Responsabilidade pelos resíduos é de quem produz
Ingrid Coelho
ingridrodrigues@opovo.com.br
O “problema” do lixo não termina quando o cidadão amarra a sacolinha e a coloca na porta de casa. Esse é somente o começo de um processo de produção – subestimado ao longo das décadas – que afeta os recursos naturais, a sociedade, o poder público, a saúde e o futuro.
A responsabilidade pelos resíduos sólidos é de quem produz. No entanto, essa percepção passa pela forma como a sociedade lida com os materiais que descarta – sendo a maioria passível de reutilização e reciclagem, mas que continua a ser tratada como lixo pela maioria dos cidadãos.
De acordo com a lei 12.305, a gestão e gerenciamento de recursos sólidos devem incluir a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos e disposição final adequada ambientalmente dos rejeitos.
Até mesmo o conceito do que é lixo precisa ser modificado nas relações cotidianas das cidades e das pessoas, uma vez que lixo é apenas o que não tem valor econômico.
Por esse motivo, a ampla implantação da coleta seletiva é prevista na PNRS, mas a realidade ainda é muito aquém da potencialidade de reutilização do que é produzido todos os dias.
A coleta seletiva como parte da gestão de resíduos sólidos, por exemplo, permitiria que menos materiais fossem destinados aos aterros, o que beneficiaria toda a cadeia de materiais. Nesse ponto, a inclusão dos profissionais que atuam como catadores de materiais recicláveis no processo é essencial, uma vez que eles sofrerão grandes impactos com a mudança da gestão, a extinção dos lixões e a implantação de aterros sanitários, mesmo que isso ainda demore para se tornar realidade.
Assim, para além das dificuldades e incapacidade do poder público em implantar de forma plena a coleta seletiva, a conscientização da população precisa passar por longo processo, que perpassa pela educação e educação ambiental. (Samaisa dos Anjos)
As informações são de responsabilidade do autor:
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