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Sentimentalismo Animal
Apesar de ser um cineasta já consagrado tanto pela bilheteria quanto pela crítica, Steven Spielberg ainda rende opiniões divergentes. E a maior delas recai sobre o sentimentalismo exacerbado que reflete nas suas obras. Uns a abraçam o estilo Spielberg de ser, outros a comparam como uma apelação sentimentalóide. Na maioria das suas obras eu gosto de sua abordagem dramática (sentimental) e com Cavalo de Guerra (War Horse, 2011), se aproxima ao máximo do estilo de filmar à moda antiga. São grandiosos e longos planos gerais, de narrativa clássica e otimista, com personagens tocados pela boa índole e num palco, ao mesmo tempo, tão propício (a guerra, o bem Vs. o mal) quanto inexplorado (a 1º. Guerra Mundial).
O resultado? Uma bela e inocente obra. Tecnicamente perfeito e que concorre à seis Oscars, incluindo melhor filme, fotografia, edição, trilha sonora, direção de artes & cenários, som e edição de som. A trama conta a história do cavalo Joey, nascido nos belos e verdes campos do interior da Inglaterra e comprado por uma família de humildes fazendeiros. Logo identificado com o belo e forte potro, o jovem Albert (Jeremy Irvine) que o treinará para arar o campo, em busca do sustento da família. Até chegar a Guerra, que muda tudo.
Não se engane o protagonista é o cavalo, e o sentimentalismo que escorre pelo drama é animal. Com uma trilha sonora belamente orquestrada pelo mestre John Williams, a obra tem sequências igualmente orquestradas por Spielberg. E poderosas, como quando o cavalo é feito prisioneiro e tem de lutar contra a violência e os maltratos... Repare na sujeira, no tom escuro, cinza e negro da fotografia, e nos corpos dos cavalos mortos. Essa é visão do protagonista. Mas sempre há esperança. E o mais forte e intenso momento do filme comprova isso: a fuga do cavalo de guerra que vai parar no arame farpado. Capaz de provocar os mais diferentes sentimentos. Até entre aliados e alemães, numa cena inusitada e diálogos idem.
Cavalo de Guerra é um ótimo drama, e torna o elenco apenas coadjuvante (Emily Watson, David Thewlis, Niels Arestrup, Petter Mullan e Tom Hiddleston) em frente ao poder sentimental do cavalo Joey, suas paisagens sensacionais e a técnica exemplar. NOTA: 8,0
INFORMAÇÕES ESPECIAIS
Filmes sérios (e premiados) de Spielberg: A Cor Púrpura (1985) indicado ao Oscar e Globo de Ouro de filme e direção; A Lista de Schindler (1993) vencedor do Oscar e Globo de Ouro de filme e direção; Amistad (1997) indicado ao Globo de Ouro de filme (drama) e direção; O Resgate do Soldado Ryan (1998) vencedor do Oscar de direção; indicado ao Oscar de filme e venceu o Globo de Ouro de filme e direção; Império do Sol (1987) indicado ao Globo de Ouro de filme (drama); Munique (2005) indicado ao Oscar de filme e direção, e indicado ao Globo de Ouro de filme (drama); Inteligência Artificial (2001) indicado ao Globo de Ouro de direção;
Espionagem Minuciosa
O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, 2011) de Tomas Alfredson, é um filme essencialmente de espionagem. Sua trama mostra um agente renegado (Gary Oldman) de volta ao topo da cadeia do Serviço Secreto de Inteligência Britânico em busca de um agente duplo plantado pela Rússia.
Esqueça os tiros, as perseguições, efeitos especiais ou o glamour. O cansaço e as rugas, estampado nos rostos dos agentes secretos, são os reflexos dos anos de intenso trabalho. Os olhos tristes e frios dizem mais que qualquer palavra. E o jogo para descobrir quem é o traidor está apenas começando. E será aplaudido ao final da sua minuciosa investigação.
No princípio há uma missão, completamente tensa, mas são disparados apenas três tiros durante todo o filme. O jogo é duro, difícil e a traição pode estar em qualquer sorriso. Seus diálogos são preciosos e o poder dos olhos do magnífico Oldman é maior que qualquer força da natureza. Ali está a sua maior força de interpretação. O seu grande elenco é também grandioso. Há um discreto Colin Firth, mas necessário. Temos ainda os competentes Tom Hardy, Mark Strong, John Hurt, Toby Jones, Stephen Graham e Benedict Cumberbatch.
O Espião que Sabia Demais é feito de silêncios e sutilezas. Nunca há a necessidade de revelações bombásticas, explicações ou explicitações de algum que aconteceu. Preste atenção aos nomes dos personagens e suas sutilezas.
Repare na astúcia que mostra a mudança de óculos do protagonista (Gary Oldman). Assim você pode diferenciar sempre o passado do presente, sempre recorrente nas idas e vindas do tempo. Perfeito. A fotografia é basicamente cinza, fria até a alma, seus cenários são maravilhosos e a notável trilha sonora de Alberto Iglesias completa a obra prima. E lembre-se: tudo que se passa na tela é importante. Até a última lágrima. Agora pode aplaudir... ClapClapClap. NOTA: 10
INFORMAÇÕES ESPECIAIS: Prêmios: indicado ao Oscar de melhor ator (Gary Oldman), roteiro adaptado e trilha sonora; Concorreu ao Leão de Ouro em Veneza; 12 indicações ao BAFTA (melhor filme britânico, filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, edição, figurino, trilha sonora, direção de arte, som e ator – Gary Oldman);
Amigos com Benefícios
Justin Timblerlake (muito à vontade) é um editor que tem uma proposta de emprego pela caça talentos Mila Kunis (com química), e que exige mudança de L.A. para NY. E nós já sabemos o que vai acontecer no divertido Amizade Colorida (Friends With Benefits, 2011), já nas locadoras. Boa produção, temas atuais (internet, mundo da informação rápida, flash mob) e um bom jogo com as situações: o truque inicial com dois encontros simultâneos com um mesmo propósito e a brincadeira com os clichês de comédia romântica. O que embola um pouco é um recheio repetitivo (as transas sendo narradas como um manual de instruções), e a historinha de esconde-esconde com os próprios sentimentos. Participações do ótimo Richard Jenkins (o pai de Timberlake), a classe da espetacular Patricia Clarkson (a mãe doidona de Kunis), um divertido Woody Harrelson como um gay sem nenhum tipo de estardalhaço e uma ponta engraçadinha de Emma Stone (a ex-namorada). Nos extras Cenas Excluídas; Cenas Editadas; Comentários com o diretor Will Gluck, Justin Timberlake e Mila Kunis. NOTA: 7,5
*Daniel Herculano (siga no Twitter @DanielHerculano) é estudante de Jornalismo e titular do programete #Cineminha na Beach Park FM 101.7. Crítico de cinema formado em cursos de Ana Maria Bahiana (Uol/Globo de Ouro), Pablo Villaça (Cinema em Cena/OFCS), Ruy Gardnier (O Globo/Contracampo) e Joaquim Assis (Roteirista). É graduado em Comunicação Social e assessor de comunicação da A+ Business Criativo.
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