LITERATURA 04/08/2016

O Mundo de Flora, de Angela Gutiérrez, completa 25 anos

25 anos após o lançamento de O Mundo de Flora, a cearense Angela Gutiérrez revela como o livro a ajudou a enfrentar seus fantasmas
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Jáder Santana jadersantana@opovo.com.br
DIVULGAÇÃO
Angela Gutiérrez participará de debate sobre a sua obra hoje à noite no Espaço O POVO

 

Nem tudo é inocência e deslumbre pueril na história de Flora. As aventuras infantis da protagonista, suas brincadeiras de terreiro e a contação de causos herdados convivem com fantasmas do passado e murmúrios de tragédia. Vida e morte dividem espaço entre as paredes de casarões antigos, ocupam juntas assentos das mesas de jantar.


“Imaginei a história de uma mulher com uma doença grave, seus sentimentos e seu desejo de permanência pela narrativa da própria vida”, conta a autora, que começou a escrever a história em uma noite de dores, sentada no chão do closet.


“No momento exato em que escrevi o livro –à mão, em um caderno! -, nos anos oitenta, sofria com uma síndrome reumática. Sentia dores nas articulações, algumas inchavam”, revela. Naquela noite, Angela escreveu páginas e páginas em forma de fragmentos, esquematizando personagens e escolhendo o título que se tornou definitivo.


O Mundo de Flora apareceu nas livrarias no início da década de 1990, com publicação das Edições UFC, quando também recebeu o Prêmio Estado do Ceará de Literatura. Na época, chamou atenção o modo como uma escritora iniciante se aventurava por uma narrativa fragmentada e de múltiplas vozes. Angela, que acabava de finalizar seu mestrado em educação e era professora no curso de

letras da Universidade Federal do Ceará (UFC), havia escrito um romance que mais tarde seria classificado como “pós-moderno”.


“Não planejei escrever um livro pós-moderno. A etiqueta lhe foi atribuída posteriormente pelos críticos. Na verdade, o livro foi criado em dois momentos principais: o primeiro, do impulso, e mesmo da urgência, em espantar o medo, e o segundo, da consciente construção literária”, explica a autora. Há em O Mundo de Flora uma inteligente alternância de narrador, tempo e tom, além da presença de elementos narrativos inspirados em cartas, artigos de jornal, páginas de diário, documentos e relatos orais.


Reeditado pela UFC em 2007, quando integrou a lista de obras indicadas para o vestibular da instituição, ao lado de títulos de Milton Dias, Natércia Campos e Ana Miranda, o livro conheceu uma nova geração de leitores. Provou sua atualidade e a capacidade de se comunicar com públicos de diferentes idades e formações.


“O romance não envelheceu, continua condizente com as tendências contemporâneas relativas à polifonia, aos diversos planos temporais, aos flashes cinematográficos que, 25 anos atrás, eram novidades na literatura cearense”, avalia Cleudene Aragão, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece).


No início da noite de hoje, 4, no Espaço O POVO de Cultura & Arte, Cleudene e a professora da UFC Inês Cardoso conversam com Angela sobre a importância da obra em sua trajetória literária e os elementos que a inspiraram em sua criação. O evento é aberto ao público.


O POVO online

 

Leia a entrevista completa em:

http://bit.ly/2axZlmw


SERVIÇO

 

Encontro O Mundo de Flora e Outros Mundos de Angela Gutiérrez, com presença da escritora

Quando: hoje, às 19 horas

Onde: Espaço O POVO de Cultura & Arte (av. Aguanambi, 282 - José Bonifácio)

Gratuito

 

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