ASSÉDIO SEXUAL 27/06/2014

Assentos preferenciais para mulheres em ônibus geram polêmica

Coletivos feministas discordam do teor segregacionista da medida; autor reforça que lei tem caráter "educativo"
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Carlos Mazza carlosmazza@opovo.com.br

Medida que torna todos os assentos de ônibus em Fortaleza preferenciais é especialmente polêmica no ponto que amplia o direito para mulheres. Segundo o autor da proposta, vereador Carlos Dutra, a medida reduzirá casos de assédio em coletivos.

“Para solucionar este problema, é a educação que deve ser mudada. Isso não vai fazer diferença”, diz o produtor em audiovisual Felipe Meneses. O argumento é questionado pelo autor da proposta: “Essa lei já tem teor educativo, pois cria um sentimento de conscientização com a situação do próximo”, diz Dutra.

A professora de Literatura em Língua Inglesa da UFC, Lola Aronovich, destaca que a questão é polêmica inclusive entre feministas. “A maior parte dos coletivos feministas são contra, porque não são a favor da segregação”, diz. Ela ressalta que medidas do tipo ainda costumam ser desrespeitadas, como no caso de vagões exclusivos de trens no Rio de Janeiro.

"A impunidade reina"

Autora do blog feminista “Escreva Lola Escreva” desde 2008, ela conta que já recebeu muitos e-mails de vítimas de abuso em coletivos, inclusive de mulheres assediadas enquanto dormiam em viagens longas. “Não sei por que casos de abuso são tão comuns. Acho que é porque a impunidade reina. Ainda há uma aceitação social grande acerca disso, ainda é tratado como piada”, diz. Ela cita quadro do programa humorístico Zorra Total onde uma mulher “encochada” é incentivada a enxergar a agressão como “oportunidade”.

Quanto à questão dos assentos preferenciais, Lola aponta que campanhas institucionais contra abusos sexuais, com apoio de meios de TV, poderiam ser medidas mais eficientes para reduzir o problema. “Muita gente ainda não sabe que esses abusos são crimes. Seria interessante ter uma campanha explicando isso, encorajando as mulheres a denunciar e a reagir”.

A professora também destaca a importância da reação das vítimas para redução da impunidade. "Sei que a primeira reação é se culpar e ficar com vergonha, mas é preciso criar um ambiente de solidariedade feminina. A esmagadora maioria das mulheres já passou por isso, então por que se calar? Tem que botar a boca no trombone!".

 

Confronto das ideias

Você concorda com a lei aprovada pela Câmara Municipal de Fortaleza que garante prioridade em todos os assentos de transportes coletivos para mulheres, idosos, obesos e pessoas com deficiência?

 

SIM
“Eu apoio muito. Todas as pessoas têm realmente muita dificuldade e fragilidades nos ônibus. Mas o caso da mulher, que é uma preferência nova que a lei está abrangendo, é importante por conta do abuso sexual e falta de respeito de muitos homens dentro dos ônibus”. Moises Santiago, comerciante


NÃO
“Não, porque acho que o projeto é bastante vazio em sua concepção, principalmente no que diz respeito à proteção da mulher. Mesmo estando sentada, isto não garante inviolabilidade a ela. A falta de punições também esvazia a lei, dando brecha para que os direitos de tais minorias sejam ainda mais desrespeitados”. Filipe Dias, estudante

> TAGS: lei ônibus
espaço do leitor
Camila 01/07/2014 15:46
Sr. Marques, só na sua cabeça que a maioria das mulheres que pega ônibus está "indo passear"...aff, cada coisa ridícula que homem fala....
Bruno 28/06/2014 18:59
o problema e o sistema de transporte publico ineficiente e precário com poucos ônibus rodando, e outra coisa o transporte não é publico "grátis" e sim pago, se eu paguei tenho direito de ir sentado. e não em pé como animais.
samuel 28/06/2014 11:31
Proposta ridícula e "insolucionável".... não são as mulheres que defendem que os sexos são iguais? Que homem e mulher devem ter os mesmos direitos? O deve melhorar é o sistema de transporte público como um todo, e não medidas maquiadoras de político oportunista querendo aparecer! Absurda e
marques 28/06/2014 11:27
Não concordo,pois a maioria das vezes o homem vem ou vai para o trabalho,e a mulher vai ou vem passear.E aí?
Pedro Gurgel 28/06/2014 10:23
Independente de isonomia, o fato é que nosso transporte público é que é ineficiente. Há poucos ônibus e muita gente para usá-los. Inclusive por isso há tanto carro nas ruas...
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