O POVO


Negócios

Brasil-África. Foco no agronegócio

29/08/2014 | 18:09

A Vicunha, empresa do ramo têxtil, vai importar, em caráter experimental, cerca de 500 toneladas de algodão da África. O país escolhido foi o Sudão, um dos maiores produtores do continente. Segundo Paulo Hegg, proprietário da Brazilian Agroindustrial Company, empresa de agronegócio que atua na África, a estratégia busca o barateamento dos custos com frete dentro do território nacional.

Outro produto que conta com a expertise das empresas brasileiras do setor é o milho, que vai abastecer o mercado produtor de aves. “Inicialmente, serão 45 hectares, financiados pelo BNDES para o desenvolvimento de pequenas agrícolas, nos moldes do que é feito aqui no Brasil”, afirma Hegg.

Alimentos
O empresário Luiz Roberto Barcelos, presidente da Agrícola Famosa, aponta a localização estratégica do continente para acesso aos mercados europeu e asiático. “Do Brasil para os países da Ásia, um dos maiores mercados consumidores do mundo, os produtos demoram 45 dias no transporte marítimo. Partindo da África, são apenas 10 dias”, compara. A Agrícola, com sede no Ceará, teve uma experiência de dois anos em Senegal. “Infelizmente, enfrentamos problemas de logística e abortamos o projeto. Mas a fruticultura se destaca no ramo do agronegócio africano”, complementa.

“Ainda há problemas sérios no fornecimento de insumos e sementes. Há uma burocracia maior do que a brasileira que atrasa a liberação de itens já testados”, aponta Marcos Brandalise Presidente Grupo BrazAfric, empresa de representação, importação e exportação.

Adam Iskounen, diretor geral de operações internacionais do grupo Cevital, conglomerado de empresas de agronegócio da Argélia, destaca que as dificuldades não devem desmotivar novos negócios em campos africanos. “O mercado está aberto e simplesmente metade das terras aráveis está no continente, prontas para investimento”.

Banco Africano
O Fórum Brasil África também foi palco para a assinatura de memorando de intenções para estreitamento de relações entre o País e a Nova Parceria para o Africano Desenvolvimento da África (Nepad), documento da união de países africanos para reger as relações de parceria com  comunidade internacional.  

“No ano que vem, haverá um seminário e também outras atividades para mostrar mais oportunidades na África para brasileiros, todas financiadas pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD)”, destaca João Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil África, organizador do Fórum.