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Atualizada em 3/05/2012, às 17h03min
O deputado Heitor Férrer (PDT) denunciou nesta quinta-feira (3) que a empresa Promus pagou R$ 100 mil por mês de propina ao diretor da Bradesco Promotora, Fernando Perrelli, para ter exclusividade no controle de todas as operações de empréstimos consignados para servidores públicos estaduais.
Essa informação foi obtida através de e-mails trocados entre o empresário Luiz Antônio Valadares, genro do secretário estadual da Casa Civil, Arialdo Pinho, e Perrelli, que chegaram até Heitor por intermédio do também empresário Augusto Borges, dono da Bom Crédito – que era uma das credenciadas pela Promus para vender consignados a funcionários do Estado.
SAIBA MAIS: Empresas de mesmo dono atuavam na regulação e oferta de crédito
"Isso nos deixa arrepiados. A custa do servidor público a Promus garante em e-mail propina de R$ 100 mil ao senhor Perrelli. É dinheiro muito fácil que chega às suas contas. Um dinheiro que cai na conta bancária como o vento sopra no topo da colina", protestou Heitor Férrer durante pronunciamento na sessão de hoje da Assembleia Legislativa.
Deputados da oposição se mostraram indignados com a revelação. "Esta indecência de botar "pf" (por fora) no documento já caracteriza desvio comportamental e improbidade. A coisa se tornou indefensável. Por muito menos, através de escuta telefônica, o (contraventor Carlinhos) Cachoeira está preso. Esse documento que Heitor nos trouxe é o mais sério de todos, assina o atestado de esculhambaria, mistura de esculhambação com outra coisa", bradou o deputado Fernando Hugo (PSDB)
Já o deputado Roberto Mesquita (PV) reclamou da "letargia" da Assembleia em relação à polêmica dos consignados. "Queria ver até onde vai o limite da Casa do Povo de não se indignar, de não ouvir ninguém, de não querer saber de nada. Desta forma não estamos blindando o Governo, estamos dizendo "Governo, você é culpado e não quer que ninguém apure. Até vamos suportar essa situação em que o Governo está cada vez mais encurralado?", ressaltou.
Ao ser questionada sobre o e-mail, a assessoria de imprensa do banco em São Paulo disse que "não teve acesso ao e-mail mencionado para poder atestar a sua autenticidade". Na resposta, o banco disse ainda que "tem inteira confiança nos seus executivos, que obedecem a rígidos padrões de comportamento ético e de governança no exercício de suas funções".
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