[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] O general indignado | Páginas Azuis | O POVO Online
05/04/2009 - 21h04

O general indignado

Militar reformado, 85 anos de vida, o general Torres de Melo mantem um ritmo de atividades impressionante. No Lar Torres de Melo, na coordenação do grupo Guararapes, trocando emails com todo o Brasil ou acompanhando a política e a vida do País. Ou, como diz e enfatiza, “do meu País”

Guálter George
da Redação



Torres de Melo é, em essência, um indignado. Ninguém precisa concordar com as teses que defende, e nem ele diz que pretende que assim o seja, mas sua visão sobre o mundo, em especial sobre a realidade nacional, a de hoje e a histórica, contempla uma parte do pensamento nacional que encontra no seu entusiasmo uma voz enfática de manifestação.

Às portas de completar 85 anos de vida, o general Francisco Batista Torres de Melo é daqueles que, goste-se ou não do que diz, aceite-se ou não suas teses, não desperdiça qualquer chance que lhe seja apresentada para defendê-las. Aquela que lhe entusiasma com ênfase maior nos dias atuais aponta a sociedade brasileira contemporânea como resultado de uma “degenerescência” que vem sendo construída ao longo dos anos. E, adverte, que não revertida pode levar a uma “revolução social ou coisa pior”.

Reformado do Exército após 44 anos de vida militar ativa, Torres de Melo cumpre uma rotina diária de trabalho como voluntário no Lar Torres de Melo (nome em homenagem ao pai dele), pela manhã. À tarde, numa atividade que costuma entrar noite adentro, senta-se diante do computador do escritório do seu apartamento para trocar correspondências, responder emails e fazer movimentar o pensamento do Grupo Guararapes , que coordena).

Foi no apartamento dele, em Fortaleza, que O POVO conversou com o general Torres de Melo na tarde de 1o de abril. Confira os principais trechos:

OP - A história, na avaliação do senhor, faz justiça com os militares no Brasil?
Torres de Melo - Não. O que acontece é que o militar brasileiro participou de todo o processo de evolução desse País. O grande desenvolvimento do Brasil está montado em duas grandes escolas que ainda estão ai: o IME (Instituto Militar de Engenharia) que proporcionou as cabeças para a siderurgia, levou São Paulo, em especial a ter o progresso que apresenta hoje, e o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), que possibilitaria depois a Embraer. Ou seja, os militares estavam sempre à frente, não apenas dos programas desenvolvimentistas do País como sempre estiveram, também, ao lado dos governos. É muita injustiça, portanto, dizer que nós éramos contra o governo. O militar, normalmente, é sempre governo. Por exemplo, em 30 não foram os militares que fizeram a revolta que levou à queda de Washington Luis. Houve, de fato, militares que fizeram parte daquele movimento, mas, na verdade, quem fez a revolta foi Minas Gerais, foi o Rio Grande do Sul, foi a Paraíba, foram os políticos que revoltaram-se contra Washington Luis. Não foram os militares os responsáveis pela revolta de 32, em São Paulo, foram os políticos paulistas em reação ao governo de Getúlio Vargas, que era um ditador. Os militares não fizeram a revolta de 35, consequência da ação de pessoas de fora, pagas por pessoas de fora, o senhor sabe que a coisa nasce lá pela União Soviética, que a dona Olga veio pra cá como uma espiã alemã, custeada pelos russos. Em 45, quando o Getúlio caiu, mais uma vez não foram os militares que o derrubaram, foram os mineiros, lembremos do grande Manifesto Mineiro, que balançou o sistema político. Se o senhor for em 54, não foram os militares que mataram Getúlio, foram os elementos que o cercavam, o exploravam e basta ler o livro “Chatô” para ver que coisa horrível. Eram elementos podres cercando-o e que levaram àquela explosão. No caso do Jânio, ele, na sua loucura, talvez querendo se manter no poder a todo custo, largou o governo e foi embora, não fomos nós. Da mesma maneira que não fomos nós, militares, que botamos o João Goulart pra fora do governo. Ninguém fala, ninguém diz, todo mundo permanece calado, mas Magalhães Pinto, Carlos Lacerda, Meneghetti , no Rio Grande do Sul, Ney Braga, no Paraná...

