[an error occurred while processing this directive] O POVO em Cannes: novo filme de Park Chan Wook é exibido | O POVO Online
CINEMA 15/05/2016 - 18h42

O POVO em Cannes: novo filme de Park Chan Wook é exibido

Terceiro dia do festival foi marcado por sessões com filmes orientais, um deles é o novo longa de Park Chan Wook, diretor de 'Oldboy'
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AFP
Diretor Park Chan Wook (no centro) com o elenco de 'Mademoiselle'

As sessões de imprensa para os filmes em competição começaram às 8h30min, deste sábado, 14, no Grand Théâtre Lumière, palco principal de Cannes no palais des festivals. Na primeira projeção do dia foi exibido "Mademoiselle", o novo filme de Park Chan Wook, cineasta coreano conhecido no Brasil por “Oldboy”. Também na seleção oficial, parte da sessão paralela Un Certain Regard, outro filme oriental foi apresentado: "Harmonium" do japonês Fukada Kôji (diretor de "Adeus Verão").

A vingança enquanto objeto de investigação está presente em toda a obra de Park Chan Wook - vide “Oldboy” e o resto de sua autointitulada trilogia da vingança. Não é diferente no seu novo trabalho “Mademoiselle”, filme que revisita os temas mais frequentes na obra do coreano (vingança, violência, sexo e incesto). Baseado no romance britânico de Sarah Waters "Fingersmith" (traduzido para o português como "Falsas aparências"), a história é ambientada na Coréia da década de 30, época da ocupação japonesa, quando um homem trama casar-se com uma mulher detentora de farta herança, iludindo-a com ajuda de uma ladra que acaba de virar sua criada particular.

Dividido em três capítulos, o longa conta a mesma história em duas perspectivas diferentes (a da “patroa” e da “criada”), recheado dos clássicos plot twists já comuns e até mesmo esperados nos filmes de Chan Wook. A síntese das duas primeiras partes e o resultado final dos acontecimentos sobrepostos durante toda a projeção se dá no terceiro capítulo, onde o roteiro acha ainda mais espaço para pontos de virada.

Cabe aqui ressaltar a importância do trabalho de fotografia e design de produção, aliados indissociáveis na construção narrativa de “Mademoiselle”. A principal locação do filme é uma casa de estilo “europeu-japonês”, indicando uma influência ocidental no oriente que, aberto aos fascínios da cultura europeia, permanece refém de sua herança e costumes milenares. Tendo apenas três personagens principais ocupando um gigantesco espaço na casa grande, a câmera passeia livremente e invade os cômodos através de um olhar curioso e voyeur, transformando o espectador em testemunha e também, em alguma medida, cúmplice das tramoias e conspirações em curso.

Em “Harmonium” também temos, grosso modo, uma história de vingança, só que contada em outra chave. Ao invés de um thriller, o filme é um drama intimista, repleto de códigos e metáforas a serem desvendadas durante a narrativa. A sinopse é simples, uma família composta por um pai, esposa e filha recebe a visita de um antigo amigo do pai, um homem misterioso que saiu recentemente da prisão após cumprir pena de 11 anos por homicídio. A tensão derivada dessa presença estranha, cujas motivações não se sabe de início, conduz toda a primeira metade do longa numa crescente de intensa agonia.

Imediatamente após descobrirmos o motivo dessa visita repentina, ainda na primeira parte, somos obrigados a observar seus efeitos colaterais, efeitos esses que tem repercussões catastróficas na vida de todos os envolvidos. Aqui também há um cuidado muito especial na direção de arte, que através das cores presentes nos figurinos de cada personagem, aponta para revelações chave ao longo da história. Outras rimas narrativas e visuais são igualmente interessantes, como quando eventos e diálogos que acontecem no início do filme repercutem no seu desfecho através de recursos de repetição.

Pedro Azevedo é crítico de cinema, programador do Cinema do Dragão - Fundação Joaquim Nabuco e está em Cannes para O POVO

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