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Crianças alérgicas 22/02/2016 - 18h00

Leite especial para crianças alérgicas volta a faltar

O Neocate está faltando há uma semana, enquanto o Pregomin não é distribuído há um mês
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Os leites das marcas Neocate e Pregomin não estão sendo distribuídos pelo Estado há uma semana e há um mês, respectivamente. A denúncia é feita pela presidente da Associação das Famílias e Amigos de Crianças com Alergia Alimentar (AFACA), Aline Saraiva. O leite especial destinado a crianças com Alergia à Proteína do Leite da Vaca (APLV) é fornecido por meio do Programa de Alergia à Proteína do Leite da Vaca (PAPLV), da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa-CE).

A Sesa não informou prazo para normalizar a distribuição. Segundo Aline, mais de 3.000 crianças estão cadastradas no PAPLV. Sem o leite, as crianças podem apresentar sintomas que variam de coceiras e manchas vermelhas a vômito, diarreias, chiado no peito, queda de pressão, desmaio e irritabilidade.

 

Na última quarta-feira, 17 houve uma audiência pública na Promotoria de Defesa da Saúde Pública, do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) para esclarecer os motivos pelos quais há a falta do leite. Em 2015, como O POVO Online acompanhou, em diversas ocasiões a substância não foi distribuída. Ficou acordado na audiência que a Sesa teria dez dias para responder aos questionamentos da promotoria. Em 16 de março deve haver uma nova audiência.

No Ceará, apenas uma empresa distribui o Neocate e o Pregomin. A Sesa afirma estar a mercê do monopólio da Art Médica. A Promotoria de Defesa da Saúde Pública entende que o monopólio não justifica a falta, devendo haver "bom senso e razoabilidade", relata Aline. A empresa limita a distribuição a três latas por pessoa física.

"Quem está pagando a conta são as crianças. Muitas se alimentam exclusivamente do leite", desabafa Aline. Dependendo da necessidade da criança, uma lata de 400 gramas de Neocate pode durar um dia. Aline vem comprando a lata com dinheiro do próprio bolso, mesmo com as "dificuldades" no pagamento. Aline diz não entender por que o problema de 2015 persiste. "A gente entra em 2016 com o mesmo drama. Não sentimos interesse em resolver problema", desabafa.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informa que as 1.800 crianças que recebem o leite pregomin estão "com leite em casa". A Sesa afirmou que uma nova compra será finalizada até o fim desta semana para regularizar a distribuição. Ainda segundo a assessoria de comunicação, as crianças atendidas recebem quantidades suficientes para 15 dias de alimentação.  

Redação O POVO Online

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