sistema de hospedagem, de três grandes eventos relacionados à moda que acontecerão em Fortaleza. A Feira Nacional da Indústria da Moda (Fenim Nordeste), em maio, e a Feira Internacional de Calçados e Artefatos do Norte e Nordeste (FICANN), em setembro. Ambas no Centro de Eventos.

KRAFT AGORA É MONDELeZ

A Mondelez International, que se declara a maior fabricante de chocolates, biscoitos e balas do mundo e a segunda maior em gomas, trabalha para se posicionar em todo o Nordeste após a mudança da marca, antes Kraft Foods. A nova denominação da divisão global de snacks aconteceu em outubro de 2012. No portfólio, produtos como os chocolates Lacta, Bis e Sonho de Valsa, os biscoitos Club Social e Trakinas, os refrescos em pó Tang, CLight e Fresh, as sobremesas e o fermento em pó Royal, além de Trident, Chiclets e Halls. A marca Kraft fica apenas para a divisão de alimentos processados como queijos, embutidos e massas, nos Estados Unidos. No Brasil, seis fábricas: São Paulo, Paraná e Pernambuco. A receita anual global é de US$ 36 bilhões, em mais de 80 países.

> TAGS: econômica leitura 2013 s/a vertical

Jocélio Leal leal@opovo.com.br

Aragão 18/01/2013 08:13

Não é a instabilidade atual que gera a demanda por concursos públicos. A instabilidade histórica gera esta demanda. As pessoas não constumam fazer esta leitura conjuntural para tomada de decisão na carreira. Só o tempo e o sucesso de alguns empreendedores mudarão esta cultura tão brasileira.

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