[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
Adriano Espínola abre seu livro Escritos ao Sol poetizando o amanhecer: “Feito um cão solto, / súbito o sol / salta janela / adentro do quarto”. Como uma homenagem à cidade natal, Espínola parte do espaço doméstico, íntimo, e deixa a imaginação livre para passear pelas ondas de Iracema, o calçadão do Meireles, as jangadas do Mucuripe. “O livro todo se passa em Fortaleza. Todos esses poemas foram escritos ao sol da Cidade”, comenta o autor em entrevista antes do lançamento da antologia, que acontece hoje, às 19h, na Livraria Cultura.
Escritos ao Sol reúne 99 poemas, a maioria já publicada em livros como Praia Provisória (2006), e Beira-Sol (1997), além de dez textos inéditos. O rigor estilístico de Espínola serve de alicerce para uma obra urbana, cosmopolita, que transita “pelas ruas e curvas da cidade, e pelos confins das margens”, como define o professor e escritor Eduardo Portella na apresentação do livro.
Na entrevista a seguir, Espínola fala sobre inspiração, as cidades de sua vida e a importância que Fortaleza tem em sua obra.
O POVO: Como os novos poemas dialogam com as obras passadas?
Adriano Espínola: Esses novos foram poemas que estavam na gaveta e ficaram inacabados na época em que eu escrevi. Eram poemas que eu não tinha conseguido concluir. Outros surgiram agora, mas dentro daquele mesmo espaço temático e formal, de maneira que foram inseridos de forma que fizessem parte sem causar estranhamento. A grande unidade do livro é o sol, a luminosidade, a claridade. Eu tinha poemas que se passavam à noite, então esses eu resolvi retirar.OP: Como a cidade, a praia e o sol se modificaram na sua poesia ao longo do tempo?
Espínola: Convivi, garoto, com alguns pescadores antigos do Mucuripe, cheguei a ver arrastões de peixe. Isso me marcou muito, sabe? Me marcou muito essa solaridade tão intensa. E como eu vivenciei isso na pele, repercutiu na alma, entranhou-se, eu diria. De forma que a minha poesia expressa, em grande parte, sobretudo nesse livro, essa experiência praiana, solar, com muita intensidade. Então, o sol foi meu grande professor de poesia, porque ele me ensinou a ver as coisas. Esse sol, assim, pontiagudo, cortante, muito forte, muito intenso, fez com que as coisas fossem vistas com um certo fulgor existencial e sensorial ao mesmo tempo.OP: O senhor está morando no Rio de Janeiro, mas Fortaleza continua acompanhando seus poemas. Como mantém essa relação tão forte?
Espínola: Geralmente, eu venho uma vez por ano a Fortaleza, e toda vez que eu volto me surpreendo com a transformação urbana da cidade. Nos lugares onde antes havia uma casa, hoje há um edifício. E isso me fascinou muito, o crescimento urbano de Fortaleza, e busco expressar isso em alguns poemas. No Fala, Favela, por exemplo. No Táxi também está a expressão desse desenvolvimento urbano. Eu também parto do princípio de que o carma humano, se bem expresso, onde for, pode se tornar universal. Por isso busco expressar a realidade que eu vivenciei, mas fazendo disso também umaexpressão universal.
SERVIÇO
Lançamento do livro Escritos ao Sol, de Adriano Espínola
Quando: hoje, às 19hOnde: Livraria Cultura (Avenida Dom Luís, 1010 - Aldeota)
Páginas: 144Quanto: R$ 28
Telefone: 4008 0800Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
O POVO Entretenimento | Vida & Arte