Edgard Corona 02/01/2017

A aposta que democratizou o fitness

Sair do modelo de negócios de academia de alto padrão a preços elevados e agregar a Smart Fit, mantendo qualidade a valores baixos, foi a proposta do empresário que democratizou o fitness na América Latina
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Átila Varela atilasantos@opovo.com.br
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Edgard Corona

Antes se imaginava não ser possível ter um negócio a preços baixos e padrão elevado. Foi preciso o exercício correto no mercado fitness para Edgard Corona provar o contrário e iniciar com a Bio Ritmo (1996), academia de alto padrão, e depois ainda lançar a Smart Fit (2009), mantendo a qualidade com mensalidades até R$ 89. O modelo de democratizar o fitness deu certo e hoje a Smart Fit se expande pela América Latina.

 

Na ficha de experiências do empreendedor para que o negócio desse certo uma dica: pesquisar o mercado com o qual se quer trabalhar. Sobre a conversa de que a Smart Fit é a culpada pelo fechamento de outras academias o empresário diz que “só fecha quem não faz um bom serviço”. A prova disso para ele é que ao abrir a Smart Fit ao lado da Bio Ritmo, sua academia mais cara, as duas continuam a funcionar. Nessa entrevista exclusiva ao O POVO, em passagem pela Capital para treinar time de funcionários, Edgard adianta que para o Ceará, por enquanto, há planos somente para a Smart Fit.

 

O POVO - O que o senhor aprendeu em sua primeira experiência no ramo de academia?

Edgard Corona- Eu entrei como sócio numa academia em 1996. Em 1995 trabalhava com usina de açúcar, era a terceira geração da família. Tive um acidente de esqui nos Estados Unidos. Rompi os ligamentos do joelho. A academia estava inaugurando. Tive seis meses de fisio. Primeiro deu tudo errado. Não tínhamos base, benchmarking (processo de avaliação da empresa ante a concorrência). Primeiro erro do empreendedor é não pesquisar o mercado dele, pra quem se quer trabalhar. Na vida de quem você quer fazer diferença. Se tiver um propósito para trabalhar, o que você quer transformar na sociedade. Se faz um bem pra alguém, esse cara vai procurar. Quem trabalha pensando em ganhar dinheiro não vai dar certo nunca. O dinheiro é consequência do bom trabalho. Se não faz o negócio pensando em alguém...

 

OP – Que oportunidades o senhor viu no mercado?

Edgard - No Brasil, tinham academias de fundo de quintal, mal operadas ou tinham academias muito caras. Por outro lado, a renda do brasileiro é menor. Tínhamos aí uma dicotomia. Nós tínhamos mensalidades maiores. Aí, um dia, olhando na porta do escritório, uma moça perguntou sobre a Bio Ritmo (franquia mais cara de academia do empresário). Será que eu não consigo fazer perto de casa? Não tem, por que não conseguimos fazer? Falava pra mim: ‘eu consigo pagar R$ 90’. Isso dois anos antes de lançar a Smart. Consegui entregar um produto top por um preço muito barato. Começamos a atingir um público que não estava no radar. A história era procurar duas coisas... É como numa escola de samba: vai o cara que tem muito dinheiro e o que tem pouco dinheiro. A decoração máxima, com ar-condicionado gelando. Por que pagar mais se aqui estou bem servido? E, por outro lado, uma pessoa que era filho de pedreiro e pode usar. Ou seja, criamos um propósito importante em democratizar o fitness de alto padrão perfeito, na América Latina inteira. Na vida dos nossos clientes e na nossa também.

 

OP - Como foi o ano de 2016 para a Smart Fit?

Edgard - 2015 e 2016 foram muito difíceis para nós. Fechou muita academia. Caímos um pouco, mas conseguimos pegar os clientes de academias que acabaram fechando no País. Em 2014, tínhamos 500 mil clientes. Em 2016, encerramos com 1,1 milhão. Mais que dobramos de tamanho. Abrimos unidades no México e Colômbia.

 

OP - Como está o mercado no Ceará?

Edgard - Quando você trabalha certo seu cliente reconhece. Temos um carinho pelo Estado. Vamos fazer de duas a três unidades. RioMar (Kennedy) e Nortão (North Shopping Fortaleza). E estamos procurando um terceiro espaço no Ceará. Completar o desenho para atender o mercado daqui. É a nossa capital do Nordeste e a terceira no Brasil.

 

OP - Quando a Smart Fit chega num bairro de periferia, tem o mito de que mata uma academia de bairro...

Edgard - Eu monto a Smart Fit ao lado da Bio Ritmo e a Bio Ritmo não quebra. Só fecha quem não faz um bom serviço. Por que vou largar minha academia para ir à Smart Fit? O problema é que não tem o serviço entregue corretamente. Tivemos de fazer um trabalho com a Bio Ritmo. Se ela entrega um produto de extrema qualidade de R$ 49 ou R$ 69 e alguém está cobrando R$ 200, esse cara tem de ter acesso a esse produto que o americano e o europeu têm a um preço digno. É isso que procuramos.

 

OP - A inflação corroeu o poder de compra do brasileiro. A academia também sofreu e teve de reajustar mensalidades. Essa onda também afetou ou vai afetar a Smart Fit?

Edgard - Nós abrimos a Smart em 2009. Nessa época ela custava R$ 49 e R$ 69. De 2009 para 2017 teve quase 80% de inflação. Você deveria estar hoje cobrando R$ 130 de mensalidade. Nós chegamos a R$ 59 e R$ 89 (planos smart e black). Inflação nos pega muito. Aluguel, folha e energia elétrica são insumos que nos pegam. Tivemos de fazer um esforço sobrehumano para reajustar nos últimos sete anos, menos da metade da inflação. Isso trouxe mais gente para nossa porta. Como é que, com tecnologia, entregamos um produto de qualidade sem deixar a unidade lotada, sem subir a mensalidade? Lutamos bastante para conseguir isso.

 

OP - Fala-se que a Smart Fit tem poucos profissionais atuando. Proprietários de academias reclamam da alta incidência de instrutores que são estagiários de educação física...

Edgard - Tem gente que chora e eu vendo lenço. Isso é mau-caratismo. Temos 1.600 profissionais formados. A Smart nem estagiário tem. Somos referência no Cref (Conselho Regional de Educação Física) e no Confefi ( Conselho Federal de Educação Física). Para entrar na academia, o profissional tem que estar com o Cref recolhido e temos um sistema eletrônico com o Cref para ser validado. É única que cumpre toda a legislação porque temos compliance e governança. Eu não posso não ter um exame médico não feito, um professor não formado.

Multimídia

 

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Leia entrevista na íntegra em www.opovo.com.br

> TAGS: economia
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