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Granja Portugal
“Normalmente, esta coluna tem tratado da história dos bairros de Fortaleza. Mas hoje peço licença para dar prioridade a uma coisa mais grave. O atendimento prestado pelo posto de saúde Jurandir Picanço aos moradores do bairro Granja Portugal.
A grande reclamação é voltada ao número limitado de vagas para atendimento. Para clínico-médico, por exemplo, são ofertadas apenas dez vagas por dia. “Desde 1 hora da madrugada que eu estava na fila do posto para conseguir uma consulta. Arriscando a vida. E não tem um tratamento bom... Se a gente vem atrás do médico é porque precisa”, reclama a aposentada Isabel Valentina da Silva, 66.
Dona Maria de Lourdes da Silva, 76, tenta marcar um simples exame de sangue desde outubro. Sem sucesso. “Eles dizem que o exame vai ser marcado no mês que vem, que depois é marcado para o outro mês... E não informam o dia que a gente tem que vir”, queixa-se. “O calcanhar de Aquiles do bairro é esse posto. É uma miséria humana. Só nos causa sofrimento e dor”, enfatiza o aposentado Milton Lima, 67.
Agentes de saúde também denunciam o baixo número de médicos no posto. São apenas quatro profissionais, sendo que só um deles é clínico-médico. Para piorar a situação, alguns desses médicos são cedidos a outros órgãos do Município (como o Hospital da Mulher), o que reduz a carga-horária de atendimento na unidade de saúde. Outro problema é em relação à reforma do posto, que ficou pela metade, e a recorrente falta de medicamentos na farmácia.
Cansados, os moradores decidiram arregaçar as mangas e deixaram de esperar só pelo poder público. Segundo a autônoma Antônia Mary da Silva, 41, desde o ano passado foi criado o Fórum de Saúde Comunitária da Granja Portugal, que debate os problemas de saúde e infraestrutura do bairro.
Questionada sobre os problemas do posto de saúde Jurandir Picanço, a Secretaria Executiva Regional (SER) V encaminhou um documento do Conselho Regional de Saúde, em que é diagnosticada a prioridade de concluir a reforma do CSF José Walter, pois o posto está sem atividades há dois anos. A Regional V informa que será feito um levantamento da situação dos demais postos de saúde, para que os problemas sejam mapeados e resolvidos.
Breve histórico
O dono de banca de jornal Antônio Nildes, 34, conta que os primeiros habitantes chegaram nas décadas de 40 e 50, vindos da zona rural. “A maioria da população é formada por diaristas, pedreiros, feirantes e artesãos”, acrescenta o agente de saúde José Martins.
Segundo Antônio Nildes, lá pela década de 70, chegou um português ao bairro, que instalou uma granja no local. Daí teria vindo o nome Granja Portugal. Dona Isabel Valentina chegou antes disso, em 1968. “O bairro aqui não tinha casa, estrada, luz, água. Nós ia (sic) buscar um baldinho d’água na cabeça para beber lá onde é o trilho da Jurema”. lembra. Para ir pegar ônibus na avenida Osório de Paiva, era preciso atravessar o rio Maranguapinho por cima de duas carnaúbas.
“Era um barraquinho aqui e outro acolá. Não tinha porta. Mas você dormia tranquilo. Hoje, está uma cidade em vista do que era. O que precisa melhorar aqui é segurança e o posto de saúde. É um descaso”, afirma ela.
SANEAMENTO BÁSICO
POPULAÇÃO QUER A AMPLIAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTO
2. A agente de saúde Maria da Conceição dos Santos, 46, denuncia que parte do bairro Granja Portugal ainda não é atendida pela rede de saneamento básico da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Segundo ela, o problema concentra-se nas residências próximas às ruas Teodoro de Castro e São Luís do Oeste. Maria da Conceição informa que muitos moradores acabam lançando os dejetos do canal que passa pela rua Umuarama.
RESPOSTAS. A Cagece informa que 40,28% do bairro Granja Portugal é atendido por rede de esgoto. Segundo a companhia, ainda neste semestre, serão realizadas obras de esgotamento sanitário na margem esquerda do rio Siqueira, o que beneficiará parte da região.
Sobre o lançamentos de dejetos no canal, a Cagece orienta que a população deve adotar soluções individuais, como fossas sépticas . O órgão lembra que o lançamento indevido de resíduos sólidos em ruas, mananciais ou canais, é uma prática ilegal e pode, inclusive, ser caracterizada como crime ambiental.
JUVENTUDE
MORADORES PEDEM ESPAÇOS DE LAZER E ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO
1. A comunidade da Granja Portugal critica a inexistência de espaços de lazer no bairro. “Esses jovens andam muito ociosos. É importante ter um projeto voltado para eles”, afirma o aposentado José Castelo Branco, 69. Por isso, os moradores reclamam a paralisação das obras da praça da Juventude, na praça da Granja Portugal, que deveria ter sido concluída em dezembro do ano passado.
O supervisor de vendas João Macário, 43, lamenta que todos os campos de futebol do bairro tenham dado lugar a outros tipos de equipamentos públicos. Já a autônoma Antônia Mary da Silva, 41, lamenta que o bairro, apesar de tão populoso, não tenha nenhuma escola de ensino médio.
RESPOSTAS. A SER V informa que discutirá a situação das obras da Praça da Juventude. Segundo o órgão, “sabe-se que os prazos de alguns contratos da obra estão vencidos, exigindo assim a realização de nova licitação”. Não foi dado prazo para solucionar o problema. A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informa que, dentro da delimitação oficial do bairro, existem quatro escolas estaduais de ensino Fundamental e Médio. Outras cinco unidades de ensino semelhantes e uma escola profissionalizante existem em um raio de até dois quilômetros. “Assim, o órgão não tem previsão para construir uma nova escola no bairro”.
EM ALTA
SÍTIO BETESDA
Projeto atende crianças e jovens, oferecendo atividades culturais e de lazer. No local, também são oferecidos cursos de capacitação. O principal objetivo é elevar a auto estima da comunidade.
EM BAIXA
SUJEIRA
O lixo espalhado pelas ruas do bairro é um risco à saúde dos moradores
39 MIL
O bairro Granja Portugal possui 39.651 habitantes
RONDA
O Povo nos Bairros publica o telefone de contato dos policiais do Ronda do Quarteirão no bairro Granja Portugal
3457 1004, 8623 4095 e 190
GRANJA PORTUGAL
É a cara do meu bairro
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Paróquia Santo Antônio. A igreja está localizada na praça principal da Granja Portugal e já se transformou numa referência para os moradores do bairro.
ALDEOTA
OFICINA ESTACIONA VEÍCULOS NA RUA
3. O leitor Raul Lira reclama que uma oficina localizada na avenida Senador Virgílio Távora estaciona os veículos na rua. “Ela se apodera de toda a região do entorno para estacionar os carros a serem consertados “, explica Raul. O objetivo seria liberar os galpões para o funcionamento durante o dia. Quando chega a noite, os carros são levados de volta ao interior do estabelecimento.
RESPOSTA: A Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) esclarece que, se os veículos estiverem parados em vagas onde é permitido estacionar, a oficina não está cometendo nenhuma infração de trânsito.
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