OP - Todos eles civis.
Torres de Melo - Todos, à exceção do Ney Braga, que era coronel da reserva, mas, àquela altura, era praticamente um civil. O que aconteceu? O povo foi às ruas, chamou as Forças Armadas e o Castelo Branco foi escolhido porque eles não se ajeitavam. O Castelo foi passando o poder para outros, não teve oba-oba. O que acontece é que é preciso, na luta política, a esquerda, que saiu derrotada em todas as situações históricas, em 35, em 61 e em 64, precisa, até hoje, justificar a situação e investe na tese de que os militares não prestam, os militares são os causadores de tudo. No entanto, o senhor não vê, nessa confusão toda ai, nesses roubos todos, nenhum militar envolvido.

OP - Os militares não teriam, então, uma autocrítica a fazer diante de todos esses fatos, especialmente o período em que governaram o País?
Torres de Melo - Não, não governamos. Apenas o presidente da República era um militar e, assim como o médico e qualquer outro brasileiro que apresente condições, o militar também pode ser presidente da República. Se o senhor olhar o gabinete do presidente Castelo Branco era composto, basicamente, por civis.

OP -
A escolha do presidente da República naquele momento, general, se dava dentro do ambiente militar.
Torres de Melo - Quem escolheu o presidente Castelo Branco foi o (Carlos) Lacerda.

OP -
Quanto à autocrítica, o senhor considera que não houve erros, ela não é necessária?
Torres de Melo - O que aconteceu, na minha observação, é que houve um pouco de demora no poder. A verdade é que o poder desgasta e a permanência nele por 20 anos, quer dizer, desde 1964 até 1984, acabou desgastando. Se nós tivéssemos entregue um pouco antes, talvez tivesse sido melhor. Por exemplo, se o doutor Petrônio Portela não tivesse morrido a história do Brasil seria outra.

OP -
A transição teria se dado naquele momento, mais pra trás?
Torres de Melo - Exatamente. O (Ernesto) Geisel teria feito o Petrônio Portela presidente da República. Então, essas coisas acontecem, a história é assim.

OP - E as disputas internas entre os próprios militares, com a existência de uma linha dura?
Torres de Melo - Isso ai se enfeita muito. A questão é que 64 ainda está muito próximo e há necessidade da coisa se assentar mais para que a história seja contada com mais calma. O problema é que, além disso, a ideologia cega. Volto a dizer que se o Brasil é um grande País, hoje, é porque tudo, tudo que foi planejado deu-se entre 64 e 82. Tucuruí, Carajás, todas as grandes hidrelétricas, as estradas, os portos, de Itaqui (MA), de Sepetiba (RJ), a energia nuclear, tudo. Quando veio a pseudo-democracia, pseudo porque democracia é o cumprimento da lei, coisa que não acontece no Brasil atual, onde sequer a Constituição é respeitada.

OP - O regime militar brasileiro foi violento ou é injustiçado quando é chamado de ditadura? Houve uma polêmica recente no País quando um grande jornal brasileiro, a Folha de S. Paulo, defendeu que em comparação com países vizinhos, como a Argentina, até se poderia chamar o caso brasileiro de ditabranda....
Torres de Melo - O que é que aconteceu no Brasil? Os civis se revoltaram, o senhor Magalhães Pinto desceu com a polícia dele, o Exército entrou em apoio etc e o senhor João Goulart foi posto pra correr. O Costa e Silva assumiu em pleno estado democrático de Direito, porque não é eleição direta ou indireta que define isso. A Alemanha nunca elegeu seu presidente diretamente, por exemplo. Em 1956 aconteceu um fato que abalou o mundo: foi o 20° Congresso do Partido Comunista da União Soviética. O senhor tem conhecimento disso! A partir dali passou a haver uma divisão nas esquerdas, na qual a esquerda da União Soviética achava que era preciso tomar o poder através do voto, na democracia, enquanto a esquerda que tinha referência na China, na Albânia, em Cuba, defendia que o poder deveria ser tomado pela força. Isso acabou repercutindo aqui no Brasil e aconteceu que a briga, de tão violenta, resultou na expulsão de (Luiz Carlos) Prestes. O Prestes foi expulso do partido! A facção da luta armada, isso é contado com maestria pelo Jacob Gorender, um comunista, no livro “Cobate nas Trevas”, que queria assumir o poder pela força, partiu para a guerra. Em 1966 começou a coisa a se deteriorar e aconteceu o atentado no aeroporto do Guararapes, em Recife, onde jogaram três bombas. Começou ai a luta armada, porque a esquerda, orientada pela China, por Cuba, Che Guevara, Albânia, queria a tomada do poder pela força. Mas, o Brasil é um país de sorte e aconteceu que a esquerda foi derrotada rapidamente.

