De acordo com levantamento divulgado em 2016 pelo Ministério da Saúde, o sexo masculino vive sete anos a menos que o feminino. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez, aponta que a expectativa de vida dos homens, em 2013, chegou a 71 anos, enquanto a das mulheres atingiu 78 anos. Negligência e preconceito são, de acordo com especialistas, os principais motivos que levam homens a essa condição. Em geral, o público masculino realiza menos consultas preventivas e emprega menos atenção à saúde.
"O homem pensa que é diferente e que não adoece. E, por pensar isso, acha que não precisa procurar o serviço de saúde", defende o médico Wagner Coêlho Porto, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A ausência dessa cultura em meio aos homens contribui para o surgimento de inúmeras patologias. Doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e câncer de próstata são, diz o profissional, as que mais afetam o sexo masculino. Falta de atendimento adequado e de horários flexíveis, somada à má qualidade da saúde pública e à ausência de campanhas educativas voltadas ao público masculino, também são elementos que colaboram com esse quadro.
"Muitos horários de atendimento são no período de trabalho. E é claro que eles vão preferir ficar no trabalho a ir para uma consulta. Esse conjunto de fatores - serviço, horário e cultura - faz com que o homem não dê atenção adequada à prevenção da saúde", explica o médico. Segundo Coêlho, a mudança dessa realidade é possível. O especialista destaca que, para tal, é preciso que a Urologia esteja vinculada a alertas preventivos, por exemplo, e ressalta que a família pode ser uma grande aliada no momento em que incentiva o homem a realizar consultas médicas periodicamente.
Tabus que precisam ser quebrados
O câncer de ânus e o human papiloma virus (HPV), que têm vínculo com a atividade sexual, são doenças a que os homens precisam estar atentos. A consulta com o coloproctologista pode ser uma das alternativas para evitar problemas decorrentes de patologias como essas. Segundo o médico Érico de Carvalho Holanda, um dos momentos em que o acompanhamento deve ser iniciado é quando há início da relação anal. "Assim como a mulher precisa realizar a visita uma vez por ano no ginecologista quando inicia a vida sexual, há necessidade de ser realizada a consulta com o coloproctologista quando a relação sexual do homem é iniciada", afirma.
Carvalho diz que é possível perceber que existe timidez e preconceito quando os homens procuram a especialidade para tratar de assuntos relacionados à vida sexual e que é preciso que esses tabus sejam quebrados. "Se iniciou esse tipo de relação, é preciso ir ao coloproctologista, pois ele vai começar um programa para traçar a prevenção contra qualquer câncer e inflamação", alerta.
Cuidados por faixa etária
Dos 20 aos 30: exames que detectam as doenças sexualmente transmissíveis não podem passar em branco.
Dos 30 aos 40: exames de sangue para o controle do colesterol HDL devem ser realizados com frequência.
Dos 40 aos 50: nesta faixa etária, a atenção maior é com o câncer de próstata. Exame de toque retal, ultrassom e atenção para alterações como ardência e dificuldade de urinar são bastante importantes.
Depois dos 50: aqui, o alerta é com hipertensão, colesterol e câncer de próstata. Exames para tais doenças devem ser feitos anualmente.
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