DISTURBIO 21/07/2017 - 16h40

Dismorfobia: síndrome da distorção da própria imagem

Para os portadores da doença, o desejo de mudança extrema com a aparência é consequência da crença em defeitos do corpo. Comum em adolescentes, a patologia precisa ser tratada com acompanhamento médico e psicológico
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Diuliano de Freitas diulianofreitas@opovo.com.br
Fotos: Marjan Apostolovic/shutterstock

A busca constante por uma aparência perfeita, que muitas vezes chega a ser inexistente, tem nome: dismorfobia, síndrome em que pessoas passam a ter ideias fixas de mudar partes do corpo de que não gostam ou enxergam sempre algum defeito na própria imagem. Quando esse comportamento torna-se obsessivo, ele acaba se transformando em doenças como bulimia, anorexia e dismorfobia, ainda desconhecida por muitos, mas que preocupa a comunidade científica. 

A dismorfobia inclui vários problemas ou falhas imaginárias na aparência física que não são observáveis por terceiros ou aparecem de forma leve para os outros. Assim, ocorre nessa pessoa uma distorção da autoimagem, que apresenta, em alguns casos, sintomas de comportamentos repetitivos, como ficar se observar de forma incansável na frente do espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, comparar a própria aparência com a de outra pessoa. 

Outra característica desse transtorno são sintomas cognitivos, como a percepção de defeitos ou falhas na aparência física vindas do imaginário de cada um. A média de idade da incidência da dismorfobia é de 16 e 17 anos. Porém, de acordo com a psicanalista e professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE) Camila Guimarães, a fase mais comum de início da doença tem ocorrido aos 12 ou 13 anos.

A profissional explica que as vítimas desse transtorno exigem de si a busca pela beleza de todas as formas, tendo preocupação com o que cada um pensa da sua imagem ou, até mesmo, fazendo comparações a pessoas consideradas "modelos" de beleza. Ela argumenta que este é o momento de procurar um profissional para uma análise.

"Os indivíduos com transtorno dismórfico são preocupados com um ou mais defeitos e falhas percebidas em sua aparência física que muitas vezes nem existem. Acreditam que são feios, nada atrativos, anormais, deformados ou que estão fora dos padrões de beleza que acreditam existir, buscando uma perfeição que nunca irão alcançar. Deve-se salientar que, no contexto contemporâneo de uma sociedade narcisista como essa em que estamos, cada vez mais se busca uma sensibilidade corporal da perfeição onde nada falta ou falha. E essas [pessoas] precisam procurar ajuda o mais rápido possível", explica a psicanalista.  

A dismorfobia muscular em homens tem como característica a busca exagerada pelo corpo perfeito, e o uso de esteroides

Dismorfobia muscular 
Mais comum no público masculino, a dismorfobia muscular faz com que os homens sintam-se pequenos no grupo em que estão inseridos. Os portadores do distúrbio costumam fazer uso de anabolizantes e esteroides.

Tratamentos
O primeiro passo a ser dado pelo indivíduo que sofre de transtorno dismófico corporal é reconhecer que precisa de ajuda para enfrentar suas dificuldades. Existem também possibilidades de suportes e tratamentos que melhor se adéquam a cada caso. Entre as possibilidades de recursos, estão avaliação psiquiátrica, intervenção medicamentosa e grupos de apoio.

Ainda segundo a psicanalista Camila Guimarães, é preciso reconhecer que o problema existe e deve ser levado a sério. "Isso não é uma coisa passageira: a pessoa que sofre de dismorfobia corporal precisa de ajuda médica para se manter de forma tranquila na sociedade. Esse é um problema psicológico que somente com uma terapia indicada a cada caso pode ser revertido." 

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