Em metade dos planos, taxas de partos cirúrgicos superam 90%
A escolha do parto natural domiciliar e a procura por hospitais públicos de referência são alguns dos caminhos alternativos à valorização da cesárea nos planos de saúde. Em metade das operadoras da rede privada, as taxas de partos cirúrgicos são superiores a 90%. De 826 empresas no Brasil, 92 não realizaram nenhum parto normal em 2013. Os dados foram levantados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a pedido do jornal Folha de São Paulo.
Na rede pública, o parto normal ainda é regra. Em 2013, esse foi o procedimento escolhido por 59% das mães atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Ministério da Saúde. É nos convênios particulares que os números assustam mais. No mesmo ano, foram mais de 521 mil partos cobertos pelos planos de saúde. Desses, mais de 440 mil crianças nasceram de cirurgias, deixando um percentual total de 84% de cesáreas, segundo a ANS.
Com esses números, o Brasil está longe da taxa recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência preconiza que apenas 15% dos partos sejam cirúrgicos em um serviço de saúde, entendendo que este percentual representa os casos necessários. Em resolução publicada no último dia 7, o Ministério da Saúde e a ANS visam reduzir essa diferença na rede suplementar. A partir de julho, uma das ações é obrigar as operadoras a divulgar as taxas de cesárea para clientes que solicitarem a informação. Caso não informe os percentuais de partos por convênio, por médico e por hospital, a operadora será multada em R$ 25 mil. (Thaís Brito)
As informações são de responsabilidade do autor:
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