[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Feliz Natal e Che | Coluna Script | O POVO Online
03/06/2009 - 09h29

Feliz Natal e Che

Daniel Herculano*

Feliz tristeza: Feliz Natal

Durante a noite de Natal acompanhamos o retorno de Caio (Leonardo Medeiros), irresponsável na adolescência e excluído naturalmente por uma família desestruturada com um pai relapso, a mãe viciada em remédios, uma cunhada frustrada e um irmão introspectivo. Esse é a trama de Feliz Natal (2008), a estreia de Selton Mello atrás das câmeras, na qual uma obra depressiva, que geralmente apenas entristece, consegue abrir novos e interessantes aspectos dramáticos de uma velha história.

Leonardo Medeiros dá dimensão à dor descomunal de ter, mas na verdade não poder contar com uma família. Darlene Glória nós dá muitos motivos para não querer ter uma mãe como ela, com tanto sofrimento e destempero. E mesmo amparada por uma personagem destrambelhada pelos remédios e álcool, sabemos que ela arrebentou. Até seu carinho pelo filho é depressivo. Destaque também para o sóbrio elenco de apoio, em especial Lúcio Mauro como um papai escroto.

Selton Mello imprime um estilo peculiar, com imagens cruas (e às vezes de câmera na mão), closes incomuns, ângulos estranhos e música desconexa em sua promissora (e diferente) estreia. Consegue fazer uma feliz tristeza sem apelar para resoluções fáceis, no qual o convencional não tem lugar numa fotografia escura, bem no clima seco do longa.

Se os filmes americanos geralmente usam o Natal para recompor seus cacos familiares, Feliz Natal bate sem clichê, dó ou piedade. Um drama duro feito pedra, indicados para os mais fortes e inabaláveis corações diante de tanto sofrimento, psicológico e familiar.

NOTA: 7,5

INFORMAÇOESPECIAIS:

Selton Mello não atua em Feliz Natal (2008), mas além de dirigir, também co-escreveu o roteiro, produziu e co-editou o longa;

A formação de um mito: Che – Parte I

A primeira parte da cinebiografia de Ernesto Che Guevara assinada por Steven Soderbergh, Che – Parte I (Che – Part One, 2008) deu a Benicio Del Toro o prêmio de melhor ator em Cannes no ano passado. Mais que merecido, sem ele o drama seria manco, surdo, mudo e sem sentido, ele É O FILME.

Dotado de um grande (e bom) elenco, incluindo Rodrigo Santoro, Catalina Sandino Moreno, Jorge Perugorría e Julia Ormond, todos com pouco tempo na tela, exceto por Demián Bichir como Fidel Castro, mas que parecem pequenos, frente ao gigante Che de Benício Del Toro.

Com uma (ótima) fotografia crua, Che - Parte I carece um pouco de ritmo, raspando na lentidão, exigindo assim do espectador uma maior atenção. Mesmo com interessantes idas e vindas no tempo (e seus fatos históricos), como forma de moldar o caráter do seu protagonista e toda sua dura formação, existe ao fim um sentimento incompleto da história, onde só testemunharemos por completo quando o segundo capítulo chegar.

NOTA: 7,0

INFORMAÇOESPECIAIS:
Quando estreou no Festival de Cannes em 2008, o filme de Steven Soderbergh era um só Che, com os capítulos O Argentino (Parte I) e O Guerrilheiro (Parte II) num total de quase 5 horas de duração. Para o mercado internacional editaram o longa, dividido em duas partes distintas. Alguns países adotaram os subtítulos para as partes I e II, respectivamente O Argentino (duas horas e onze minutos) e O Guerrilheiro (duas horas e catorze minutos), o qual não é o caso do Brasil;

O diretor Steven Soderbergh venceu o Oscar de direção por Traffic (2000) e a Palma de Ouro em Cannes (melhor filme) de Sexo, Mentiras & Videotape (1989).

*DANIEL HERCULANO é crítico de cinema formado em cursos com Pablo Villaça (Cinema em Cena), Ruy Gardnier (Jornal O Globo/Contracampo) e Joaquim Assis (Roteirista). Graduado em Comunicação Social é publicitário, produtor musical e assessor de comunicação. Atualmente escreve sobre cinema para a Revista O Grito (www.revistaogrito.com) de Recife-PE, e assina a coluna Listas em Cena no site Cinema em Cena (www.cinemaemcena.com.br);

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