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Um passeio pelos catálogos de moda, passarelas das grandes grifes, blockbusters hollywoodianos ou séries de TV e é possível conhecer algumas das maiores beldades do momento. São homens e mulheres que, além de ditar tendências, ainda viram exemplo e ideal de beleza. E esse ideal de beleza acaba seguindo um padrão estético de peso, altura, cor da pele e penteado. Quem não se encaixa nesses padrões, até que se prove o contrário, não pode se considerar bonito. É o que se chama é a “ditadura da beleza”.
De um lado, há quem busque formas de se encaixar nesses padrões – horas de academia, regimes malucos ou invasivas intervenções cirúrgicas. Do outro, estão os que valorizam a beleza natural de cada um. É nesse segundo grupo que se encontra o fotógrafo cearense Humberto Mota. Idealizador do projeto Felinas, recém-lançado em livro, ele encontrou uma forma simples de revelar a beleza de pessoas comuns: procurou anônimas que topassem posar em fotos sensuais usando uma máscara de gato.
“Eu precisava de um objeto de estudo para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e não queria fazer nada dentro da normalidade acadêmica. Como já trabalhava com nu, parei para pensar em como misturar o nu com um objeto de estudo acadêmico”, explica Humberto. Para ele, o meio acadêmico ainda é fechado para o assunto já que a nudez ainda é muito confundida com pornografia. No entanto, foi ao levar o trabalho para as gráficas que ele encontrou as maiores barreiras. “Queria tudo feito aqui, para ser um trabalho 100% local. Mas, não consegui porque as gráficas diziam que era pornografia ou que feria padrões religiosos. Mesmo pagando, não consegui”, lamenta o fotógrafo cearense, que bancou tudo do próprio bolso.
O caminho encontrado pelo publicitário – aprovado com nota máxima pela Fa7 – para chegar às 11 personagens retratadas no livro foi sua conta no Instagram. Fazendo propaganda pela rede social, ele buscou meninas que topassem ser voluntárias no projeto. Apenas a primeira fotografada, uma moça que Humberto conhecia de vista e frequentava a mesma livraria que ele, foi convidada diretamente. “Peguei as fotos do ensaio dela e joguei na internet. Com isso, pessoas começaram a aparecer e a coisa tomou uma proporção maior que a esperada. Vieram pessoas tanto do Brasil todo, como da Inglaterra e da Espanha”, surpreende-se.
Usando referências como o fotógrafo Fabs Grassi e a historiadora Mary del Priore, Humberto montou uma seleção de imagens que desse destaque à sensualidade e à beleza de cada voluntária, de tal forma que a nudez até passasse despercebida. “Queria fazer um nu que não chocasse. O nu não é o foco principal quando você olha”, explica o ex-estagiário do O POVO, que usou apenas iluminação natural e deixou que muitas sombras ajudassem a compor cenário. Humberto também adianta que os únicos retoques nas imagens foram em iluminação e saturação (intensidade das cores).
Já a ideia da máscara de gato surgiu com por conta de um episódio homônimo da série de TV Breaking Bad. “Uma das coisas que se percebe é que, com a máscara, toda a história da vergonha some. A gente se protege pelas roupas. O ensaio prova isso. Mesmo sem roupa, se tiver com uma máscara, não tem problema”, diz o fotógrafo que não revela o nome das fotografadas.“Além da referência óbvia da ‘gata’, também tem o fato de que o gato é um bicho livre estando preso. Como o ensaio é feito em casa, com elas realizando atividades cotidianas, é uma atitude de libertação dentro de casa”, acrescenta.
Mesmo que o projeto Felinas tenha adotado como critérios apenas a idade (ter mais de 18 anos) e o sexo (“o padrão estético mais cobrado é das mulheres. O homem não é tão julgado”, justifica), Humberto percebeu que as voluntárias presentes no livro se aproximam muito dos padrões colocados pela “ditadura da beleza”.
São moças jovens, magras e brancas. “Menos na relação gorda magra, mas o que não tem são mulheres negras. Já no final, percebi isso e lancei uma nova campanha. Mas, não recebi nenhuma proposta e as meninas que chamei não toparam”, lamenta adiantando que a ausência pode ser corrigida no segundo volume do projeto, previsto para ser lançado até o final de 2015.
Frase
“Com a máscara, toda a história da vergonha some. A gente se protege pelas roupas. Mesmo sem roupa, se tiver com uma máscara, não tem problema”
Serviço
Felinas
Produção independente
Venda exclusiva através dos contatos: contatofelinas@gmail.com ou (85) 9634.4503
Preço médio: R$ 70Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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