Luiz Gonzaga se firmou no cotidiano do Nordeste, através de sua arte, que invadia as casas pelos rádios, pelos assovios, pelas festas, de uma forma muito democrática. A história dele é parecida com a de muitos conterrâneos, que viam no Sudeste um modo de encontrar novas possibilidades de vida e trabalho. Mas foi saindo de Pernambuco que Gonzaga deu voltas no País, cruzou fronteiras musicais, superou dificuldades e cantou o sertão por onde andava,
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“Talvez seja uma das pessoas que mais conheceu os municípios do País”, aposta a jornalista Regina Echeverria, autora do livro Gonzaguinha e Gonzagão – uma história brasileira. Mesmo morando em grandes cidades, Gonzaga não deixava Exu para trás. Era parte dele. Era pra onde sempre voltava e de onde tirava muitas de suas inspirações.
Por vezes, a música de seu Lua é rotulada como sendo “regional”, pelas especificidades das narrativas, do conjunto de instrumentos utilizados e de outros fatores diversos. Regina não considera que isso seja algo, por assim dizer, negativo. “Afinal, é preciso entender que quanto mais regional, mais se torna nacional, e, assim, mais se comunica com o mundo”, observa. “Para mim, que nasci no Sul, as músicas dele têm a mesma força que têm para vocês, do Nordeste. Eu cresci ouvindo Luiz Gonzaga. Se não fosse em casa, era na rua, porque tocava na rua, tocava em todo canto”, lembra a biógrafa.
O poeta, jornalista e teatrólogo Oswald Barroso considera que o título de “regional” torna restrita a abrangência que tem a obra de Gonzaga. “Como é que é regional? As músicas dele são cantadas pelos maiores intérpretes brasileiros e as pessoas se identificam com o que elas (as canções) dizem. Se identificam porque ele é uma personagem nacional”, considera.
De qualquer forma, Luiz é a síntese do sertão e ajuda na formação de uma identidade nacional.“O Gonzaga ajudou muito o sertanejo, construiu uma imagem que é muito boa, que foi disseminada e se tornou conhecida. Ele reivindicava um investimento econômico maior na região, mas, ao mesmo tempo, mostrava, que o Nordeste era capaz de se reinventar”, diz Oswald. (Camila Holanda)
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