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script 21/03/2012 - 01h30

Projeto X, O Dublê do Diabo e O Guarda

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SCRIPT Madagascar 3 e Branca de Neve e o Caçador (0) SCRIPT Em cartaz: Triângulo Amoroso; Nas locadoras: Os Descendentes; O Último Dançarino de Mao e Ricky (0) SCRIPT "MIB - Homens de Preto 3" e "O Corvo" (0)

Projeto Inconsequência

Após assistir a Projeto X – Uma Festa Fora de Controle (Project X, 2011), um found footage (ou pseudo-documentário) estrelado por desconhecidos (Thomas Mann, Oliver Cooper, Jonathan Daniel Brown e Dax Flame) que mostra como uma festa de aniversário de um estudante de ginásio nada popular se descontrolar a ponto de destruir um quarteirão inteiro, fiquei espantado ao descobrir que a tal filmagem tem não um, mas dois roteiristas (Michael Bacall, também autor do argumento, e Matt Drake), além de um diretor, Nina Nourizadeh.

Como defender um dito filme que sua principal função é divertir através de uma ode ao mau comportamento? Bem, em alguns momentos a farra dos garotos é divertida, com alguma ou outra situação engraçada, mas seria completamente digna se não houvessem tantas conseqüências. E pior, com as mínimas punições possíveis. Há uns 15 anos atrás eu pensaria facilmente: como eu gostaria de estar nessa festa. Hoje penso: como uma história (?!) como essa pode virar um filme sem roteiro que se resume a ser apenas um combo inconseqüente de bebidas, drogas e sexo livre?

Em diálogo com a esposa, o próprio pai do aniversariante (e dono da festa) duvida que, ao sair e deixar a casa sozinha, seu filho não será capaz de fazer uma festa de arromba, pois em sua opinião, Thomas é um perdedor (loser). E pior, sociologicamente, é ver como os mais jovens podem não apenas se divertir com isso, mas visualizar uma forma de não serem mais perdedores.

Isso não tem nada haver com puritanismo ou valores, mas a proposta do filme (câmera na mão, câmera de celulares e uma festa para mostrar) é cumprida razoavelmente, mas sem nenhum grande arroubo, apenas um divertimento passageiro. Muito som alto, imagens videoclipadas e zero de roteiro.

Ao final, Projeto X é apenas (como o próprio subtítulo já diz) Uma Festa Fora de Controle, um Superbad – É Hoje (2007) para maiores, com sexo e drogas ou um Se Beber, Não Case! em versão adolescente, e sem surpresas.

Se no filme o estudante Thomas não era notado por ninguém até dar essa festa, os desconhecidos que estrelam o filme (Thomas Mann, Oliver Cooper, Jonathan Daniel Brown e Dax Flame), assim como o diretor novato Nina Nourizadeh e seus dois jovens roteiristas (Michael Bacall e Matt Drake) não passarão mais despercebidos. Não depois do resultado nas bilheterias. Nenhum deles. Graças ao projeto inconsequência. NOTA: 4,0

INFORMAÇÕES ESPECIAIS: O roteirista Michael Bacall assinou a adaptação para as telas da HQ Scot Pilgrim Contra o Mundo (2010); Thomas Mann estrelou a comédia dramática Se Enlouquecer, Não Se Apaixone (2010);

Completamente Louco

Sempre um visto como um alvo fácil por sua postura e mau comportamento comum, Uday, primogênito filho de Saddam Hussein, faz uma proposta para o amigo de infância Latif Yahia: que ele seja seu dublê em aparições públicas. Após a resposta negativa, Uday seqüestra Latif e o faz aceitar a difícil missão e o faz passar por cirurgias plásticas para ficar ainda mais parecido com ele. Assim, Latif se torna O Dublê do Diabo (The Devil´s Double, 2011), dirigido por Lee Tamahori, baseado na história real e adaptado por Michael Thomas do livro de mesmo nome. O resultado é bem interessante.

Em papel duplo, Dominic Cooper faz um acuado Yahia e um lunático Uday, com a vantagem de poder brincar com o overacting sem soar demais. Uday é completamente louco, tarado, drogado, exagerado mesmo. E seu mundo era cheio de dinheiro, mulheres fáceis (ou não), super carros e muita violência (orgias, tiroteios em boate, assassinato). E a grande questão é saber como Yahia sairá dessa. Inédito nos cinemas, já disponível em DVD e Bluray (Califórnia filmes) nas locadoras. NOTA: 8,0

INFORMAÇÕES ESPECIAIS:

Filmografia do diretor Lee Tamahori: O Amor e a Fúria (1994); O Preço da Traição (1996); No Limite (1997); Na Teia da Aranha (2001); 007 – Um Novo Dia para Morrer (2002); XXX 2 – Estado de Emergência (2005); O Vidente (2007); O roteirista Michael Thomas assinou Fome de Viver (1983); O Feitiço de Áquila (1985); Ruby Cairo (1993); Backbeat – Os Cinco Rapazes de Liverpool (1994); Dominic Cooper atuou em A Duquesa (2008); Mamma Mia! (2008); Educação (2009); Capitão América – O Primeiro Vingador (2011); Sete Dias com Marilyn (2011);

Comédia (Sarcástica) Policial

Ao investigar uma gangue de traficantes internacionais, um americano agente do FBI precisa unir forças ao guarda irlandês e ortodoxo. Essa é a trama de O Guarda (The Guard, 2011), uma comédia (sarcástica) policial que dá um novo olhar à um tema batido (o encontro de extremos), muito por causa das excelentes atuações de Don Cheadle (o negro certinho do FBI) e Brendan Gleeson (o grosso e incomum, para não dizer racista, policial irlandês) e do roteiro afiado. E você acredita que eles serão capazes de resolver esse crime de meio bilhão de dólares? Confira e tente segurar o sorriso. Garanto que não conseguirá. NOTA: 7,0

INFORMAÇÕES ESPECIAIS: Extras interessantes com ‘Cenas Excluídas e Estendidas’; o divertido ‘Curta-Metragem: A Segunda Morte’; ‘Comentários do diretor John Michael McDonagh e os atores Don Cheadle e Brendan Gleeson’ e mais;

*Daniel Herculano (siga no Twitter @DanielHerculano) é estudante de Jornalismo e titular do programete #Cineminha na Beach Park FM 101.7. Crítico de cinema formado em cursos de Ana Maria Bahiana (Uol/Globo de Ouro), Pablo Villaça (Cinema em Cena/OFCS), Ruy Gardnier (O Globo/Contracampo) e Joaquim Assis (Roteirista). É graduado em Comunicação Social e assessor de comunicação d´ A+ Business Criativo.

> TAGS: script

Daniel Herculano dherculano@hotmail.com

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