Presos recebem certificado por projeto de leitura
Apesar dos 52 anos a que Cláudio Paiva, 40, foi condenado, ele ainda nutre esperança de uma vida fora da prisão. Quatro anos da sentença já foram cumpridos no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira (IPPOO) II, em Itaitinga, na Grande Fortaleza. “O que eu tiver que fazer pra sair daqui, vou fazer”, anunciou. E foi por meio da leitura que Cláudio encontrou uma forma de reduzir o tempo na clausura.
Em solenidade realizada ontem, na quadra de esportes do Instituto Penal Feminino (IPF) Desembargadora Auri Moura Costa, também em Itaitinga, o preso recebeu certificado de êxito pela participação no projeto Livro Aberto — que prevê a redução de quatro dias na pena por cada livro lido. Além da leitura, é preciso elaborar um relatório da obra. “Gosto dos livros de José de Alencar. Sinto curiosidade com as histórias. Por isso, vou seguir no projeto”. Até agora, ele leu quatro obras.
Além de Cláudio, outros sete detentos, homens e mulheres de cinco unidades contempladas pela iniciativa, também estiveram presentes para representar os 80 aprovados no programa, implantado em fevereiro pela Secretaria da Justiça (Sejus). Redações dos participantes foram expostas.
Detenta do IPF, Leidiane Silva, 34, tenta estimular as colegas da unidade a ler as obras. Pelo bom comportamento, ela foi escolhida como “livreira”. “Minha função é mostrar os livros a elas e estimular esse contato, inclusive com obras que não fazem parte da remissão”, disse.
Os livros disponibilizados pelo projeto são escolhidos por professores de português da rede estadual de ensino e priorizam literatura brasileira. “A gente não esperava que esse número de detentos participasse do programa. E, quando vimos, muitos tinham um certo domínio do português”, disse o professor Alexandre Monteiro. (Caio Faheina/Especial para O POVO)
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