O POVO


Chacina da Messejana

Após prisão de PMs, rotina no Curió volta à normalidade e familiares ainda pedem justiça

31/08/2016 | 21:00

As prisões preventivas de 44 policiais nesta terça-feira, 31, acontecem nove meses e 19 dias após a carnificina que deixou onze mortos e outros sete feridos: a maior chacina da história de Fortaleza. No bairro Curió, em que três das onze vítimas foram executadas, a rotina de medo que se intaurou vai se dissipando.

Moradores ouvidos pelo O POVO nem mesmo sabiam das prisões e contam que o crime vai deixando de ser assunto no cotidiano. Para familiares dos mortos, as prisões são o primeiro passo de um longo processo em busca de justiça e ainda há descrença quanto às condenações dos PMs acusados.

O pai de uma das vítimas, que não será identificado, soube das detenções por mensagem de Whatsapp. Ele clama pela expulsão dos policiais da corporação e acredita que o lugar em que eles estão detidos - o 5º Batalhão da Polícia Militar (5º BPM) em que funciona a prisão militar - "não é prisão". "(A notícia das prisões) vai amenizando um pouco a dor, vai amenizando um pouco o sofrimento e (traz) o sentimento de que a justiça está chegando", comentou.

A barbárie, executada por policiais militares, como concluiu investigação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), banhou de sangue as calçadas de bairros da Grande Messejana e manchou de medo a vida dos moradores, na madrugada do dia 12 do último novembro.

Em maio, quando a chacina completou seis meses, O POVO relembrou os rostos, recontou as histórias e revelou os sonhos das vítimas do massacre.

Relembre as histórias das vítimas

Redação O POVO Online