[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Uma breve história do rap - capítulo 7 | O POVO
Guabiras 05/03/2013

Uma breve história do rap - capítulo 7

Em 1991, o rapper cearense Consciente B estrearia nesse programa para virar um dos mais antigos da Cidade
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Capítulo 7 – Nas paradas de sucesso!


Então, o rap saiu criando raízes nos anos 90. Para o bem ou para o mal, rádios de todo o Brasil começaram a abrir espaço para uma programação que cada vez mais brotava das periferias e avançava pelas cidades. Nesse meio termo, como a MTV estava em ascensão, ficou bem mais fácil o rap abraçar a mídia e explodir de vez ao lado do pop. Uma das figuras mais extravagantes dessa junção seria MC Hammer. Músico, ator, empresário e dançarino, Hammer chamou a atenção de Madonna e Michael Jackson ao se tornar o “cabeça” de uma demanda inteira de rappers mais civilizados. Vanilla Ice, Snap, Technotronic e Snow seriam alguns. Tocaram até abusar, empestaram as festas, invadiram comerciais a torto e a direito e ficaram marcados como a fase mais “rádio” do gênero.


Em Fortaleza, as rádios FMs continuam tocando até hoje seus clássicos, entre eles “Pump up the jam” (Technotronic), “Informer” (Snow) e “U Can’t Touch This” (MC Hammer). Essa última chegou a tocar até nos intervalos das lutas do Mike Tyson. Um dos primeiros programas de rap do Ceará se chamava “Os embalos da Volta”. Foi exatamente lá que tocou 90% dos raps recém-lançados nos Estados Unidos, onde a sua divulgação por parte de apresentadores como Robson Nolasco e Paulinho Leme acabou inspirando e influenciando milhares de brasileiros a montar sua própria banda. Em 1991, o rapper cearense Consciente B estrearia nesse programa para virar um dos mais antigos da Cidade. Lembro vagamente também que apesar disso tudo, hora e outra o meu irmão ficava “P” da vida com o programa, pois ele tinha a mania desgraçada de misturar alguns “balanços” com a programação normal. Explico. Totalmente novidade, os chamados balanços eram restos de pancadas eletrônicas e mixagens que haviam sobrado da geração MC Hammer. Todo cabra metido a DJ que tinha em mãos uma aparelhagem moderna, cheia de ruídos futurísticos e tal, simplesmente montava o seu som e o espalhava pelo meio do mundo. Era a chamada “tecneira”. Boates foram as primeiras a aceitar numa boa esse som. Aqui no Brasil, a rádio Jovem Pam não queria saber de outra coisa. E através dos anos o balanço virou dance; que virou tecno (do termo “tecneira”); que resultou na rave.


Mas existia balanço bom, também. Kris Kross foi uma dupla de pivetes que entrou na Billboard bricando de rimar. “Jump”, seu maior sucesso, virou até comercial da Sprite em 1993. Mas ninguém chamou tanta atenção quanto Eminem. Eminem era o tipo folgado. Caiu nas rádios devagarinho. Tinha a língua solta e por isso chamava a atenção. “Quem é esse cara que canta tão rápido que não se engasga?”. Quando explodiu, já tinha ganhado o Grammy de melhor álbum de rap.


Era ágil, desenrolado, tinha músicas quilométricas sem enfado e totalmente cheias de quebradas. Na altura do campeonato (1996, 1997), era tudo que o Rap estava precisando. Não importava mais o discurso de cor de pele ou status. Eminem cantava muito. Tanto que chegou a ser chamado de LL Cool J dos anos 1990. Seu segundo disco (The Marshall Mathers LP) é o álbum solo mais vendido da história dos Estados Unidos. Seu filme 8-Mile ganhou Oscar de melhor canção (”Lose yourself”), sua banda paralela D-12 é um dos maiores projetos da história do gênero. Feitos tão grandiosos quanto seus próprios argumentos quando enfim, desistiu da carreira sem mais nem menos. Ao ser perguntado disparou. “Eu fiz exatamente tudo que queria. Não posso continuar uma carreira apenas para enganar os meus fãs.” Justo.


(continua na próxima semana)

 

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