Balança Comercial do Ceará registra saldo negativo de US$ 79,1 milhões em agosto
24/09/2014 | 12:01O estudo indica que as compras do Ceará do exterior estão basicamente relacionadas com os projetos estruturantes (Complexo Industrial e Portuário do Pecém e parques eólicos), bem como pela compra de insumos para a indústria. Tanto no mês atual, quanto no período de janeiro a agosto, a participação cearense na balança comercial brasileira aumentou, passando a representar, respectivamente, 0,73% e 0,67% do total exportado pelo país, e 1,18% e 1,42% em relação às importações. O Ceará foi o décimo quarto maior exportador brasileiro em 2014, sendo o terceiro no Nordeste (atrás da Bahia e do Maranhão). É importante mencionar que o estado apresentou o quarto maior incremento nas exportações dentre todas as unidades da federação.
Um ponto de destaque é o aumento na participação do Ceará em relação ao Nordeste, passando de 6,9% para 9,8%. Em valores numéricos, o Porto do Pecém foi o corredor logístico que apresentou o maior aumento nos oito meses do ano, saltando de US$ 272,9 milhões para 576,3 milhões. Já em termos percentuais, as vendas externas pelo referido porto cresceram 111,1%, ficando atrás do Porto de Salvador, com 6.228,3%; do Porto do Rio de Janeiro, com 305,7%; da Fronteira de Uruguaiana, com 302,6%; e do Porto de Santos, com 261,4%. O Porto de Fortaleza (Mucuripe), segundo maior corredor logístico do estado, apresentou variação negativa de 20,2%. Juntos, os dois portos do estado são responsáveis por escoar 79% das exportações cearenses nos oito meses de 2014.
Em termos de produtos exportados, “combustíveis e óleos minerais” registrou expressivo aumento (de US$ 8,5 milhões para US$ 340,8 milhões) e percentual (3.890,5%) dentre os principais setores exportadores do estado de janeiro a agosto de 2014. O estudo aponta que parte destes valores está relacionada ao abastecimento de navios de longo curso. Destaca-se ainda o aumento de 17,6% para couros. No sentido oposto, os “têxteis”; as “castanhas de caju”; as “preparações de produtos hortícolas”; e as “frutas” sofreram retrações respectivas de 44,5%; 18,7%; 16,3%; e 13,7%. Malta, Estados Unidos e China foram os três principais destinos das exportações cearenses em agosto, principalmente em virtude das vendas respectivas de “combustíveis e óleos minerais”; “minérios e escórias”; e “peixes, crustáceos e moluscos” e “calçados, polainas e artefatos”.
Destacam-se ainda os incrementos de 415,4% da Alemanha; de 50,0% da Colômbia; de 33,4% do Reino Unido; e de 25,7% da Hungria. A Argentina foi o país que apresentou a retração mais significativa no período, com 60,4%. No acumulado do ano, Holanda e Estados Unidos foram os principais destinos das exportações cearenses em 2014, respectivamente com US$ 177,8 milhões; e US$ 145,6 milhões, em virtude, em grande parte, das compras de “combustíveis” e “frutas” – por parte da Holanda; e “calçados”, “preparações de produtos hortícolas”, “peixes, crustáceos e moluscos” e “gorduras e óleos animais e vegetais” – do lado norte-americano. É importante mencionar, a partir do estudo, que os expressivos incrementos das Antilhas Holandesas, Malta e Cingapura referem-se basicamente aos abastecimentos de navios com as suas bandeiras.
Do lado das importações, “combustíveis e óleos minerais”; “ferro e aço”; e “máquinas e metalmecânico” foram os três setores de maior peso nas compras externas do estado, respectivamente com US$ 561,7 milhões; US$ 376,5 milhões; e US$ 252,8 milhões. Em termos de crescimento percentual, “veículos e materiais para vias férreas”; “aeronaves e aparelhos especiais”; e os “têxteis” registraram aumentos respectivos de 92,8%; 38,7% e 18,2%. No sentido oposto, “trigo”; “geradores e eletroeletrônicos”; e “máquinas e metalmecânico” tiveram queda de 36,9%, 17,9% e 11,7%. Colômbia, Canadá, Turquia, Coreia do Sul, Itália e Estados Unidos foram os países de origem das compras externas do Ceará que apresentaram as maiores altas em agosto, respectivamente com 1.533,2%, 958,7%, 475,4%, 245,9%, 153,3% e 135,2%.
Rússia e China foram os únicos mercados a registrar queda, respectivamente, de 27,4% e 14,0%. No acumulado do ano, a China foi o principal parceiro comercial nas importações do Ceará com US$ 471,2 milhões, ainda que tenha registrado uma retração de 19,5%. Os Estados Unidos, segundo a lista, sofreu declínio de 10,9%. As compras da Argentina retraíram 75,3% no período, em virtude da crise econômica. Já Coreia do Sul, Noruega, Colômbia, Índia e Itália foram os países que apresentaram as maiores elevações, respectivamente, com 242,7%, 206,7%, 141,5%, 130,0% e 76,8%.