67º Salão de Abril 26/04/2016

Fortaleza no espelho

67º Salão de Abril começa hoje apresentando um panorama do que vem sendo produzido no Ceará em termos de arte contemporânea
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Jáder Santana jadersantana@opovo.com.br
FOTO DIVULGAÇÃO
Anônimos, do fotógrafo Silas de Paula

 

Uma arte engajada, atenta ao momento político e social, preocupada com o modo como vivenciamos a cidade e acompanhamos suas mudanças, sensível às questões de gênero e sexualidade. Fotografia, cinema, pintura, desenho, instalação, performance, colagem: há espaço para todas as linguagens na 67ª edição do Salão de Abril, que vai reunir até o início de junho uma série de obras que ilustram o que o Estado tem produzido em forma de arte contemporânea.


E ter uma linguagem contemporânea foi o principal requisito utilizado pela comissão de curadoria para selecionar, entre mais de 300 trabalhos inscritos, as 30 obras que integrarão o Salão deste ano. Dialogar com os nossos dias é fundamental. “Os artistas, principalmente os jovens, estão conectados com os conceitos contemporâneos que prevalecem hoje na arte”, reflete o baiano Daniel Rangel, diretor artístico do Instituto de Cultura Contemporânea de São Paulo (ICCo) e um dos curadores da mostra.


Convidado para selecionar os trabalhos que fariam parte do Salão de Abril, Rangel trabalhou ao lado da crítica de arte pernambucana Clarissa Diniz, gerente de conteúdo do Museu de Arte do Rio (MAR) desde 2013, e do professor e pesquisador cearense Pablo Assumpção. A coerência conceitual, a investigação das linguagens contemporâneas, o caráter inovador e a qualidade formal e poética das obras foram os critérios observados pelos avaliadores.


Entre os trabalhos selecionados, chama atenção a presença de obras representativas da preocupação do artista com questões que permeiam o universo político e social da cidade. A especulação imobiliária, a mobilidade urbana, questões de gênero e religião são constantes entre as produções. “Falam do presente, dos problemas sociais, dos incômodos, dos questionamentos. Eles estão preocupados com a dinâmica social e com as pessoas que fazem parte dela”, explica Rangel.


Múltiplo em sua tentativa de contemplar diversas linguagens e plataformas, é no vídeo, na fotografia e nas instalações - naturalmente modernos - que o Salão de Abril encontra a maior parte de suas peças. “As linguagens mais tradicionais encontram mais dificuldade na renovação para o contemporâneo”, justifica Rangel, que destaca ainda a montagem das exposições, com núcleos específicos compostos por obras que dialogam entre si.


Os fotógrafos Maíra Ortins e Nicolas Gondim foram dois que tiveram seus trabalhos selecionados para o Salão de Abril. Enquanto ela aparece com duas fotografias que refletem sobre a segregação cultural e noções de pertencimento e territorialidade, Gondim aborda em sua série o jogo de alegorias e fantasias pueris dos Papangus, manifestação cultural de mascarados que acontece em alguns lugarejos e cidades do interior durante a Páscoa.


“As fotos são parte de uma série feita em um campo de concentração de refugiados em Belgrado, capital da Sérvia, em novembro do ano passado. Eu viajo muito e sempre observei os paquistaneses, chineses, latinos e muitos outros tipos, e me chamava atenção a segregação cultural que eu via. Meu trabalho está dentro das zonas de conflito e fala também do papel da mulher na sociedade”, reflete Maíra.


Gondim, que apresenta sua série completa, elogia o diálogo que o Salão de Abril torna possível com outros artistas da Cidade. “É bom estar ao lado de muitos artistas que acompanho e admiro. Dá um gás, um estímulo. É uma renovação”, assegura.


O Salão de Abril, que este ano ainda celebra o aniversário de 290 anos de Fortaleza, será lançado hoje, às 19 horas, e permanece aberto ao público no Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar até o dia 5 de junho. A visitação é gratuita.

 

SERVIÇO

 

67º Salão de Abril

Quando: abertura hoje, às 19 horas. Visitação até 5 de junho. De terça a sexta, das 9 às 19 horas, aos sábados e domingos, das 14 às 21 horas

Onde: Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar (rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)

Gratuito

 

SAIBA MAIS


Residência artística

Além dos R$ 15 mil que cada um dos dois trabalhos selecionados receberão como prêmio principal, esta edição do Salão de Abril conta com um Grande Prêmio para Residência Artística, no valor de R$ 25 mil. O artista contemplado terá a oportunidade de passar um mês no Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) de São Paulo, com acompanhamento curatorial, institucional e de produção. A comissão de curadoria formada por Pablo Assumpção, Clarissa Diniz e Daniel Rangel também será responsável pela escolha dos premiados.

 

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