GENTILEZA 31/01/2018 - 07h00

Balé solidário: passos de elegância que encantam

Postura correta e sentimento de capacidade são benefícios que as aulas de balé inclusivo proporcionam. Todas as sextas-feiras, crianças e jovens com deficiência visual superam seus desafios por meio da dança
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Joyce Oliveira joyceoliveira@opovo.com.br

Fotos: Camila de Almeida
Na turma, existem alunas com baixa visão e cegueira total
Meia calça, collants, saia e sapatilha. Estes são itens que fazem as sextas-feiras de Ana Júlia e Giovana Emilly serem especiais. Com apenas seis anos de idade, as pequenas superam os desafios da deficiência visual e se aventuram fazendo plié e outros passos nas aulas de balé - ao entrar na sala, por sinal, a empolgação é notória. Ação iniciada no segundo semestre de 2017, o balé inclusivo, que atualmente soma 16 alunas de faixas etárias diversas, é uma parceria entre a Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) e a Escola de Ballet Goretti Quintela.

Selma Maria, mãe de Giovana Emilly, ficou sabendo das aulas após uma reunião que a SAC realizou para informar os pais sobre a parceria. Giovana participa dos encontros desde o começo da iniciativa e, segundo sua mãe, o balé já trouxe benefícios para a filha. "A dança fez com que a Giovana ficasse mais esperta e andasse de maneira correta. Às sextas-feiras, ela acorda mais animada, manda vestir a roupinha e já vem toda arrumada", conta. Selma afirma que, enquanto a parceria existir, sua filha participará das aulas.

Júlio Cesar acompanha a filha Ana Júlia em todas as aulas e garante que os momentos fazem bem para a pequena. "Hoje, a postura da Ana Júlia é outra. Além disso, ela se tornou mais obediente, já que aqui elas aprendem muito sobre regras", pondera. Ao ser perguntada sobre a experiência, Ana Júlia responde com entusiasmo: "eu me sinto nas nuvens". Além da filha, Júlio César leva outras crianças da SAC que não têm meio de transporte para a aula.

Segundo Goretti Quintela, professora e proprietária da escola, as aulas significam a realização de um sonho. "A escola é formadora e nós realizamos o trabalho para quem quer fazer balé. Essas crianças têm audição e concentração maravilhosas e nós temos técnicas específicas para esse público." As aulas do balé inclusivo são ministradas por quatro professoras: uma dita os passos e três auxiliam as crianças nos movimentos. A professora e coordenadora Vivian Castro conta que fazer parte da iniciativa é uma grande alegria. "É um trabalho muito especial. Quando nós plantamos essa semente, fazemos um algo grandioso", finaliza.

Cleydiana Freitas tem 29 anos e é uma das alunas do balé inclusivo
Superando limites
Cleydiane Freitas, 29, perdeu a visão aos 12 anos, porém nunca deixou que isso fosse empecilho para realização dos seus sonhos. A jovem, graduada em Educação Física, é bolsista da Escola de Ballet Goretti Quintela. Segundo Cleydiana, a dança fez com que ela se surpreendesse consigo. A partir de fevereiro, a aluna sairá da sua atual turma e passará a ter aulas com demais alunos da escola. "Comecei a fazer balé e me sinto muito satisfeita e realizada. Mesmo já tendo feito atletismo e natação, o balé era um tabu na minha vida. Depois que perdi a visão, não acreditava que fosse capaz de dançar, mas a escola veio para mudar isso", finaliza.

Bate-papo com o leitor
Escrever sobre algo de que se gosta já é bastante empolgante. Por isso, desde o momento em que recebi a pauta, fiquei ansiosa para que chegasse o dia em que iria à escola de dança conhecer as crianças que superam seus limites com a sapatilha. Ao chegar ao local, nada foi diferente do que pensei: além do sorriso sincero no rosto das crianças, era nítida a felicidade na face dos pais. Ver seus filhos aprendendo algo novo e superando sua deficiência faz com que cada minuto da aula valha a pena. Saí da escola com a energia restaurada. Foi um lembrete para mim de que nada é impossível.

Serviço
Escola de Ballet Goretti Quintela
Onde: rua São Paulo, N° 1718 – Jacarecanga (sede 1) / av. Viena Weyne, 900 - Edson Queiroz (sede 2)
Mais informações: 3238 2631 / 3271 4449
Instagram: @escoladeballet_gorettiquintela
Facebook: Escola de Ballet Goretti Quintela Centro

  • Na turma, existem alunas com baixa visão e cegueira total
  • Cleydiana Freitas tem 29 anos e é uma das alunas do balé inclusivo
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