OP - O AI-5 não foi um dos erros que mereceriam, hoje, uma autocrítica?
Torres de Melo - O AI-5 foi uma necessidade. Havia uma divisão no governo, uma parte era a favor e outra parte era contra. O vice-presidente da República, doutor Pedro Aleixo, era contra, enquanto o ministro da Justiça, um civil, era a favor. O Magalhães Pinto era contra, um outro era a favor. Agora, se não houvesse o AI-5 o que é que teria acontecido? O AI-5, em si, não é nada. A vitória contra o desmando da guerrilha, da morte, porque o senhor há de compreender uma situação em que a pessoa está na sua casa, chega alguém e joga uma bomba. O senhor não vai gostar! Não tem quem goste, né? Então, foi uma luta na qual morreram 400 pessoas, não sei...

OP - A ocorrência de mortes, na quantidade que fosse, não seria evitável?
Torres de Melo - Não, na medida em que eles é que começaram a matar. Quem jogou a bomba no aeroporto de Guararapes? Fomos nós? Não! Lá, mataram um almirante reformado, mataram um jornalista e um pobre de um jogador de futebol, um grande jogador de futebol, perdeu uma perna. Se eles estavam na disposição de tomar o poder pela força, por isso criaram a Guerrilha do Araguaia, na certeza de que teriam um território livre para atuar. Como eles estavam na teoria da força, a reação só poderia se dar na base da força.

OP - O senhor concorda, portanto, que o regime militar brasileiro, comparado ao que aconteceu em outros países....
Torres de Melo - Meu amigo, estou acabando de ler um livro, que até aconselho ao senhor, chamado “Cisnes Selvagens”, que é a história da China de Mao Tsé-Tung. Ai o senhor vai ver o que é uma desgraça. Quem conhece a história, como eu conheço, de (Josef) Stálin, de Fidel Castro, de Mao, não é possível se querer implantar um regime semelhante, isso não cabe na cabeça de ninguém. Foi Deus quem quis que no Brasil não tivéssemos isso.

OP -
É simples assim a explicação para o fato de termos tido um processo, aparentemente, menos violento?
Torres de Melo - O brasileiro é tão sensacional que eu tinha um médico muito meu amigo, amicissimo do meu pai, doutor Pontes Neto, que era um sonhador. O que acontece com ele? Vai preso no 23 BC, cujo comandante era muito amigo dele, tinham sido até colegas de Colégio Militar. Só no Brasil poderia acontecer um negócio desses. Naquela época, o general comandante da 10a Região, André Fernandes, adoece de apendicite aguda. Sabe quem foi operá-lo? O Pontes Neto. Quer dizer, isso só no Brasil poderia acontecer algo assim. O brasileiro não é dado a violências, mas meterem na cabeça de alguns jovens que a violência iria resolver. Deu nisso, deu nisso. Por exemplo, quando fui vereador com meu amigo Chico Lopes (hoje deputado federal pelo PCdoB), meu amigo Chico Lopes, ao me despedir da Câmara ele chorou. Porque eu acredito nas idéias do Chico Lopes, ele acredita na minha e, mais importante, nos respeitamos. Este é o verdadeiro brasileiro, não aquele que pega e joga uma bomba, sai atirando, assaltando, roubando.

OP - No caso ainda do AI-5, o senhor entende que aquele ato de força sobre o Congresso...
Torres de Melo - Não foi assim, o Congresso aceitou. O problema, meu amigo, é que estávamos tratando de uma situação de sobrevivência da democracia no Brasil. E nós fomos salvos. O senhor já imaginou se tivesse sido instalada aqui uma ditadura nos moldes de Cuba? Quantos teriam ido para o “paredon”? Se em Cuba foram 17 mil, aqui seriam 100 mil! Essa é que é a realidade.

