O POVO


Solidariedade

Homem promove ação para ajudar moradora de rua vítima de estupro coletivo

10/06/2016 | 17:25

Ao visitar a cidade do Rio de Janeiro, o jovem de 22 anos Joaquim Valim ficou sensibilizado com a história de uma moradora de rua, vítima de um estupro coletivo. O capixaba conheceu Márcia, que estava grávida, em um posto de gasolina no bairro da Lapa e lhe pagou um lanche. A mulher de 27 anos contou que é homossexual e foi violentada em uma praia na Barra da Tijuca por vários homens. Joaquim decidiu divulgar no Facebook a história da moradora de rua para ajudá-la. Márcia deu à luz uma menina nesta quarta-feira, 8.


Segundo as informações do texto, Márcia foi violentada após uma bebedeira que a deixou desacordada. Os agressores se aproveitaram da situação da mulher. “Disse-me que foi muito agredida, acordou toda ensanguentada e muito machucada. Após um tempo, descobriu que estava grávida e, fortemente, decidiu ter a criança”, escreveu Joaquim num post publicado no dia 27 de maio. A história teve quase 50 mil compartilhamentos e 19 mil curtidas.

 


Conforme o texto do rapaz, Márcia decidiu prosseguir a gravidez e, hoje, reside em um prédio ocupado na Lapa. Sem renda, ela depende de doações para sobreviver. “Contou-me que passou 19 dias sem comer direito, sem ter onde morar, carregando uma gravidez que foi fruto da maior brutalidade que o ser humano é capaz de praticar". “Márcia, lésbica, 27 anos, é mais uma estuprada, não por causa da roupa curta, da beleza, da provocação e sim pelo único e exclusivo fato de SER MULHER”, enfatizou o rapaz ao denunciar os diversos casos de estupro no País.

 
Joaquim disse ao site EXTRA que ficou impressionado com a repercussão nacional do caso e da disponibilidade das pessoas em ajudá-la, mas critica alguns comentários. “Algumas mensagens me chocaram porque culpavam Márcia pelo estupro que ela sofre, mesmo depois de eu ter escrito que, em hipótese alguma, a culpa não é da vítima. Muita gente me diz pela Internet que ela usa drogas, mas não me interessa. Ninguém merece ser estuprada”, afirmou.  

 

Por meio de um enfermeiro do Rio de Janeiro, o rapaz ficou sabendo que Márcia teve acompanhamento durante a gravidez mesmo estando em situação de rua. Hoje, Rebeca Brissant e Aline Torres, que trabalham na Lapa e conheceram a história por meio de Joaquim, promovem uma ação para arrecadar fraldas, roupas e alimentos para a criança.

 

Redação O POVO Online

Reprodução/Facebook
Joaquim foi o responsável por tornar público a história da mulher