Nos últimos sete meses, o diretor teatral Gilberto Gawronski repetiu por sete vezes a ponte aérea Rio de Janeiro/Fortaleza. O gaúcho radicado no Rio foi convidado como tutor pelo grupo cearense formado pelos atores Ari Areia, Tavares Neto e Gabi Gomes, artistas selecionados para o Laboratório de Pesquisa Teatral do Porto Iracema das Artes. “O interessante de um laboratório como esse é ver a vontade dos jovens de estar à frente de um projeto. Eles estão propondo e não só embarcando em projeto de outros”, avalia Gawronski.
O resultado do processo de trocas entre o diretor e os artistas é a peça Caio e Léo, que será apresentada na próxima quinta-feira na Mostra Especial do Porto Iracema das Artes, parte dos festejos de 15 anos do Centro Dragão do Mar.
A mostra contemplará várias linguagens - um reflexo da diversidade que o Porto persegue -, incluindo teatro, cinema, dança, audiovisual, música, tudo distribuído entre os laboratórios e cursos básicos e técnicos.
Alguns artistas, entretanto, questionam procedimentos do Porto Iracema. Para Rosa Primo, coordenadora do curso de dança da Universidade Federal do Ceará (UFC), ainda há uma série de indagações sobre a forma como a dança está sendo conduzida pela instituição. “A meu ver, o curso técnico teve que sofrer um rearranjo para caber na estrutura do Porto Iracema e essa estrutura me parece frágil, sobretudo quando visualizamos uma possível mudança de gestão em breve”, analisa. O Curso Técnico em Dança existe há oito anos e foi incorporado ao Porto no ano passado.
Rosa cobra “clareza do aporte financeiro e de reconhecimento técnico” do curso. A bailarina e pesquisadora afirma que, historicamente, a dança foi sendo negligenciada por falta de “gestões sensíveis” à linguagem, citando como exemplo positivo a proposta construída na Vila das Artes, equipamento da Prefeitura de Fortaleza.
Outro problema é mencionado por Silas de Paula. O fotógrafo e professor universitário diz ser necessário, ao pensar a formação, ouvir os interessados “em mudanças qualitativas e não só em seus projetos pessoais”.
Silas afirma que, a cada começo de gestão cultural, é sugerido diálogo com a classe artística, mas, “quando o político assume, esquece tudo”. (Paulo Renato Abreu)
RESUMO DA SÉRIE
Na série especial “15 anos do Centro Dragão do Mar”, o Vida&Arte discutiu aspectos que envolvem o maior centro cultural do Estado. Ao longo de todo o mês de abril, a série abordou a agenda cultural renovada, infraestrutura e entorno degradados e a retornada do processo de formação.
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