Meninos birrentos
Tiago Holanda
Não me lembro de uma época em que o trânsito fosse formado por motoristas educados. Se existiu, não ‘alcançei’. Quando se fala nisso todo mundo tem uma visão já bem definida e a máxima comum é: “multem todos eles!”. O cômico (e trágico) é a repentina mudança de discurso quando o cidadão é o infrator da vez. Cansei de presenciar berros e xingamentos extremamente constrangedores contra agentes públicos que, apenas exercitando seu dever legal, autuavam cidadãos infratores.
A reclamação mais descabida de todas, a meu ver, é a velha “ao invés de multar, vocês deveriam educar o povo”. Ora, e a autuação de trânsito não é uma medida eficaz de educação?Qualquer motorista minimamente esclarecido concorda que sim. Isso me faz lembrar da minha infância e de todas as saudáveis “palmadas” dos meus pais, que me ensinaram valores essenciais cujo discurso racional não foi capaz de convencer-me.
Ver cidadãos(ãs) adultos protestando contra a justa disciplina da lei me faz associá-los a meninos ‘birrentos’ que, no fundo, sabem que estão errados. Porém, me parece, que o nível de maturidade desses ainda não os presenteou com a capacidade de aceitar as consequências dos próprios erros.
Punir ainda é, infelizmente, uma medida muito eficaz de educação, especialmente numa cultura em que a maioria gosta de dar um “jeitinho” de burlar as regras em benefício próprio. Enquanto parte do nosso povo não entender o que significa o termo CIDADANIA em sua plenitude, a medida mais correta contra mandos e desmandos no trânsito será a velha “cutucada” no bolso.
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