Em dez anos 09/09/2016

Qualidade do ensino público se aproxima do privado, em dez anos

Distância no Ceará entre qualidade das redes particular e pública diminui significativamente no ensino fundamental em dez anos. Diferença no ensino médio é pouco alterada
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Os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apresentados ontem apontam ainda para outro fenômeno. No Ceará, entre 2005 e 2015, os índices dos primeiros anos do ensino fundamental na rede pública cresceram em um ritmo três vezes maior que os da rede privada.

 

Há onze anos, a rede pública tinha nota 2,8 para o intervalo entre o 1º e o 5º ano. Em 2015, esse número foi alavancado para 5,7 em um crescimento de 2,9 pontos. Com aumento de apenas 0,9 ponto, a rede privada saiu de 5,4 para 6,3 no período.


A qualidade da rede pública não ultrapassou à da rede privada, pois o ensino particular apresenta notas maiores no Estado, no comparativo da última década. Entretanto, o crescimento acelerado da qualidade na rede pública reduziu significativamente o abismo existente em 2005.


Para a segunda metade do ensino fundamental, a aproximação foi menos impactante, de acordo com os números. Porém, a estagnação do 6º ao 9º ano no ensino privado foi maior.


O aumento de 5,3 para 5,6 em dez anos da nota da rede particular pode ser considerado discreto diante do crescimento de 2,8 para 4,5 do ensino público no Ceará.


Ensino médio

Apenas no ensino médio a distância entre público e privado não teve aproximação considerável no Estado. Embora estacionada nos mesmos 5,5 pontos de dez anos atrás, a rede particular mantém uma distância larga para a pública, que em 2015 teve nota 3,4, quatro décimos superior ao valor obtido há onze anos.

 

Foi também no ensino médio o único setor que o ensino público não conseguiu chegar à meta estipulada. Para 2015, o objetivo era que o ensino obtivesse 3,9, ou seja, meio ponto acima do obtido. Para a rede privada no Ceará, a meta não foi alcançada nem no ensino fundamental, nem no médio.
 

Migração

Se anos atrás as famílias apertavam o orçamento para que houvesse verba suficiente para garantir aos filhos estudo em escolas particulares, o movimento pode estar mudando, conforme observa o titular da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), Idilvan Alencar. O fator decisivo seria o reconhecimento da qualidade. “Prova disso é que tivemos de criar cotas nas escolas profissionais para alunos vindos de escolas particulares. É uma migração que já acontece. E acontece também por uma questão de autoestima. Hoje o aluno de escola pública vê o colega entrando na universidade”, comenta.

 

Preparar-se para a criação de novas escolas municipais e estaduais ainda se apresenta como desafio, para o secretário, caso a tendência migratória se consolide nos próximos anos.


O POVO procurou o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe), na noite de ontem, mas as ligações não foram atendidas. (Domitila Andrade e João Marcelo Sena)

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