banco central. o furto que não acabou 21/07/2015

Furto ao Banco Central: Conversa rastreada

Nas escutas da investigação, ameaças, divisão do furto e novos crimes
notícia 2 comentários

Confira especial sobre o furto ao Banco Central
Ao peneirar a areia das escavações do túnel que ia até a caixa-forte do Banco Central, a partir da casa da rua 25 de Março, a Polícia Federal encontrou um cartão de crédito telefônico. A numeração estava raspada, mesmo assim se identificou o número do celular que recebeu aqueles créditos.

 

Daí nasceu a sequência de algumas centenas de horas grampos autorizados pela Justiça Federal para monitorar a quadrilha do furto. A paciência foi melhor do que a pressa .

 

O POVO obteve alguns dos áudios colhidos à época da investigação. As conversas revelam como o bando se espalhou e transformou o dinheiro furtado em bens e financiou várias novas ações criminosas. O tráfico de drogas, segundo o delegado Antônio Celso dos Santos, foi uma das formas de movimentar a quantia levada. Para evitar rastros, adquiriam documentação falsa e acionavam laranjas (amigos ou parentes) ao adquirir qualquer bem.

 

Alguns dos acusados sofreram grandes perdas em extorsões cometidas por outros bandidos e por policiais. Como o cearense Raimundo Laurindo Neto, que pagou R$ 300 mil a um policial civil de São Paulo.

 

Um dos condenados, Véi Davi, mesmo preso, chegou a confirmar ao comparsa Fê que a parte a quem tinha direito pelo “negócio do B...”(Banco Central) estava garantida. Só pedia mais um tempo até resolver o assunto.

 

VÉI DAVI/FÊ
PELO TELEFONE, DE DENTRO DA PRISÃO, A PARTILHA DO “NEGÓCIO DO B...”
FÊ.
Caralho, brou. Parece aqueles bagulho que tá falando noutro país, mano. Demora pra chegar a voz.

DAVI. Exatamente. Você tem que esperar eu terminar de falar, espera chegar toda a voz, aí você fala. Eu espero aqui do mesmo jeito, senão embola tudo.

FÊ. Mas por quê, mano? Não é direto mais não?

DAVI. Não, é que essa linha que tá aqui no meu aparelho é de muito longe. É lá do Acre. Aí demora pra caralho pra chegar a resposta do outro lado.

FÊ. Entendeu. E aí, ô, mais menor? Nós precisamos desenrolar aquele negócio do B... (Banco Central) lá.

DAVI. (Risos) Então, deixa eu te falar uma coisa, pra gente não precisar falar demais. A única coisa que preciso é que você fique em contato com o Magrelo aí, pro Magrelo por você em contato com o menino lá pra nós resolver duma vez. Entendeu?

FÊ. Entendeu, entendeu. Mas o quê que nós vai fazer, tio? Nós vai resolver de que maneira? Porque daqui a uns dias eu vou tá afastado um tempinho, sabe? E eu tava precisando de uma situação (dinheiro).

DAVI. Deixa eu falar. Até o finalzinho do mês você não vai tá por aí?

FÊ. Mais ou menos isso aí. Sabe o que nós podia fazer?
Na prestação (financiamento de veículos), entendeu?
Porque eu tava precisando de alguma coisa pra mim investir numa situação ali, entendeu?

DAVI. Entendi, entendi. É só o menino conversando com você. Porque ele tá vendo se tira um carro que tá na oficina (leilão) ali pra mim resolver já esse problema. Esse carro só ia sair no final do mês. E fica ruim pra mim conversar com você daqui, entendeu? Sabe o que precisava? Você ficar tranquilo e só dar um jeito de não se afastar e o menino te achar aí no final do mês.

FÊ. Entendeu. Beleza, então. Não tem problema. E o resto dos corre (processos judiciais), tio? Como que tá as coisa? Falaram que você tá passando de ano de seis em seis meses. Você tava na terceira série, já tá na quarta. É isso aí mesmo? (risos)

DAVI. (Risos) Tô estudando aqui, sim, mas tô aguardando. Acho que agora em agosto deve sair a sentença. Tô esperando, que eu tô na cota, né, fio? Vou fazer a unificação de tudo aqui e aguardar pra ver o que vai dar.

FÊ. (Risos)

 

NETO/JEOVAN
NETO LAURINDO PEDE R$ 300 MIL. ESTÁ SENDO EXTORQUIDO POR POLICIAIS
NETO LAURINDO.
É o seguinte. Eu tô com aqueles rapaz lá.

JEOVAN LAURINDO. Ahn. E aí?

