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Cultura
Enquanto as colegas de sala fotografavam o bode Ioiô, Iasmin Fernandes, 14, analisava atentamente cada cantinho do Museu do Ceará, no Centro. Ela, que visitava pela primeira vez o equipamento, já tinha ouvido falar do lugar, mas não sabia onde ficava. “Acho que o governo deveria divulgar mais, né?”, arrisca, sobre o desconhecimento. Aluna do nono ano do colégio José de Alencar, Iasmin também sabe que os jovens têm “culpa” pelo distanciamento. “Como a gente pode fazer as pesquisas no celular e na internet, acaba não se animando muito para querer ver as coisas no museu”, confessa.
O equipamento visitado por Iasmin na última quarta-feira não está na lista dos melhores museus do Brasil. A pesquisa, divulgada na última semana, foi realizada com os usuários do Trip Advisor, site de viagens que fornece informações e opiniões de conteúdos relacionados ao turismo. O primeiro lugar ficou com o Instituto Ricardo Brennand, dos nossos vizinhos pernambucanos. O local também ocupa o primeiro lugar na lista dos melhores da América do Sul.
Professora de história do colégio José de Alencar e responsável por promover o primeiro encontro de Iasmin com o Museu do Ceará, Silvia Helena Bastos destaca que o desconhecimento do fortalezense no que diz respeito à própria história dificulta qualquer possibilidade de aproximar os turistas dos registros memoriais. “As pessoas não percebem a importância de conhecer a história viva por meio dos fatos, dos objetos que contam os acontecimentos”, critica, destacando que falta, inclusive, iniciativa de outros professores, que não se interessam em mediar o encontro dos alunos com os museus.
“Em Fortaleza, não existe essa tradição de uma política de estímulo para que os museus possam chegar até à população. Isso reflete também no turismo, que só investe em praia e sol”, constata Frederico de Castro Neves, professor do departamento de história da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para Frederico, a falta de visibilidade dos museus é mantida pela prática do fortalezense de relacionar cultura somente a eventos. “Temos muito aqui essa noção de cultura como evento, algo que traga imediatamente as pessoas, como shows”, pondera.
Questão de educação
Para Bitu Cassundé, curador do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, o fortalezense segue distante dos museus por uma questão de estruturação cultural e educacional. “É uma valorização que deveria estar presente na nossa formação básica”, afirma. Por outro lado, ele pontua que os equipamentos precisam ser atrativos à visitação. “É uma via de mão dupla. Os museus também precisam estar articulados com projetos que aproximem o público dele”, avalia.
SAIBA MAIS
Lista dos melhores museus do Brasil do site Trip Advisor
1. Instituto Ricardo Brennand, Recife
2. Inhotim, Brumadinho
3. Museu da Língua Portuguesa, São Paulo
4. Museu Oscar Niemeyer, Curitiba
5. Pinacoteca do Estado de São Paulo
6. Museu do Futebol, São Paulo
7. Catavento Cultural e Educacional, São Paulo
8. Museu Imperial, Petrópolis
9. Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, Porto Alegre
10. Museu de Arte de São Paulo (Masp)
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