Ceará na Série A em 2010

Mota: o investimento deu retorno

Por Ana Flávia Gomes

“É a torcida quem está pagando a contratação do Mota”. Foi assumindo um sonho, uma aposta coletiva, que o presidente do Ceará Evandro Leitão oficializou, no final de julho, o acordo com o atacante.

Vindo de um longo período no futebol asiático, parado em função de uma lesão no tornozelo e especulado por clubes da Série A, Mota poderia ter sido um investimento de risco para o Alvinegro. Mas ele próprio, torcedor do clube, também apostou no projeto do Ceará.

O atacante não veio com ares de salvador – afinal, àquela altura, o time já estava longe do rebaixamento. Na verdade, Mota assumiu o papel de reforço decisivo para uma equipe que tinha uma meta clara: chegar à elite.

Da contratação à estreia, entre recuperação física e regularização burocrática, foi preciso esperar quase um mês. Do primeiro jogo e primeiro gol, contra o América em Natal, até a classificação matemática do Ceará para a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, Mota foi nome titular do técnico PC Gusmão.

Como nem sempre foi possível ser brilhante, Mota soube ser parte de uma engrenagem de 11 peças. E se empenhou para que a máquina funcionasse sem panes, para o sucesso da fábrica.

Em seu retorno ao Ceará, o camisa 95 – referência à idade do clube – passa a ser símbolo de uma era. Quanto tempo ela durará, não se sabe. Mas ensinou que é preciso ousar. E não se arrepender.