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o povo nos bairros 21/01/2013

Conjunto Palmeiras: comunidadeé símbolo de luta por uma vida melhor

FOTO: IGOR DE MELO
A preocupação em conseguir melhorias para o bairro é uma característica forte dos moradores
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“Aqui existe um povo de coragem e lutador!”. A afirmação da pensionista Marinete Brito da Silva, 64, serve para resumir o perfil dos moradores do Conjunto Palmeiras. Povo que ela conhece bem, pois mora no bairro há quase 40 anos e foi a segunda presidente da associação dos moradores.

 

A história do bairro mostra que a capacidade de luta é como se fosse algo já entranhado no DNA dessa gente. Os primeiros moradores chegaram em 1973. Segundo a coordenadora pedagógica e de projetos do Instituto Palmas, Neide Costa, a maioria das famílias era oriunda da faixa litorânea de Fortaleza - por exemplo, Beira Mar.


“Tiraram várias famílias e jogaram para cá. Sem nenhuma estrutura. Quando elas chegaram, só encontraram lama e mato”, diz. E também muita carnaubeira e palmeira, o que inspirou o batizado do conjunto. As famílias começaram a construir barracos em regime de mutirão. Muitos dos antigos pescadores tiveram que buscar o sustento no lixão do Jangurussu. “Para eles, foi um choque cultural muito difícil”, comenta Neide.


Dona Marinete lembra que, naquela época, era tudo muito difícil: não tinha água, energia, saneamento, infraestrutura. Ela guarda na memória a existência de apenas um ônibus para atender todos os moradores.


Com tantas dificuldades, os moradores se deram conta da necessidade de organização. “De 1979 para 1980, a gente começou a se organizar. As primeiras reuniões foram aqui na minha casa”, relembra. Na década de 1980, também chegaram os primeiros seminaristas ligados ao movimento chamado “Padres da Periferia”, inspirado nos ideais da Teologia da Libertação. O objetivo deles era contribuir na transformação social das comunidades carentes a partir da auto-organização. Um dos seminaristas era Joaquim Melo, hoje coordenador do Banco Palmas.


A primeira grande conquista dos moradores foi a energia elétrica. Antes, a iluminação das casas era feita por lamparinas. Depois, veio a luta pela água tratada. “A gente só conseguia água em carroça e era muito caro”, lembra Marinete. Por ironia, a tubulação que levava água do açude Gavião para Fortaleza passava pelo Conjunto Palmeiras. “Ameaçamos quebrar os canos e conseguimos a instalação da rede de água”, relembra Neide.


No início da década de 1990, foi realizado o seminário “Habitando o inabitável”, considerado por Joaquim Melo como “o primeiro grande pacto social para urbanizar o bairro, com saneamento, praça e vias. Tudo feito em mutirão comunitário”.


Depois, foi detectada a necessidade de promover a geração de renda no bairro. Em 20 de janeiro de 1998, surge o Banco Palmas, que, por meio do microcrédito e da criação de uma moeda própria - o palmas -, promoveu o desenvolvimento econômico do Conjunto Palmeiras. A experiência de banco comunitário, na época, era inovadora.


Não há dúvidas de que o bairro melhorou muito ao longo do tempo. Mas, hoje, dona Marinete está um tanto decepcionada e considera que o povo “está acomodado”. Mas ela tem um sonho. Ver o Conjunto Palmeiras emancipado como município. “Iria melhorar porque as verbas e os impostos ficariam aqui”, pondera. Pode até parecer algo improvável, mas quem ousaria duvidar da capacidade do Conjunto Palmeiras em construir essa história nos próximos 40 anos?

 

SANEAMENTO BÁSICO


PROBLEMAS COM ESGOTO INCOMODAM MORADORES DO CONJUNTO PALMEIRAS

1. Os moradores do Conjunto Palmeiras estão insatisfeitos com a rede de saneamento básico existente no bairro. Segundo eles, o bairro possui o chamado sistema “condominial”, que junta o esgoto de um grupo de casas e, depois, é levado para uma caixa de visita que fica localizada no quintal de uma delas. O problema é que o sistema não suporta mais a sobrecarga e o esgoto vive estourando no bairro. “Isso deixou de ser um problema urbano e afeta tudo, como saúde e economia do bairro”, afirma Joaquim Melo. “A Associação (de Moradores) está lutando pelo sistema convencional”, informa Neide Costa.

