[an error occurred while processing this directive] O desaguar de Silvero Pereira | O POVO
NOVA TEMPORADA. BR TRANS 05/01/2016

O desaguar de Silvero Pereira

Com histórias cruzadas sobre medo, solidão, alegria e renascimento, espetáculo documental retorna hoje aos palcos de Fortaleza
notícia 0 comentários
{'grupo': 'especial para O POVO', 'id_autor': 16507, 'email': 'isabelcosta@opovo.com.br ', 'nome': 'Isabel Costa'}
Isabel Costa isabelcosta@opovo.com.br
{'grupo': '.', 'id_autor': 18839, 'email': 'jadersantana@opovo.com.br', 'nome': 'J\xe1der Santana'}
Jáder Santana jadersantana@opovo.com.br
CAIQUE CUNHA/DIVULGAÇÃO


Gisele Almodóvar e Silvero Pereira, respectivamente alter ego artístico e ator, circularam pelos principais palcos brasileiros durante 2015. Depois de encantar audiências e arrancar suspiros da crítica, o espetáculo volta a Fortaleza para quatro apresentações no Teatro Dragão do Mar. Mais do que um monólogo, um apelo ou uma mensagem, BR Trans apresenta uma imersão nos dramas e nas alegrias vividas pela população de travestis, transexuais e transformistas brasileiras.


 

Sozinho, ele encara o vestido vermelho, o salto alto e as plateias. Os elogios rendidos ao espetáculo foram muitos. E não apenas pela qualidade cênica da montagem ou pela desenvoltura incontestável de Silvero. É a pesquisa documental cuidadosa, feita com meninas de várias idades, que dá o tom da montagem. “As pessoas me dizem que nunca tinha olhado para o universo trans dessa forma, dizem que hoje conseguem entender melhor a vida delas e que, ao passar por uma esquina, conseguem olhar para uma travesti de maneira diferente”, argumenta o ator, que idealizou o desenvolveu o espetáculo enquanto membro do Coletivo Artístico As Travestidas.


A peça coloca em cena várias histórias cruzadas e complementares sobre medo, solidão e morte, como um espelho das inquietações que movem Silvero e que o autor pôde coletar a partir de fragmentos dos depoimentos que encontrou em suas pesquisas. Silvero conversou com travestis, transexuais e transformistas entre os estados do Ceará e Rio Grande do Sul. Histórias cotidianas de violência, de injustiça e de exclusão compõem a colcha de retalhos de BR Trans.


A pesquisa se apoia na perspectiva do teatro enquanto instrumento de transformação social, e na arte transformista como instrumento que legitima a linguagem cênica própria da cultura LGBT. BR Trans aparece na lista das dez melhores peças de 2015 elaborada pelo jornal O Globo – ao lado de espetáculos como O homem primitivo, Krum e Caranguejo overdrive. E é finalista em quatro categorias do prêmio popular Aplauso Brasil. Um reconhecimento público que vem para a montagem, mas, também, para uma temática que por décadas foi invisibilizada.


A peça retorna a Fortaleza com o mesmo espírito que possuía quando entrou em circulação nacional: uma bandeira de subversão diante de um sistema exterminador de travestis, transexuais e transformistas. Pelo menos 500 morrem todos os anos vítimas da violência no País – pontua Silvero. A brutalidade se apresenta em duas formas primordiais: os assassinatos, que em geral permanecem sem esclarecimento diante do sistema de Justiça, e os suicídios. “Me incomoda uma pessoa decidir tirar a própria vida por não suportar viver nessa sociedade”, lamenta o ator.


O diferencial, porém, é ir além das histórias de tragédia e sofrimento. Se a obra de Silvero joga luz sobre os crimes de ódio, também reafirma a potência da arte enquanto estratégia de subversão -levando aos palcos tramas de superação, de vitórias e de enfrentamento aos preconceitos.

 

SERVIÇO

 

BR Trans

Onde: Teatro Dragão do Mar (Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)

Quando: hoje, 5, e nos dias 12, 19 e 26 de janeiro

Horário: 20 horas

Ingressos: R$ 6 (inteira) / R$ 3 (meia).

Classificação indicativa: 14 anos

Informações: 3488 8608


Metrópole

Onde: Caixa Cultural Fortaleza (Av. Pessoa Anta, 287 – Praia de Iracema)

Quando: de quinta-feira, 7, até domingo, 10

Horário: quinta-feira a sábado, às 20 horas e, domingo, às 19 horas

Ingressos: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia) – vendas a partir de quarta-feira, 6.

Classificação indicativa: 14 anos

Informações: 3453 2770


SAIBA MAIS


Em 2015, BR Trans circulou por São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Santa Catarina. Houve também uma apresentação em Miami (EUA).


O espetáculo é parte do projeto BR-Trans: Cartografia Artística e Social do Universo Trans no Brasil, do qual Silvero faz parte. A gaúcha Jezebel De Carli é a diretora da peça, que já foi assistida por mais de dez mil espectadores.


Entre os especialistas que publicaram opiniões sobre BR Trans, em 2015, estão Valmir Santos, Rodrigo Monteiro, Gustavo Fioratti e Tânia Brandão - para quem “a busca da auto realização, uma trajetória difícil, desde as primeiras dúvidas acerca da identidade pessoal, na infância, se projeta como divisão interior, dilaceração, dor, sofrimento, humilhação, uma atmosfera sombria agravada pela violência tosca que caracteriza a sociedade brasileira”.


A montagem Uma flor de dama, uma das produções mais famosas de Silvero Pereira e que também trata da temática trans, será encenada no Teatro Sesc Emiliano Queiroz nos dias 16, 17, 23 e 24 deste mês. Outra peça, Quem tem medo de travesti, será apresentada no dia 29 de janeiro no Cuca Barra e no dia 30 no Cuca Mondubim.

 

espaço do leitor
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro a comentar esta notícia.
0
Comentários
500
As informações são de responsabilidade do autor:
  • Em Breve

    Ofertas incríveis para você

    Aguarde

Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje

Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object

ACOMPANHE O POVO NAS REDES SOCIAIS

Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo

Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>

O POVO Entretenimento | Vida & Arte