ARTIGO 20/08/2014

A saga dos judeus no Nordeste

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Ingrid Coelho ingridrodrigues@opovo.com.br

A saga dos judeus e seus descendentes no Nordeste do Brasil reporta aos tempos da “santa inquisição”. Os judeus tiveram que sobreviver encarando o risco do desafeto hostil do clero e o inconveniente de uma discriminação que comprometia a vida em detrimento da própria identidade judaica. Durante as décadas que antecederam essa data, a igreja teve total controle sobre tudo, desde o nascimento até a morte.

Segundo o fundador da Sociedade Israelita Sefardita do Ceará, Elias Cosme, “a maioria dos judeus daquela época que resistiam a converter-se ao cristianismo, buscavam morar em lugares afastados, áreas rurais e, para maior segurança, adotavam como sobrenome, nomes de árvores, frutas e animais. Disfarçavam seus costumes, ocultavam suas origens, mas os resquícios deixados por esta saga suscitaram a atual curiosidade quanto à busca do resgate da religião, inquietando os descendentes destes judeus”, explica.


De acordo com Elias Cosme, com o retorno de judeus do mundo todo para sua terra ninguém mais podia ignorar a importância do povo judeu entre os povos. “A guerra dos Seis Dias, em 1962, veio a ressoar aqui como um toque do shofar, despertando a alma judia a sair de uma condição de vítima para apropriar-se dos seus valores e direitos outrora negados, o direito de ser e viver como judeu livremente”.


Em 1982, o senhor Elias Cosme funda o Centro de Cultura Hebraica o que se tornaria, em 1992, a Sociedade Israelita Sefardita do Ceará (Sisec), com a missão de acolher os descendentes de judeus no Ceará. “Quando criamos o Centro de Cultura Hebraica, visávamos divulgar a história mais recente do povo judeu, espalhar a cultura e despertar os descendentes a resgatar as suas origens”, disse Elias. O membro e co-fundador da Sisec, Roberto Cosme, afirma que hoje, por meio da facilidade do acesso às informações ficou mais fácil encontrar pessoas e suas histórias. “As práticas judaicas familiares nos ajudam a identificar os descendentes, o sobrenom e também é indicativo, embora não seja regra. Mas não estamos preocupados com isso, o que vale é a vontade que a pessoa tem de resgatar e viver o judaísmo”. Seguindo a linha ortodoxa, os membros da Sisec buscam seguir as leis da Torá. “Procuramos seguir a linha Sefaradi, guardamos o Shabat, com os serviços da noite, manhã e tarde e celebramos as festas”, afirma.


Para Roberto, “o judeu conhece as suas escrituras muito bem, e o conhecimento que tem veio de mestre a discípulo desde Moisés, isso traz segurança no que crê”. No dia 21 de agosto a Sisec receberá o rabino Gilberto Ventura. O objetivo é oferecer à comunidade palestra sobre as origens judaicas no Ceará e conversar sobre a proposta da orientação de um rabino. “É necessário que exista a assistência aos membros para o exercício da religião e futuras conversões. Também queremos chamar atenção do povo cearense para que busque suas origens judaicas. Na história muitas coisas acontecem, outras, temos que fazer acontecer”, diz Elias.

 

Érika Zaituni

erikazaituni@gmail.com

Membro da Sociedade Israelita Sefardita do Ceará

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