 

RESPOSTA. A Cagece informa que não há nenhum projeto sendo elaborado pelo órgão para a troca da rede de esgoto do Conjunto Palmeiras. A companhia informa que “o esgoto condominial é mais complexo do que o convencional, no que diz respeito à manutenção, porque esta deve ser executada no interior dos imóveis e fica vulnerável à permissão do morador de autorizar a entrada das equipes ou da sua presença no imóvel”. A Cagece orienta que os moradores evitem jogar lixo ou escoar água de chuva na rede de saneamento.

 

PROBLEMAS


RUAS DO CONJUNTO PALMEIRAS EM MAU ESTADO DE CONSERVAÇÃO E COM VAZAMENTOS

2. A pensionista Marinete Brito da Silva pede o restauro das ruas e avenidas do Conjunto Palmeiras. “Tem muita rua necessitando de drenagem ,asfalto, calçamento”, diz ela. Já o morador Francisco Antônio Sampaio pede que sejam resolvidos problemas de vazamento de água tratada nas ruas Canguru e Oscarito. “À noite, parece um riacho”, informa.

RESPOSTAS. A Prefeitura de Fortaleza informa que foi iniciada, no dia 9 de janeiro, uma operação emergencial de recapeamento e tapa-buracos em todas as Regionais. Além disso, serão realizados “serviços emergenciais de capinação, varrição, pintura de meios fios, limpeza e desobstrução de canais e bocas de lobos”. Porém, não foi informado quando os trabalhos serão realizados no Conjunto Palmeiras.


A Cagece informa que os problemas de vazamento de água foram resolvidos no dia 15 de janeiro.


EM ALTA


CIRCO ESCOLA

O projeto incetiva as atividades artísticas e circenses para as crianças e jovens do bairro

EM BAIXA


VIOLÊNCIA

O aumento da violência no Conjunto Palmeiras é uma das principais queixas dos moradores

 

CONJUNTO PALMEIRAS

É a cara do meu bairro

Qual é a imagem que você acha a cara do seu bairro? Participe, envie sua foto para nós: opovonosbairros@opovo.com.br

Praça do Conjunto Palmeiras. A única praça do bairro é uma referência da história de luta dos moradores, pois foi construída em mutirão. Nela, está escrito: “Deus criou o mundo e nós construímos o Conjunto Plameiras”. Para Joaquim Melo, essa é ”uma frase que nos identifica muito”. 

 

36 MIL

O bairro Conjunto Palmeiras possui 36.599 habitantes 

 

RONDA

O Povo nos Bairros publica o telefone de contato dos policiais do Ronda do Quarteirão no bairro Antônio Bezerra 3457 1066

e 190

 

LUCIANO CAVALCANTE


POLUIÇÃO SONORA EM POSTO PERTURBA VIZINHANÇA

3. O leitor Gustavo Menezes denuncia a frequente poluição sonora existente no posto Via Sul, no bairro Luciano Cavalcante. Segundo ele, proprietários de veículos “utilizam o espaço e infraestrutura do posto como point de paredões”, tirando o sossego dos moradores da região.

 

RESPOSTA: A Equipe de Fiscalização da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) realizou vistoria no dia 12 de janeiro no posto Via Sul (conhecido como ET), apreendendo um paredão de som e seis aparelhos de som acoplados a carros.

 

Serviço

Denúncias de poluição sonora podem ser feitas na Seuma:

Telefone: 3452 6923 (ouvidoria)

Site: www.fortaleza.ce.gov.br/ semam.

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espaço do leitor
Thiago 22/01/2013 15:58
Conj. Palmeiras também tem muito bandido !!!!!!!
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