Política 08/08/2014

Todos estão certos e pobre é a comunidade

notícia 7 comentários
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Érico Firmo ericofirmo@opovo.com.br

 

O mais triste no debate entre os dois grandes blocos que disputam as eleições no Ceará é que, em regra, todos os equívocos que apontam no lado adversário estão certos. O que um lado aponta como problema nas políticas do adversário tem procedência – até porque todos conviveram bem de perto, em diferentes momentos, conhecem-se bastante bem. Tomemos o exemplo mais significativo, na segurança pública. Cid Gomes (Pros) tem razão no que afirmou – o que não melhora nem um pouco as coisas para o seu lado, muito menos para o da população. O segundo e o terceiro governo Tasso foram realmente períodos calamitosos nas políticas de segurança pública, com crises sucessivas e descontrole dos indicadores. Só não foi pior que a atual gestão.


Tasso tomou posse pela segunda vez em 1º de janeiro de 1995. Recebeu o Estado de Ciro Gomes com taxa de 9,5 homicídios para cada 100 mil habitantes, referente a 1994. Em 1998, último ano daquele mandato, o índice alcançou 13,4 por 100 mil. Crescimento de 41% em quatro anos. Tasso foi reeleito naquele ano e, ao deixar o governo, em 2002, deixou índice de 18,9. A alta acumulada foi de 98,9%.


Mas não é fato que o índice tenha sido “sempre crescente”, como Cid afirmou. Considerando os dois últimos governos de Tasso, houve retração em 1998. E, indo mais para trás, caiu também em seu primeiro ano de administração, em 1987. E, novamente, em 1990. Tasso passou o governo a Ciro Gomes em março de 1991. De 1987, quando tomou posse, a dezembro de 1990, último ano completo que passou no Palácio do Cambeba, houve redução na taxa de homicídios em 0,01%.


Mas, o desempenho acumulado dos períodos tucanos em relação aos homicídios não é mesmo exemplo e nem serve de lição para nada. Mas o de Cid é pior.


Em 2006, último ano de Lúcio Alcântara, a taxa de homicídios no Ceará era de 21,8. Cid termina seu primeiro mandato com 31,9. A alta foi de 46,3% em quatro anos - contra os 41% de alta dos dois últimos governos Tasso. Índices todos horrorosos, mas piores agora. E o de Cid com um agravante. Embora o discurso da base aliada sempre atribua a crise estadual às circunstâncias nacionais, em 2010 foi a primeira vez em que a taxa de homicídios no Estado superou a média brasileira.


O ano de 2012 é o último ano sobre o qual há dados no mais recente Mapa da Violência, formulado com base no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e de as informações acima foram extraídas. Até lá, considerando seis dos oito anos de governo Cid, o aumento da taxa já havia sido de 104,5%, atingindo a marca de 44,6 homicídios por 100 mil habitantes. Crescimento já superior ao acumulado da era Tasso completa.


O fundamental nesse debate, entendo eu, não é a comparação nem chegar à conclusão sobre quem foi melhor ou pior. Essa é briga de roto com esfarrapado. Avanço de taxa de homicídios acima de 40% em quatro anos, ou dobrar em oito anos, é sinal de descontrole. Vale registrar que a taxa leva em conta o proporcional crescimento da população. Está-se falando de aumento real. O cenário é trágico e a forma como as coisas são colocadas podem servir ao embate político entre os partidos. Para a população, resta a certeza de que esteve, nesse campo, em péssimos lençóis tanto em um período quanto em outro.


Infelizmente, há muito de razão em praticamente tudo que criticam um no outro os dois homens que governaram o Ceará por mais tempo desde o Estado Novo. Para o povo, boa notícia isso não pode ser.


A ARENA VIRTUAL E OS MEIOS CONSOLIDADOS

É inegável o peso que as mídias sociais têm na transformação das campanhas políticas. E, com particular ênfase, nessa eleição, quando alguns dos mais virulentos confrontos, como o que se viu entre Ciro e Gaudêncio Lucena, ou bons debates, como o que há agora entre Tasso e Cid, foram travados pelo Facebook. Porém, têm sido os veículos tradicionais os responsáveis por dar visibilidade a esse espaço, dando dimensão que os perfis virtuais de cada um deles não possuem, além de alcançar também os não-simpatizantes. Foi quando publicada no Blog do Eliomar e no portal O POVO Online que muita gente se deu conta da “discussão”, digamos, entre Ciro e Gaudêncio. E, embora Tasso tenha participado de bate-papo virtual, Cid informou que tomou conhecimento do teor na matéria que O POVO de ontem publicou. A resposta do governador veio pelo Facebook. Mas muita gente viu em matérias no portal O POVO Online. Outros tantos estão tendo contato pelo jornal de hoje. Ou seja, as mídias sociais se consolidam, sim, como arena, mas a projeção que adquirem se multiplica exponencialmente quando repercutem em veículos de comunicação consolidados, com inserção em suas comunidades.

 

espaço do leitor
Jose Luciano Muniz Lima 09/08/2014 10:12
melhor que um castanhao gigante pra fornecer agua pra cocacola e corelatas era melhor ter construida uma dezena de acudes de porte medio que beneficiaria muitas cidades. Crateús quase fecha as portas por falta dágua e nada fizeram. O carro pipa tá comendo de esmola por falta de acudes
Samuel Vidal 08/08/2014 14:23
O Castanhão ia ter uma capacidade de apenas 1,2 bilhão de m³, foi o governo Tasso que decidiu politicamente fazer um açude colossal de 6,7 bilhões de m³, contra a vontade dos João Alfredos da vida. O açude tem no monento 2,3 bilhões acumulados, 42% de toda água armazenada em todos os açudes do Ceará
Samuel Vidal 08/08/2014 14:06
Quanto a geração de empregos, o Ceará sempre teve crescimentos de vagas formais acima do Brasil nos últimos 20 anos, sempre acompanhando a conjuntura nacional, apesar do nosso mercado de trabalho ser ainda bem mais informal que a média nacional.
Samuel Vidal 08/08/2014 14:01
Quanto ao Castanhão, a obra começou em 1995 e terminou em 2003, durante todo o mandato Tasso, querer tirar dele o mérito da obra, imputando isso a quem assinou um papel em 1989, beira ao delírio. E no Metrô e no Eixão, a gestão atual fez uma fração menor das 2 obras e tentou se apossar delas.
Samuel Vidal 08/08/2014 13:55
O pior de tudo é o governador querer criticar uma gestão anterior, quando a sua foi quase 3 vezes pior em termos de avanço na taxa de homicídios. Sem falar que a situação piorou dramaticamente entre 2012 e 2014, a taxa de homicídios do 1º semestre de 2014 rondou a casa dos 52 por 100 mil habitantes.
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