O POVO


Lançamento

Verónica Decide Morrer e a desmistificação da travesti

29/04/2016 | 17:03

As noites de Fortaleza ficaram marcadas para quem viveu e ainda vive na cena alternativa da cidade. O caminho que parte do Centro para a Praia de Iracema, com a Catedral no percurso, está na urbanice por trás da música de Verónica Decide Morrer

Narrando o "submundo das travestis de rua e amor", o grupo "queer" lança o primeiro álbum de inéditas, escancara o preconceito e brada por empoderamento "sem soar panfletário". O punk rock/new wave tropical de Verónica sobe ao palco da praça Almirante Saldanha, às 21 horas desta sexta-feira, 29.

O grupo é formado pelos vocalistas Verónica Valenttino e Jonaz Sampaio, que assina a produção do disco ao lado do guitarrista Léo BreedLove. O baixista Eric Lennon e a baterista Vladya Mendes completam.

Gravado em Fortaleza e no Rio de Janeiro, o disco homônimo de 10 faixas já teve os dois primeiros singles disponibilizados no soundcloud. "Roxy Music", com clipe lançado no último dia 31 de janeiro, dois dias após a data mundial que celebra a visibilidade trans, aponta para a contradição de "estar na noite e não ter nada a perder" com a possibilidade de se perder nas ruas.

"Todos nós passamos a juventude entre o Benfica e a Praia de Iracema", diz o guitarrista. "Era disso que a gente mais gostava. Ouvir rock and roll, ver show, gravar a cidade. Por isso formamos a banda". Léo lembra de nomes fortes no imaginário alternativo que marcaram o início do grupo, como a extinta Dead Leaves e a gótica Plastique Noir. "Fortaleza também é meio gótica, tem muita luz e muita sombra".

Influenciados pelo som oitentista de Blondie, Rita Lee e Metrô, os músicos classificam a banda como o resultado de um casamento entre Madonna, Bowie e Rolling Stones. "A gente toca um rock com suingue. É musica pra dançar, se divertir e refletir". 
 
Verónica Decide Morrer também se apresenta na próxima sexta-feira, 6, na Bolacha Mágica.