NETO. Você sabe né? Que não é muito meu amigo (risos). Você sabe, né. Então, é o seguinte. Eu fiz um acordo, tô precisando de trezentos real. Agora, é pra hoje. Tem como? Pegar emprestado ali rapidinho?

JEOVAN. Onde que aconteceu essa caminhada aí? (...) Caiu na mão desses bunda mole aí? Da onde que é os cara? (...) Como é que os cara sabe que você é você?

NETO.
Meu, pô, não tô falando que o rapaz sabe mais do que nós imagina? Então não adianta discutir.
Tô perguntando se dá pra emprestar.

JEOVAN. Dá. Só que só à noite. (...) Ô, troca ideia com esses cara aí, meu. Fica firmão nesse bagulho. Fala pra eles que à noite tá na mão e já era. Se quiser soltar até na responsa, pode soltar. À noite tá na mão. (...) Fala que só tem um duque (R$ 200 mil), meu.

NETO. Eu já falei, meu. Vê que horas que dá aí.(Jean xinga e solta palavrões, mas combina o horário do pagamento para 20 horas). Não tenho como ir pra casa nem sair. Tenho que ficar com eles.

DIAS DEPOIS, POLICIAL QUE EXTORQUIU  (E AINDA ESPERAVA RECEBER R$ 50 MIL) LIGA PARA O ADVOGADO DE NETO LAURINDO

VITÃO. Conseguiu falar com os caras lá, meu?

LUZIANO.
Não tive notícia mais, Vitão. (...) E o pior é que eles trocaram todos os números de telefone, cara.

VITÃO. Que bosta, hein, véio. Não sei o que vou fazer com esses caras, viu, meu. Chega na hora, são de palavra, cumpre, cumpre. Ó aí, ó. Não tem mais cara bom, não, viu? Já foi a época, né, patrão?

LUZIANO. É. Agora, a hora que catar de novo, já viu, né? A hora que catar de novo, já era, né? Aí não tem jeito.

VITÃO. O jeito é catar de novo, né? Não cumpriu, não tem jeito. O jeito é catar eles outra vez, viu, meu. Agora vou começar a fazer aquilo que não tava fazendo, ir na casa de parente, caralho a quatro. Vou começar a ir, né.

 

LEBRAN/VIEIRA/MANÉ
UM TAL “MANÉ DAS CAÍDAS” COMPRA DOCUMENTO FALSO: SERIA O ALEMÃO?
LEBRAN.
Oi, Vieira. Preciso falar com tu, doido? Não vai vir pro lado de cá, não?

VIEIRA.
Não. O que foi?

LEBRAN. Preciso arrumar uns documentim.

VIEIRA. Que documento que é?

LEBRAN. Depois que arrumar outro telefone, te falo. É prum amigo nosso que chegou. Mas é coisa fina mermo. Só que precisava ser urgente. É coisa boa pra tu, boa mermo. Depois vou dar o número do orelhão e tu liga pra mim. (...) Esse outro negócio é melhor, esquece o negócio do carro. Tu lembra dele. Deixa eu passar pro cara aqui pra ver se tu conhece a voz dele.

 

MANÉ DAS CAÍDAS. Ei, quem é?

VIEIRA. Eu que pergunto quem.

MANÉ. Sou eu. Eu sou eu, e você?

VIEIRA. Ué, você não lembra mais de mim não?

MANÉ. Sou. É o Mané das Caídas.

VIEIRA. Ô, mano véi, e aí? Mané? (risos)

MANÉ. E aí, você tem capacidade de ver isso pra mim?

VIEIRA. Tem, tem.

 

MANÉ. Deixa eu te falar. O jogo é muito. A jogada é grande.

VIEIRA. Você não tem como vir pra cá, não? Ou tenho que ir aí?

MANÉ. Eu passei aí, mas não podia ficar aí.
Comprei passagem direto. Tinha que vir aqui.
Vim com outro documento já, e tal. Entendeu?
Fala baixo, mano. Tu quer...?

VIEIRA. Puta merda, se fosse o caso...Pode deixar que vou aí amanhã.

MANÉ. É número? Se for problema de números (dinheiro),
não tem problema.

VIEIRA. Tô sabendo, que tu é internacional agora, né? (risos)

 

espaço do leitor
Valdenio Lopes 21/07/2015 14:06
kkkk quando acabar essa raça (Policial) quer ter moral e respeito...como sempre envolvidos nas picaretagens da sociedade...são tudo achacador...eu não respeito Policia de jeito nenhum....
Marcio Roberto Janúario de Morais 21/07/2015 09:20
tanto os bandidos como policiais ficaram bastante ricos.
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