OP - O senhor falava da autocrítica, que talvez fosse melhor ter passado menos tempo no poder.
Torres de Melo - Talvez tenha sido um erro político, de visão política, mas a história tá ai.

OP - E o que veio depois, com a redemocratização?
Torres de Melo - O que veio depois merece uma análise sociológica. O homem é o homem, no Brasil, na China ou na Rússia, ele quer suas oportunidades. E, conforme a evolução da sociedade ele sofre mais ou sofre menos, mas, se você olhar o Brasil de 1930 eram outros homens. A sociedade brasileira veio, desde então, se degenerando, foi se tornando permissiva, por isso, por aquilo ou por aquilo outro. O Castelo (Branco) era um homem equilibrado, que não admitia que pusessem a mão no ombro dele. Um dia, um irmão dele que ocupava uma função pública ganhou um Volkswagen de presente. O que ele fez? Ligou para perguntar quando ele iria devolver o veículo, porque demitido da função já estava! Então, veja a retidão moral de um Castelo, de um (Ernesto) Geisel, de um (Emílio Garrastazu) Médici.

OP - O senhor foi vereador por Fortaleza nos anos 90. O que ficou de importante dessa experiência, além, como já ressaltou antes, da amizade com o comunista Chico Lopes?
Torres de Melo - Na Câmara, tentei demonstrar que nós estávamos ali para estudar os grandes problemas da cidade. Nós precisariamos estar pensando alto, mas, às vezes, ficava meio perdido. Eu, Chico Lopes, aquele menino do PT, o José Maria Pontes, ficávamos perdidos, porque ninguém pensava na cidade, ninguém ali pensa na cidade. Não há substância. Quando vejo que Londres tem 15 conselheiros municipais, contra 41 vereadores em Fortaleza, noto que alguma coisa está errada. Quando lembro disso e vejo essa confusão que está ai, sem que existam idéias, sem sonhos, onde o único objetivo aparente é ver como sair ganhando, como tirar proveito. Não pode ser assim, não é possível que continue.

OP - O senhor não considera que a situação se deve, também, ao fato de hoje haver mais exposição, existirem as tevês que transmitem as sessões para o público, por exemplo?
Torres de Melo - Não, não. É uma doença sociológica, aconteceu em Roma, que já dominou o mundo e, quando começou a degradar na sua política interna, deixando que os medíocres começassem a assumir o poder pelo dinheiro, se desmoronou. Hoje em dia, por mais que você seja competente, não conseguirá sequer se candidatar porque a primeira coisa que vão perguntar é se tem munição, que foi o que fizeram comigo quando cheguei a pensar em disputar a prefeitura de Fortaleza pela última vez. Isso é no Brasil todo e é grave. Pode levar o País para uma revolução social ou coisa pior.

OP - Na época do governo Itamar Franco o senhor fez parte de uma comissão cuja tarefa era, exatamente, estudar casos de corrupção dentro do governo. No que resultou aquele trabalho?
Torres de Melo - Eu tremia. Tinha dias que vinha lá de Brasília certo de que iria ter um enfarto, com vergonha, de tristeza. O que se apurou, meu amigo...

OP - De lá pra cá, então, o quadro piorou na avaliação do senhor?
Torres de Melo - E bota piorou nisso, meu amigo! O pior, mais ainda, é o cinismo.

OP - O senhor acompanha o noticiário?
Torres de Melo - Acompanho tudo. Leio três jornais todo dia, leio duas revistas e ainda recebo cerca de mil mensagens por dia, através de email. Hoje, passei cerca de sete mil. Não fiquei pra trás.

OP - Qual a avaliação que o senhor faz do governo Lula?
Torres de Melo - Medíocre. E o problema não é apenas do atual governo, trata-se de um processo que vem caindo de algum tempo, ele está pegando só o rabinho do coelho.

OP - O governo anterior, que era comandado por uma pessoa preparada, considerada de grande peso intelectual, padecia da mesma mediocridade então?
Torres de Melo - O problema não está na formação. Essa mediocridade é uma doença desgraçada.

