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Francisco das Chagas de Oliveira Sousa, 37, estava há pelo menos meia hora abraçado ao corpo do filho, o adolescente Bruce Cristian de Sousa Oliveira, 14. Cristian estava morto, mas é como se o pai acreditasse que a morte é algo reversível. O menino havia sido baleado há pouco por Yuri Silveira, policial do programa Ronda do Quarteirão. O crime foi cometido no final da tarde de ontem, no cruzamento da avenida Desembargador Moreira com Padre Valdevino. Pai e filho voltavam para casa numa moto quando, segundo a Polícia Militar, teriam sido abordados por uma viatura.
Por acreditar que Francisco e Bruce parecessem suspeitos, e também porque não haviam parado a moto quando lhes fora pedido isso, o soldado Silveira, da turma de 2007 do programa e ainda em estágio probatório, disparou o tiro que atingiu a nuca de Cristian. Segundo Adriano de Oliveira, irmão de Francisco, o sobrinho sempre acompanhava o pai, que é técnico em manutenção de refrigeradores e havia saído de casa, em Maracanaú, antes do meio-dia. “Pelo horário, eles estavam voltando. Não sei se foi acidental ou proposital (o tiro que matou Cristian), não sei o que foi que houve”, fala. “Eles tiraram a vida de um inocente.”
De acordo com o major Océlio Alves, comandante da 1ª Companhia do 5º Batalhão, a viatura do Ronda do Quarteirão em que seguia o soldado Silveira havia feito a abordagem da moto pilotada por Francisco na rua Padre Valdevino. “Os dois vinham e, quando pediram pra parar, não pararam”, descreve. Para o major, o “procedimento (do Ronda) foi totalmente desastrado”. O comandante acrescenta: “O soldado irá responder por homicídio. Foi uma tragédia. A abordagem foi drástica”.
A Polícia Militar informou que o soldado Yuri Silveira foi encaminhado ao Batalhão de Polícia Comunitária, onde deverá permanecer enquanto durarem as investigações. A PM garante que Silveira se apresentou espontaneamente ao 2º Distrito Policial logo após o incidente. Antes, havia chamado uma ambulância do Samu para prestar assistência à vítima. O crime será apurado pela Polícia Civil.
Francisco foi obrigado a se desvencilhar do corpo do filho quando peritos criminais chegaram ao local. Ele se ergueu lentamente e caminhou até a calçada. Num canto de parede, deixou-se ficar. Sujo de sangue, foi limpo com toalhas e água por irmãs vicentinas da Casa Provincial das Filhas da Caridade, que haviam interrompido a rotina de orações quando ouviram um estampido bem alto: era o tiro que matou o menino.
DÚVIDAS
O que pode ser entendido como atitude suspeita para a Polícia?
Em uma abordagem policial é correto apontar a arma para a cabeça do suspeito?
Por que o pai não foi levado à delegacia se ele era tratado como
suspeito durante a perseguição?
A viatura tem as gravações do que os policiais disseram pelo rádio?
Prédios residenciais e comerciais teriam gravações da cena do crime?
Ao parar no sinal vermelho, ao lado da moto, o mais correto não seria se posicionar a viatura interceptando a moto, em vez de o policial descer da viatura?
Erramos: Na primeira versão desta matéria, a palavra "nuca" foi escrita de maneira incorreta.
VIDA & ARTE
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