Jeri 19/04/2014

Família vítima de acidente denuncia falta de estrutura hospitalar

Vítimas faziam um passeio de buggy quando o veículo colidiu em um barranco. A família precisou alugar um helicóptero para ser resgatada. O grupo percorreu quatro hospitais, mas não conseguiu atendimento adequado
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Thiago Paiva thiagopaiva@opovo.com.br
CAMILA DE ALMEIDA/ ESPECIAL PARA O POVO
O acidente deixou as vítimas com fraturas e escoriações pelo corpo. Família só conseguiu ser atendida em Fortaleza

A viagem de férias da família Rodrigues ao Ceará terminou de uma forma inesperada. Turistas, naturais de São Paulo, pai, mãe e as duas filhas participavam de um passeio de buggy quando se envolveram em um acidente, na descida de uma duna, em Jericoacoara, a 314 km da Capital, no último sábado. O episódio deixou as vítimas com fraturas e escoriações pelo corpo.

 

Foi apenas o início de uma saga em busca de atendimento médico. Após uma peregrinação por três municípios, com o uso de um helicóptero locado, a família constatou a falta de estrutura adequada para resgate de vítimas de acidentes em Jericoacoara.


O POVO conversou com a família, que relatou como foi o acidente e a busca por atendimento. Na volta do passeio até a localidade de Tatajuba, o motorista do buggy tentou fazer uma manobra num paredão de areia. Na curva, o carro bateu em um barranco, saltou e “embicou”, arremessando os passageiros para frente. Eles não caíram do veículo, que também não tombou. Porém, todos ficaram feridos.


Segundo as vítimas, o bugueiro não soube o que fazer para prestar socorro. “Percebemos que ele era totalmente despreparado. Mesmo com dor, meu pai foi quem lembrou de ligar para uma empresa que faz voos de helicóptero na cidade e pediu ajuda”, contou Tássia Rodrigues, uma das vítimas. O piloto, que atendeu ao chamado, ainda passou pelo hospital de Jijoca, onde solicitou a presença de um médico e uma maca para transportar as vítimas. Contudo, o pedido foi negado.


O helicóptero seguiu, então, para o hospital de Jijoca, mas, por conta da falta de estrutura, o comandante da aeronave se deslocou até Camocim. Na cidade, uma ambulância foi chamada para remover as vítimas da aeronave. Porém, no veículo, que era pequeno, estava somente o motorista. Cinco minutos depois, uma segunda ambulância chegou ao local. Novamente, havia apenas o motorista no carro. Ele ainda teria informado que não havia médico no hospital.


Diante da situação, a família decidiu pedir ao piloto para seguir até Sobral, onde foram recebidos no hospital regional. A unidade, contudo, não dispõe de atendimento especializado em traumas, razão pela qual a vítima Creuza Nascimento teve de ser levada para a Santa Casa. No hospital filantrópico, ela foi informada que também não seria operada de imediato porque não havia “fratura exposta”. O procedimento teria que ser feito na segunda-feira seguinte.


A família apelou novamente para o piloto do helicóptero, que os transportou até Fortaleza. Todos foram atendidos no hospital Uniclinic e se hospedaram em um hotel, onde aguardam autorização médica para voltarem a São Paulo.


“Jericoacoara é um lugar lindo. Não fosse o acidente, nossa viagem seria perfeita. Mas fomos para um lugar onde falta socorro. Ninguém tem noção do risco que se corre aqui”, reclamou Rúbia Rodrigues. “Não queremos que alguém seja punido. É só uma alerta para as pessoas que visitam esse lugar. E principalmente às autoridades, para que isso não se repita. Foi terrível”, completou Adauto Rodrigues.

 

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As vítimas foram o motorista autônomo Adauto Rodrigues, de 59 anos, que fraturou uma costela; a dona de casa Creuza Nascimento Rodrigues, 62, que teve fraturas nos dois braços e um corte no rosto; a relações públicas Tássia Rodrigues, 29, que também sofreu um corte na face; e a analista financeira Rúbia Rodrigues, 31, que estava no banco da frente e teve ferimentos leves. O motorista do buggy também teve ferimentos leves.

 

Por dois dias, O POVO tentou ouvir a Prefeitura de Jijoca. As chamadas, contudo, não foram atendidas. A reportagem também ligou para a Prefeitura de Camocim, mas as ligações também não foram atendidas.

espaço do leitor
Humberto 15/08/2014 15:19
Um conselho a todos, façam sempre um seguro viagem,estava a passeio em Jericoacoara e no dia 16 de julho, fraturei o femur no final da descida da duna do funil, não sei ao certo o motivo que acarretou o acidente, porem só consegui solução final de atendimento na cidade que resido, Curitiba.
Jorge Alves M 21/04/2014 18:34
... cada vez mais fácil. Com a chegada do Aeroporto Internacional a situação vai se agravar. Instalando-se uma PPP no Parque Nacional, ao mesmo tempo será necessário um planejamento específico para a Vila.
Jorge Alves M 21/04/2014 18:23
Eu fico pensando o quão incompetentes são vocês, os governantes para se deixar chegar a esse "estado de coisas" Um lugar com uma população fixa em torno de 3000 habitantes, acredito. Mas, que está sem ordenamento, direção, planejamento. Acordem, pois, o acesso à Vila de Jericoacoara está c
Jorge Alves M 21/04/2014 18:17
É lamentável constatar a total negligência de quem deveria trabalhar em prol da qualidade dos serviços públicos. Nisso, incluo o Governador, seu Secretário de Turismo e o Prefeito de Jijoca. Resido em Jericoacoara e penso que esse lugar maravilhoso é para ser a "vitrine" desse Estado...
alfredo Arnaud 20/04/2014 15:14
Creio que ao invés de ligar p uma empresa de transporte a vítima tivesse sido instruída a ligar p o 190, uma aeronave do CIOPAER está em Sobral p a Op. Semana Santa e na sexta feira esteve inclusive sobrevoando o litoral de Jericoacoara até Camocim. A aeronave teria dado todo o suporte as vítimas.
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