OP - Ex-comandante da Polícia Militar, no São Paulo e no Piauí, como o senhor analisa o cenário da segurança pública no Brasil?
Torres de Melo - Segurança pública não é um problema de polícia, é um problema de sociedade. Para a sociedade desorganizada, torta, que vive no tóxico e no álcool, que não tem regras, na qual tudo vale, não há segurança pública que dê jeito. Quando fui comandar a Polícia Militar do Piauí durante quatro anos só registramos um crime, de motivação passional. Durante quatro anos só um crime.

OP - O senhor gosta da política de segurança do governador Cid Gomes?
Torres de Melo - Acho equilibrada, a coisa está melhorando, mas acho que seria necessário prestigiar mais a Polícia Militar. Eu comandei duas polícias e sei o quanto é complicado o nosso sistema.

OP - O País vive a iminência de uma disputa pela presidência da República que, apontam as expectativas, terá de um lado o governador José Serra e do outro a ministra Dilma Rousseff. Os dois participantes da resistência ao regime militar, Serra como presidente da UNE na época e Dilma como participante da luta armada. Qual a simbologia disso, se, claro, o senhor vê alguma?
Torres de Melo - O que me preocupa para 2010 não é a candidatura de Serra, de Dilma, mas é a situação do meu País. O governo vai gastar o último tostão, vai quebrar o País para eleger o candidato dele, no caso que o senhor está falando, a doutora Dilma. Não haverá o mínimo escrúpulo em tudo isso, ou seja, este é um País infeliz. Essa é a minha ansiedade. Minha questão não é ideológica, é uma questão de Brasil. O sujeito pode ser o que for, pode ser assaltante, pode ser o que for, teve voto, compra. O quanto custa não interessa. Isto é grave e a imprensa sabe disso. A degenerescência política do País é de tal ordem que ninguém sabe para onde vai, nem o governo sabe quem vai apoiar dona Dilma e nem o José Serra sabe quem vai apoiá-lo. É quem tem mais poder, quem tiver mais munição para comprar as consciências.

BASTIDORES

Assessor do general e militar como ele, o coronel Sales deixa acertada a entrevista para as 16 horas do dia 1o de abril e, várias vezes, destaca para a importância de chegar no horário acertado. “Faça isso”, disse, já meio sorrindo, “porque você sabe que o homem e milico”.

A equipe do O POVO, disciplinada, tocou a campainha do apartamento às 16h2min. Um atraso de 2min que parecia compreensível, até, para quem é “milico”. Amenizado, inclusive, pelo fato de encontrar o general ainda dormindo quando da chegada ao local.

Durante a entrevista, o general diz receber em torno de mil mensagens de email, diariamente. Naquele dia, disse haver respondido a pelo menos 7 mil, provocando no entrevistador uma cara de incredulidade, à qual reagiu informando que mostraria no próprio computador ao final da conversa.

As publicações se espalham pelo apartamento, embora pareçam mais concentrados no espaço do escritório. O militar vai destacando, entre um e outro, exemplares que falam de revoluções comunistas espalhadas pelo mundo ou detalham perfis dos líderes que as comandaram.

Um dos livros é sobre a vida de Lênin. O general aponta o dedo em sua direção e, olhando para o jornalista, dispara: “canalha!!”. Referia-se, imagino, ao líder da revolução russa. Por outro lado, há elogios a Trotski, considerado “o único, dentre eles, que era humano”.

PERFIL

DO MILITAR AO CIDADÃO
>Cearense de Fortaleza, Francisco Batista Torres de Melo completa 85 anos em 2009.

>Na reserva desde 1988, foi provedor da Santa Casa de Misericórdia por quatro anos. Entre 1995 e 1998 cumpriu mandato de vereador pelo PPR (sigla extinta), em Fortaleza. Disputou a prefeitura de Fortaleza pelo PDS em 1988.

> Atualmente, dirige o Lar Torres de Melo, instituição criada pelo pai, José Ramos Torres de Melo, que atende cerca de 250 idosos carentes.

> Écoordenador, também, do Grupo Guararapes, integrado por militares da reserva do Exército, Marinha e Aeronautica que toda terça-feira, às 17 horas, se reúne para discutir a conjuntura e se posicionar em relação a ela..

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