O POVO LOUNGE 09/01/2018 - 08h00

Descubra a rotina necessária para disputar o Ironman

A entrada no mundo do Ironman requer disciplina do participante, aliada ao desejo de superar os limites do próprio corpo. Cearenses falam de suas recém-experiências no Hawaí
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Hamlet Oliveira hamlet.oliveira@opovo.com.br
Fábio Lima/O POVO

Levantar antes do sol aparecer. Preparar um café da manhã sugerido por um nutricionista. Partir para o primeiro treino da manhã, fazendo uma série a nado no Aterro da Praia de Iracema. Depois, ir para o trabalho, sempre mantendo a alimentação regrada com o passar do dia. Para finalizar e entrar tranquilo no fim de semana, um treino focado, com algumas dezenas de quilômetros rodadas na bike. Essa é a realidade de muitos ironmen fortalezenses.

Uma das provas mais desafiadoras para atletas ao redor do mundo, o Ironman consiste em um triatlo em larga escala, combinando provas de natação (3,8 km), ciclismo (180 km) e corrida (42 km). Há duas variações distintas: a full e a 70.3, com metade da distância dos percursos. Já uma tradicional cidade dentro do percurso do evento, Fortaleza recebeu em novembro deste ano a modalidade 70.3.

Treinar para uma competição tão árdua pode chegar a ser mais exaustivo que a prova em si. É o que acredita Paula Ponte, de 22 anos, mas com experiência de quatro competições na bagagem. “Sempre pratiquei esporte e desde criança sou muito ativa. Mas comecei a me interessar pelo triatlo quando conheci meu namorado, Nilo Cottini, que já era praticante do esporte. Na época, eu estava começando a faculdade e querendo achar algo que me fizesse sentir realizada. E o triatlo foi isso”, conta a jovem.

Mateus Dantas/O POVO
A atleta cearense Paula Ponte, apesar da pouca idade, vem ganhando destaque nas competições de Ironman ao redor do mundo

Os treinos envolvem muita dedicação e a rotina de Paula molda-se de acordo com cada prova em que está inscrita. “Em geral, treino pelo menos uma modalidade por dia, entre natação, ciclismo e corrida. Porém, quando está perto de competição, chego a treinar três vezes por dia: de manhã cedinho, às 5 horas da manhã, na hora do almoço e à noite, depois do expediente.”

Em 14 de outubro deste ano, Paula participou do Campeonato Mundial de Ironman em Kona, no Havaí. A experiência, contudo, foi insatisfatória para a cearense. A competidora terminou na 13ª posição de sua categoria. Na busca de recuperar o nível nos treinos, Paula não participou da prova de Fortaleza, realizada no último dia 26 de novembro, para focar na etapa da África do Sul, em 2018.

Por ser um preparo muito exaustivo, a triatleta alerta que, para entrar no mundo do triatlo, é importante focar-se no desafio e sair da zona de conforto. “É um esporte muito envolvente. Então, é muito fácil você deixar coisas importantes como família, amigos e vida social de lado. Algumas vezes, as coisas que deixou de lado não voltam. Tem que pesar se vale a pena deixar de ir ao casamento do primo, por exemplo, porque tem treino no outro dia. E se na prova seu pneu fura? A prova termina ali e o casamento do seu primo nunca volta. Você vai precisar de muita disciplina, muito mais do que o que imagina”, comenta.

Volta por cima
Após ter um problema de saúde que o fez repensar a atenção com os cuidados pessoais, o empresário da área de eventos Francisco Carvalho Júnior, de 53 anos, resolveu voltar à vida esportiva. Ligado em atividades físicas durante a juventude, Carvalho conta que o hábito foi abandonado no início da fase adulta. Aos 39 anos, começou a correr sem compromisso na avenida Beira Mar. Logo, o contato com amigos praticantes de triatlo levou-o a entrar nesse mundo, com o Ironman sendo a gradação natural.

Acervo pessoal
De 2007 para cá, o empresário Francisco Carvalho Júnior competiu em 12 Ironman full e 36 Ironman 70.3.

“Comecei devagarinho. Procurei uma assessoria, com treino com planilha para melhorar o desempenho. Em 2005, participei da minha primeira prova, mas fiz um tempo muito acima do que queria, que foi de 15 horas e três minutos. Em 2006, levei uma queda e fraturei a clavícula. Contudo, voltei em 2007 e, de lá pra cá, foram 12 Ironman full, 36 Ironman 70.3, dos quais quatro foram mundiais do 70.3”, conta.
Em 2017, Carvalho realizou o sonho de competir no campeonato mundial em Kona, em outubro, após se classificar na etapa de Fortaleza em 2016. Pelo fato de, durante a competição, o pneu de sua bicicleta ter furado, o empresário teve que pedalar por 22 km com muito mais esforço. Em novembro, ele também esteve na prova da capital cearense, ficando em 6º lugar na faixa entre 50 e 54 anos.
Sobre a prática de triatlo, Carvalho ressalta que não tem interesse em praticar apenas uma das atividades, evitando realizar apenas maratonas, por exemplo. “Eu gosto é do pacote completo”, conta.

Dica para quem vai começar
“A dica que eu dou é que a pessoa não atropele etapas. Esqueça um pouco o Ironman e outras marcas. Primeiro, deve-se ser triatleta para depois ser Ironman. Esse é apenas um título que se recebe por fazer uma prova. Mas comece com provas curtas, como sprint triatlo, depois o triatlo olímpico. Muitas pessoas tentam entrar logo no Ironman, mas aí vêm as lesões e elas desistem em seguida. O ideal é procurar bons profissionais de saúde, depois um nutricionista e um fisioterapeuta para complementar o preparo”, sugere Francisco Carvalho.

ESTILOS DE IRONMAN
Ironman Full - A prova completa,
com o máximo de desafio aos competidores. Seu torneio mundial é realizado anualmente em Kona, no Havaí.
Natação - 3.8 km
Ciclismo - 180 km
Corrida - 42 km

Ironman 70.3 - Exatamente a metade do Ironman Full, foi a competição realizada em 2017 em Fortaleza.
Natação - 1.9 km
Ciclismo - 90 km
Corrida - 21 km

Triatlo Olímpico - Uma prova mais leve, quando comparada ao Ironman, o triatlo se tornou olímpico em 2000.
Natação - 1.5 km
Ciclismo - 40 km
Corrida - 10 km

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