SAÚDE BUCAL 03/04/2016

Quem vê boca não vê coração

Problemas no coração, como a endocardite bacteriana, por exemplo, podem ter origem na má higienização bucal. Cirurgiões-dentistas reforçam a importância de consultas periódicas
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A endocardite bacteriana é uma doença infecciosa do coração. Nessa patologia, microrganismos podem causar lesões no tecido do endocárdio, afetando as válvulas cardíacas. A função dessas válvulas é fazer com que o sangue siga seu fluxo normal dentro do coração, indo dos átrios aos ventrículos.

 

Dentre outros fatores e causas, a endocardite pode ser originária de uma infecção da cavidade oral. Bactérias de uma cárie, por exemplo, podem entrar na corrente sanguínea e chegar ao endocárdio, resultando na doença, que pode ser fatal dependendo do histórico do indivíduo.


“O manejo odontológico requer cuidados especiais. Um paciente hipertenso e com má formação de válvula cardíaca, por exemplo, requer alerta”, explica Ana Paula Negreiros, professora de Patologia Bucal em pacientes especiais da Universidade Federal do Ceará.


“A endocardite pode ser associada a uma má higienização oral porque esses pacientes podem sofrer com um quadro de bacteremia. Essas bactérias caem na corrente sanguínea e se alojam em outros órgãos. Quando o paciente já tem uma doença de base no coração, isso pode contribuir para o surgimento da endocardite”, complementa Mário Rogério, professor de Patologia Bucal da UFC.


Além da endocardite em si, bactérias do trato oral podem causar outros problemas ao cair na corrente sanguínea. A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica em que placas de ateromas são formadas na parede interna dos vasos sanguíneos. Essas placas, quando formadas, podem causar entupimento total desses vasos e, eventualmente, a morte, caso esses vasos sejam os responsáveis por irrigar órgãos vitais como coração ou cérebro.


Segundo Ana Paula Negreiros, já é comprovada a relação entre a doença periodontal crônica com a formação das placas de ateroma nos vasos, o que pode ocasionar a aterosclerose e uma doença coronariana. “A bactéria se instala através da deposição de um biofilme dental, que é uma série de bactérias presas sobre a superfície do dente. Essas bactérias podem migrar para as placas de ateroma formadas ao longo da vida nos vasos, contribuindo para o comprometimento cardiovascular”, explica Ana Paula Negreiros.


Consultas periódicas

E não tem outro jeito. Para evitar esse tipo de situação, a melhor saída são as visitas regulares ao dentista para prevenir esse tipo de condição. A regularidade dessas visitas varia de acordo com a idade e com as próprias condições do paciente.

 

“Em pacientes jovens, recomenda-se de seis em seis meses. No adulto, pode passar de 12 em 12 meses. Acima de 50-55 anos, que é o momento em que mais se instala a doença periodontal, o indicado é de seis em seis meses ou de quatro em quatro. Esses pacientes devem ser acompanhados mais de perto”, finaliza Ana Paula. (João Marcelo Sena)

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