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CINEMA. TIRADENTES 29/01/2015

Núcleos temáticos dominam mostra competitiva de curtas em Tiradentes

Em dois dias de exibição e com dois cearenses selecionados, Mostra Foco se centra em núcleos temáticos com sessões de potencialidades distintas
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Outubro Acabou (RJ) equilibra discurso político com várias camadas de acessibilidade à mensagem
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André Bloc

ENVIADO A TIRADENTES*

andrebloc@opovo.com.br


Assim como a Mostra Aurora, que na segunda-feira, 26, abriu com o cearense O Animal Sonhado, a Foco iniciou a primeira série de curtas-metragens com uma perna da produção cinematográfica cearense dentro da Mostra de Cinema de Tiradentes. Entre os quatro filmes exibidos, o ensaio niilista de Pedro Diógenes Filme Selvagem e a co-produção Ceará/ São Paulo A Era de Ouro, de Leonardo Mouramateus (CE) e Miguel Antunes Ramos (SP), representaram o estado. A 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes segue até sábado, 31, na cidade do interior de Minas Gerais.


Tanto quanto os filmes, a curadoria da Mostra Foco chamou a atenção. No primeiro dia, três dos quatro curtas discutiram de formas bem diversas o fazer artístico. Mais diretos em sua proposta, o agressivo Filme Selvagem e o encantador Outubro Acabou, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes, dominaram a discussão – e as polêmicas.


Na própria obra, Pedro Diógenes assume o discurso de um texto escrito pelo irlandês Oscar Wilde em 1891 para alegar que o artista nunca deve buscar agradar o público, sob o risco de virar um “animador de torcida”. Na exibição durante a noite, porém, o filme pareceu ir em rota oposta à sua tese, sendo o mais aplaudido por um público já mais que familiar às proposta estéticas e conceituais do Coletivo Alumbramento, do qual Pedro faz parte.


Transitando simultaneamente em diversas camadas de som e imagem, o filme-ensaio assume o discurso niilista e anarquista para questionar o fazer artístico, em uma contraposição entre a acessibilidade do cinema comercial e o hermetismo do processo de arte.


A obra seguinte da sessão, A Era do Ouro, segue os questionamentos ao contrapor personagens oriundos de uma esfera de arte, mas modificado pelo mundo corporativo. Para Miguel Antunes Ramos, o curta é quase um “anti-filme” de Leonardo Mouramateus, já que na cinematografia do cearense as festas e danças são sempre catárticas e libertadoras, enquanto na parceria os movimentos remetem à prisão patronal.


A noite de competição chegou ao fim com Outubro Acabou, que soou quase como uma resposta ao Filme Selvagem. Dirigido pelo casal formado por Karen e Miguel e protagonizado pelo caçula da dupla, Tontom, a obra discute o fazer artístico e o engatinhar da linguagem cinematográfica ao apresentar o cineasta como uma criança em meio ao afã artístico. Um encantador, o outro incômodo. Um leve, o outro carregado. Um acessível, o outro hermético, os filmes acabaram somando forças para uma sessão poderosa. A dianteira, no entanto, ficou com a leveza de Outubro Acabou, que consegue rir de si mesmo e da megalomania do fazer artístico/cinematográfico.


Quem “sobrou” foi o eticamente questionável Ilha, de Ismael Moura, e que diminuiu frente a conexão dos curtas exibidos em seguida.


Série 2

Na terça-feira, segundo dia de exibição da Foco, os quatro filmes selecionados usaram o desencontro como pauta para desmembrar o afeto. Ao contrário do dia anterior, mais que potencializar os discursos, a sessão acabou perdendo força.

 

A melhor obra da noite foi quem abriu a exibição. No Dia em que Lembrei da Viagem a Bicuda, de Vitor Medeiros (RJ) virou piada corrente como um novo segmento de O Animal Sonhado, exibido na noite anterior, já que tanto o curta como o longa tratam de sexualidade. Mais ingênuo e naturalista, Bicuda chega a trazer um complemento que falta ao filme cearense, com um sexo mais constrangedor e a lembrança do uso de preservativos. Mas, no geral, o curta corre o risco de passar despercebido.


Bem irregulares, Homem na Estrada, de Felipe Terra (SP) e “rmat Jakawinaka – Vidas Ausente, de Ronaldo Dimer (SP) pouco contribuíram com a noite. Já A Outra Margem” de Nathália Tereza (MS) introduziu uma nova geografia de personagem, com a história de um “agroboy” sul-matogrossense que luta entre a grosseria e uma sensibilidade piegas.


* O repórter viajou a convite da organização da Mostra

 

Multimídia

O curta-ensaio Filme Selvagem, do cearense Pedro Diógenes, está disponivel no site do Coletivo Alumbramento (alumbramento.com.br), bem como Tribuna de Honra, de Aline Portugal , Julia De Simone, Marcelo Grabowsky e Ricardo Pretti e Os Últimos Raios de Sol, de Luiz Pretti.

 

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