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script 20/11/2012 - 18h39

"ARGO"

Foto: Reprodução
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Alta Tensão

Ben Affleck ganhou o Oscar de roteiro original (ao lado de Matt Damon) por Gênio Indomável (1997). Virou astro, alternou sucessos e fracassos de bilheteria com filmes medianos. Até que em 2007, o então galã dirigiu seu primeiro filme, Medo da Verdade (Gone Baby Gone), surpreendente em todos os sentidos. Baseado num livro do mesmo autor de Sobre Meninos e Lobos (2004) e adaptado pelo próprio diretor, o thriller policial sobre o desaparecimento de uma garotinha investigada por um detetive particular vai além. Com atuação marcante de Casey Affleck, resolução engenhosa, denso e elenco de apoio sensacional. Não, ele não está no filme, apenas dirigindo. Naquele ano, inclui a obra na minha lista de melhores do ano.

Voltou a dirigir em 2010 com Atração Perigosa (The Town), o qual mantém a mesma categoria e prova que atrás das câmeras ele é muito, muito mais talentoso que atuando. A trama policial sobre um grupo de assaltantes de bancos que não usam a violência traz Affleck não apenas como diretor, mas também assina o roteiro adaptado e atua como a mente por trás da quadrilha. Detalhe, seu segundo filme também foi um dos melhores do ano.

E agora chegamos em 2012. Mais um thriller. Agora político. Baseado em fatos reais.

Chama-se ARGO (Idem, 2012) e traz uma incrível história real que reconta a tentativa de resgatar seis funcionários da embaixada americana aprisionados num Irã furioso, em meio a sua revolução política, entre o final de 1979 e o início de 1980.

Ben Affleck interpreta o agente americano que comanda uma missão para resgatar seis americanos ao se passar por um produtor de filmes canadense em busca de locações no Irã. A solução de tirá-los de lá? Os transformam em sua equipe de filmagens. Poderia ser um roteiro de Hollywood, mas a trama aconteceu mesmo, por mais absurda que possa parecer. E a obra é de explodir o juízo de tanta tensão

Palmas, palmas para o diretor de cinema Ben Affleck, que orquestrada bem a ação e comanda seu elenco, que prima mais pelo equilíbrio, sem destaques isolados. São preciosas as participações de John Goodman (o maquiador John Chambers), Alan Arkin (o produtor Lester Siegel) e principalmente Bryan Cranston (como o agente da CIA e coordenador geral da operação, Jack O´Donnell).

O forte da película é o conjunto, de história real impressionante, recontada de uma forma idem com a ajuda de sua edição imaginativa, que une imagens reais e seus fatos refeitos. São três frentes (ou seriam três atos?) de uma só história, costuradas naturalmente. Primeiro (ato) nos vemos dentro da revolução política de um país altamente religioso, é o contexto histórico, o start para a situação. Segundo ato: entra depois a construção do ‘filme de mentira’, com a adição de profissionais de Hollywood (produtor, roteirista, agente e o maquiador), leitura de roteiro aberto ao público e oba-oba para a imprensa. Por fim, a extasiante missão de resgate no turbilhão de acontecimentos e imprevisibilidades. Fim do terceiro ato. Sobreviveu?

O espetacular ARGO (produzido por George Clooney e Ben Affleck) está cotadíssimo para concorrer ao Oscar e Globo de Ouro. E garanto que merece. Preparado para conferir uma obra de tirar o fôlego de tanta tensão? Ao que parece, ainda existe vida inteligente em Hollywood.

PS.: o título do texto, Alta Tensão, bem que poderia ser a tradução nacional para o longa, ou até mesmo um subtítulo para o mesmo. Brincadeira, não, não poderia. E ainda bem que não foi algo nem parecido.

INFORMAÇÕES ESPECIAIS: Ben Affleck concorreu ao Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante e ganhou o prêmio de melhor ator (Copa Volpi) no Festival de Veneza por Hollywoodland – Bastidores da Fama (2006); Bryan Cranston concorreu ao Globo de Ouro de melhor ator (drama-série de TV) por Breaking Bad (2008) e atuou em Drive (2011); Alan Arkin ganhou o Oscar de melhor coajuvante por Pequena Miss Sunshine (2006) e o Globo de Ouro de melhor ator (comédia ou musical) por Os russos estão chegando!(1966); John Goodman indicado ao Globo de Ouro de coadjuvante por Barton Fink – Delírios de Holywood (1991);

 

NOTA: 9,0 (NOVE)


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*Daniel Herculano (siga no Twitter @DanielHerculano) é estudante de Jornalismo e titular do programete #Cineminha na Beach Park FM 101.7. Crítico de cinema formado em cursos de Ana Maria Bahiana (Uol/Globo de Ouro), Pablo Villaça (Cinema em Cena/OFCS), Ruy Gardnier (O Globo/Contracampo) e Joaquim Assis (Roteirista). É graduado em Comunicação Social e assessor de comunicação d´ A+ Business Criativo.

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