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EXPOSIÇÃO. XILOGRAVURA 30/11/2016

Repórter faz visita guiada a Bestiário Nordestino

A repórter Teresa Monteiro fez uma visita guiada à exposição Bestiário Nordestino. Entre xilos e cordéis, descobriu um outro retrato da região
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Teresa Monteiro teresamonteiro@opovo.com.br
FOTO FÁBIO LIMA
Curador da mostra, Marquinhos Abu apresentou a exposição à Teresa Monteiro


Convido você, caro leitor, a sair do convencional. A mergulhar num universo paralelo onde bestas, carrancas e diabos convivem em harmonia (será?) com figuras do imaginário popular, de Padim Ciço ao rei do cangaço Lampião. Um autêntico e fascinante bestiário - que, ao fuçar o dicionário, li designar “a obra didática da Idade Média, com descrição de animais reais ou fabulosos, bem como o conjunto de iconografia animalista medieval, abundante sobretudo em escultura”.


Convite devidamente aceito, adentremos a Multigaleria do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema. Sob a curadoria dos artistas visuais Rafael Limaverde e Marquinhos Abu, a exposição Bestiário Nordestino (em cartaz até 30 de dezembro) apresenta ao público da mais tradicional à novíssima geração de gravadores. A ideia da mostra surgiu a partir do projeto Oco do Mundo, de Rafael, tocado à frente a partir de financiamento independente.


Percorrendo de carro os estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco, a dupla elaborou a exposição que perpassa por várias outras histórias. “Aqui no canto, a gente reuniu algumas fotos que mostram um pouco esse roteiro que nós fizemos (que durou 14 dias). Então a gente tem mestres de 80, 90 anos de idade, que são reconhecidos mundialmente, mas que aqui nem tanto”, explicou Abu.


A obra Equidna, de Rafael Limaverdade, desencadeia as demais. A maior xilogravura presente em Bestiário Nordestino é a do cearense Francisco de Almeida com seres metade gente-metade bicho. Ao lado, dois dragões do conterrâneo Sebastião de Paula passam a bola para o pernambucano de Bezerros, J. Borges. “Essa é a primeira vez que um trabalho de J. Borges vem a Fortaleza”, revela Abu, que lamenta a inexistência de mulheres gravadoras. “Até achamos, mas nenhuma que se enquadrasse na proposta”, diz.


“A história da xilogravura vem muito atrelada ao cordel porque, no começo, o que acontecia? Os caras escreviam suas histórias, mas não tinha quem as ilustrasse. Aí eles passaram também a fazer isso. O José Costa Leite (Condado/ PB), por exemplo, é um desses mestres que até hoje vende seus trabalhos da forma antiga, versando”.


Para além das peças em xilogravura, Abu e Rafael selecionaram alguns cordéis significativos que alicerçam ainda mais essa ligação entre as duas linguagens. Tem-se desde os famosos causos de João Grilo, A chegada de Lampião no inferno, A mulher que botou o Diabo na garrafa e O cão da Itaoca a títulos inusitados como O bicho maior come o bicho menor e o sabido come os três, de Abraão Batista.


E figuras míticas com tatuagem, pode? Pode sim! Do nosso Cariri, uma galerinha nova, de acordo com Abu, “é mais híbrida ainda”. Adriano Brito, do coletivo Xicra, é um desses nomes que engrossam o Bestiário ao lado de Carlos Henrique Soares, inserindo-se na arte urbana através da técnica do lambe-lambe e da possibilidade de diálogo com outras linguagens. Guto Bitu, também cordelista da região, participa da coletiva.


Em 2017, a exposição irá desdobrar-se em livro-catálogo e filme com o registro por inteiro da jornada. É isso, bem-vindos ao Nordeste!

 

SERVIÇO

 

Bestiário Nordestino

Quando: até 30 de dezembro

Onde: Multigaleria do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)

Horários de visitação: de terça a domingo, das 14 às 21 horas (acesso até 20h30min)
Entrada franca.

Telefone: 3488 8600

 

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