artigo 21/09/2017 - 11h38

Orientação sexual x cura gay

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(RE) ORIENTAÇÃO SEXUAL X CURA GAY: UM INTERESSE (DES) FUNDAMENTADO NO CRISTIANISMO!?

 

 

Josué Pereira da Silva Santos

 

 

A fim de responder a uma colocação na rede social Facebook a respeito da falta de conhecimento daqueles que se opõem a ação liminar do Juiz Waldemar Cláudio de Carvalho sobre a chamada 'Cura Gay’ resolvi escrever este texto em formato de artigo e com vasta leitura sobre a polêmica a fim de embasar minha posição contrária a ação de audiência de justificativa na 14ª vara de audiência em Brasília no dia 15/09/2017. A psicóloga Rosangela Alves Justino é presbiteriana e dona de uma entidade titulada como "apoio ao ser humano constituída segundo os princípios cristãos" e essa, juntamente com o psicólogo Adriano José Lima e Silva sob acompanhamento do advogado Leonardo Loiola Cavalcanti foram autores da ação que pretende suspender a norma do colegiado em resolução 001/99 de 22 de março de 1999 do Conselho Federal de Psicologia que proíbe a 'cura gay' no país, assim como prevê a resolução 001/99 do C.F.P. prevista no Art.3º "os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados". O Juiz Waldemar Cláudio de Carvalho da 14ª Vara do Distrito Federal acabou concedendo a liminar que permitem ainda por sugestão do Juiz e de acordo com a ação movida pelos psicólogos Rosangela Alves e Adriano José, em disponibilizar a ajuda psicológica para uma (re) orientação sexual, tornando legalmente possível que os psicólogos ofereçam tratamentos de pseudoterapias de reversão sexual, ou seja, a denominada cura gay e como alegam sobre a resolução 001 de 1999 do C.F.P. Que censura à inovação à pesquisa, sobre as atividades de (re) orientação sexual e de acordo com a colocação destes psicólogos "fere a liberdade e democratização da pesquisa sobre a sexualidade no país" que são assegurados aos profissionais da psicologia presente no Art. 5º Inciso IX da constituição de 1988. Considerando que no dia 17 de maio de 1990 a Organização Mundial de Saúde (1990) retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais e eliminou o uso do sufixo 'ismo' desvinculando a orientação a noção de enfermidade, declarou que a orientação sexual não é 1 Bacharel em Biblioteconomia (Cientista da Informação) - Universidade Federal de Goiás; Especialista em Letramento Informacional pela Universidade Federal de Goiás; Catequista e integrante de integrante das Comunidades Eclesiais de Base, Pastoral da Juventude do Meio Popular e atividades do Centro Cultural Eldorado dos Carajás. considerado doença, nem distúrbio, nem perversão e que os psicólogos não colaborariam com serviços, eventos ou tratamentos de cura para a homossexualidade. Compreende-se que ao ser aprovada a determinada ação, consequentemente regredimos mentalmente à década anterior aos anos 80 em que a OMS chegou a considerar a homossexualidade como um transtorno mental e a determinar um número de CID (Classificação Internacional de Doenças) para quem se enquadrasse nestas características de orientação sexual, incitaremos ao preconceito e desvalorizaremos a ciência do país e os presentes estudos e conceitos da OMS, assim como iremos “descartar” o artigo 3º inciso IV da constituição de 1988 em que visa "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outra forma de discriminação". Contudo pode-se perceber que esta intenção de 'cura gay' ou ironicamente o denominado ‘tratamento de (re) orientação sexual’, tem uma intenção diferente das justificativas de liberdade de pesquisa e visa muito mais suprir os interesses fundamentalistas de grupos considerados "cristãos", que favorecer aqueles a quem esta liminar atinge diretamente, sendo estes, os que se enquadram no grupo LGBTTT e até mesmo do Conselho Federal de Psicologia. O C.F.P. se opôs a ação apresentada pelos psicólogos Rosângela Alves Justino e Adriano José Lima e Silva declarou ainda, os impactos positivos que a antiga resolução 01/99 produzia no "enfrentamento aos preconceitos e na proteção dos direitos da população LGBT no contexto social brasileiro, sendo que são altos índices de violência e mortes por LGBTfobia. Demonstrou, também, que não há qualquer cerceamento da liberdade profissional e de pesquisas na área de sexualidade decorrentes dos pressupostos da resolução". Por fim, utilizo dos conceitos cristãos para relembrar um dos mandamentos mais importantes de Jesus em que diz “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. [...] amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." (cf. Mateus 22, 37b;39b-40) Porém, é triste perceber que este mandamento tão claro e simples e que deveria ser vitalício na vida cristã é o menos observado por inúmeros líderes que se dizem "cristãos", que teoricamente deviam ser "imitadores de cristo" e não é o que ocorre. Porém, tais fanáticos e fundamentalistas "cristãos" buscam se resguardar de maneira mal contextualizada, nas palavras de São Paulo aos Romanos (cf. Rm 1, 26-27) e aos Coríntios (cf. 1 Cor. 6, 9-10) afim de apedrejar, justificar o preconceito e a exclusão social daqueles que não os agradam e para isto utilizam destas para enfatizar discursos de ódio e leis que desfavorecem os excluídos, não somente os homossexuais ou religiões afro, mas assim como foi com as mulheres na inquisição, os negros no tempo da escravidão e perpetuam até os dias atuais em mentes vazias e repletas de maldade, individualismo e ganância, desrespeitando a liberdade alheia e principalmente o mandamento do fundador do cristianismo Jesus de Nazaré, como também ignora as orientações e atitudes do atual representante da Igreja Católica Apostólica Romana e Presidente do Vaticano, o sucessor de São Pedro o Papa Francisco I em que deixa claro o seguinte pronunciamento em 28 de julho de 2013: "Se uma pessoa é gay e procura Jesus, e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O Catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas por isso. Elas devem ser integradas à sociedade. O problema não é ter esta tendência. Devemos ser irmãos. ” (Jornal El Mundo, da Espanha) e nem se quer observam algumas passagens bíblicas que revelam a intensidade do amor independente da sexualidade, assim como a história sobre Jônatas e Davi narrada em 1-2 Samuel (cf. 1Sm 18.1)

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